Da Gazeta de São João Del Rei
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Um dos principais cartões postais de São João del Rei, o Largo do São Francisco, vai mudar de cara: todas as dez palmeiras imperiais que o ornamentam serão cortadas, por medida de segurança.
No entanto, a praça vai passar a ser enfeitada com espécies menores.
A decisão é da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis, entidade responsável pela gestão do conjunto formado pela Igreja e pelo Largo.
A troca visa proteger a população, uma vez que pelo menos cinco palmeiras foram consideradas mortas e, por este motivo, estariam colocando em perigo os transeuntes.
O risco oferecido pelas palmeiras, que têm cerca de 35 metros, ficou mais evidente depois que, no último dia 16, uma delas caiu sobre um prédio residencial, causando prejuízos para os moradores.
De acordo com Carmello Geraldo Viegas, ministro da Ordem, a decisão levou em conta reunião realizada com representantes da Cemig e da Companhia Industrial Fluminense (CIF), parceiros da Ordem na manutenção da praça.
Outro argumento favorável ao corte foi dado por especialistas da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Eles detectaram que as cinco palmeiras que estão sem suas copas teriam morrido depois de serem afetadas por bactérias.
Como estão mortas, podem cair a qualquer momento.
Mas, ainda de acordo com os pesquisadores da UFV, as outras cinco também poderiam causar danos.
Por meio do relatório, eles explicaram que as palmeiras imperiais têm sobrevida de cem anos.
As do Largo do São Francisco, no entanto, têm cerca de 150 anos.
"Elas estão muito velhas, o que facilita a infecção, seguida da queda da copa e da morte da planta.
Por isso, o relatório sugere o corte de todas.
Inclusive, a retirada de sua raiz para não afetar o solo", disse.
De acordo com Viegas, a Ordem quer plantar palmeiras que chegam a 25 metros de altura, dez a menos do que as atuais.
"As palmeiras imperiais do largo tem 35 metros de altura.
A sugestão é plantar no seu lugar palmeira real da espécie Roystonea regia que chegam a 25 metros.
Árvores nessa altura manteriam a beleza do local e seriam mais seguras, já que, caso venha a cair, não alcançariam prédios tombados pelo patrimônio como é o caso da Igreja São Francisco.
Também estamos solicitando a interdição da travessia de pedestre em alguns pontos do largo".
indefinição
O corte ainda não está agendado.
De acordo com o ministro da Ordem Terceira, é preciso ainda conseguir a autorização oficial de órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "Enviamos um ofício ao órgão solicitando o corte emergencial das palmeiras sem as copas e de todas as outras que se encontram no largo", ressaltou.
O chefe do escritório do Iphan em São João del Rei, Mário Antônio Ferrari Felizberto, afirmou, por telefone, ter recebido o ofício do ministro da Ordem.
Ele disse ainda que pretende até sexta-feira (ontem) oficializar a autorização.
Ferrari, no entanto, informou que precisa avaliar se vai ou não autorizar o corte das demais palmeiras.
"Por isso, não tenho como precisar uma data de quando o Iphan dará um parecer sobre as árvores com copas.
O largo é um patrimônio e temos que fazer um estudo minucioso para definirmos sobre o corte", explicou.