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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Diversão solidária

Por Michele Pacheco

Hoje, nossa tarde começou de forma bem agradável.
A primeira pauta era sobre uma visita de alunos de escolas públicas a um parque de diversões montado em Juiz de Fora.
A idéia era mostrar a reação de crianças e adolescentes nesse passeio gratuito.
Claro que encontramos estudantes com sorriso amplo no rosto, correndo de um lado para o outro, enfrentando filas e aproveitando os brinquedos.

As crianças se encantavam com as cores e formas do carrossel e dos trenzinhos e carrinhos.
Brinquedos mais tranquilos, que não oferecem muitas emoções, mas levam a um mundo de imaginação.
Quem ouvia a música tocando e acompanhava o movimento circular dos brinquedos notava que as crianças estavam num mundo diferente, só delas, em que cada uma criava suas próprias aventuras.
Olhos brilhando e expressões encantadas estavam presentes, para não deixar dúvidas de que estavam adorando tudo aquilo.

Os adolescentes sempre têm aquele ar de coragem e desafio no rosto.
Não querem saber de brinquedos lentos e enfrentam as filas impacientes por um pouco de adrenalina.
E encontram uma boa dose na Barca, no Dancing, no Twister...
Vendo o pessoal girar e gritar sem parar, deu para ter uma noção do quanto o passeio gratuito foi especial.

A idéia de promover entrada de graça de crianças carentes e de alunos de escolas públicas vem desde a criação do Parque Trombini, em 1957.
O Antônio Luiz foi muito gentil em receber a nossa equipe e mostrou a mesma emoção de sempre ao falar sobre o projeto.
Ele é a terceira geração da família a manter o parque e o trabalho voluntário por todas as cidades onde montam os brinquedos.

A gente trabalha tanto em cima de factuais, de tragédias, de sofrimento e violência, que cobrir uma matéria dessas é um presente sempre bem recebido.
Tem gente que acha que jornalista só se sente bem se houver notícias ruins para passar.
É o contrário!
Nós queremos mostrar o lado bom das pessoas, o que elas fazem para ajudar o próximo, cada ação despretensiosa que acaba mudando a vida do outro.
Com certeza, os problemas ocupam um bom espaço nos noticiários.
Mas, boas ações também merecem destaque.
É o que ocorre no Jornal da Alterosa.

No momento em que nossas produtoras Ludmila e Flávia ficaram sabendo da visita ao parque, conversaram com nossa Editora Responsável, Elisângela, que na mesma hora pediu matéria.
Nós fomos animados para a cobertura e tentamos registrar ao máximo a emoção daquelas pessoas.
A Kelly editou com capricho e se envolveu no sentimento coletivo de que aquele assunto merecia destaque.
A matéria ficou legal e encerrou o jornal de forma positiva.

O curioso é que, enquanto buscávamos as melhores imagens, as expressões sorridentes e encantadas das crianças, encontramos um detalhe inesperado.
No meio da fila enorme para o carrinho de batida, estava a Elza.
Com os olhos brilhando de ansiedade, a auxiliar de serviços gerais, de 44 anos, se sobressaía entre as crianças pequenas.
Ela parecia mais animada do que todo o grupo de 1500 alunos de escolas públicas.

Brincamos com a Elza sobre ela voltar a ser criança e parecer mais feliz do que a garotada e tivemos uma surpresa.
Ela estava daquele jeito porque nunca tinha ido a um parque de diversões na vida.
Nascida e criada na zona rural de Divino, interior da Zona da Mata Mineira, não teve oportunidade de se divertir quando era pequena.
Quando a família mudou para Juiz de Fora, ela era adolescente e teve que trabalhar.

O convite para ir ao parque partiu da diretora da escola onde a Elza trabalha.
Foi a realização de um sonho.
A matéria, que era para falar das crianças, ganhou vida nova.
A Elza roubou a cena e foi nosso personagem de maior destaque.
Um simples bate-papo pode render ótimas histórias durante as reportagens.
Essa é uma que não vamos esquecer.
Ela dirigindo o carrinho de batida, os olhos úmidos de emoção ao sair do brinquedo e o depoimento singelo de que esse foi um dia para lembrar eternamente...
São essas as melhores imagens dessa matéria que vamos guardar na memória.

Protesto contra a dengue na zona leste de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Os moradores do Vitorino Braga, zona leste de Juiz de Fora, fecharam uma das principais ruas do bairro para protestar contra a dengue.
Revoltados, eles colocaram fogo em pneus.
Alguns gritavam palavras exaltadas pedindo providências das autoridades.
Outros, conversavam com nossa equipe e explicavam que a preocupação é grande e que eles estão pedindo há um bom tempo que alguma ação seja feita numa casa da rua do Monte, onde há indícios de focos do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue.

Os policiais militares foram para o local organizar o trânsito que ficou todo confuso bem no horário de saída de escolas e do trabalho.
Os manifestantes disseram que o protesto começou às quatro da tarde, mas os policiais afirmaram que a rua ficou com o tráfego impedido de cinco e meia até seis horas.
Os bombeiros foram chamados, apagaram o fogo e removeram o resto dos pneus queimados para liberar a rua.

Os manifestantes disseram que vão esperar providências nesta quinta-feira.
Se nada for feito, eles vão juntar ainda mais pneus e fazer um protesto maior, fechando ruas estratégicas que levam a vários bairros da zona leste.
É bom lembrar que, em três dias, esse foi o segundo protesto com queima de pneus contra a dengue em bairros de Juiz de Fora.
Na segunda-feira, foi no Jardim Esperança, zona sudeste, que houve protestos com uma enorme coluna de fumaça preta se espalhando pelo bairro e pela BR 267.
Lá, a situação está melhor.
Hoje mesmo, fomos registrar a passagem dos agentes com fumacê pelas ruas e casas.