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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Televisão - Reflexo de nós mesmos

Por Robson Rocha

Vejo comentários que me chamam a atenção. São sobre a cobertura jornalística dos fatos, dizendo que damos ênfase à cobertura de acontecimentos ruins.
Será um reflexo de nós mesmos?
Não vou falar por outras emissoras, vou falar do Jornal da Alterosa.

As pessoas têm uma visão do jornalista sangüinário, que só está interessado em notícias negativas, mas às vezes não sabem como os dados são trabalhados até chegarem à casa do telespectador. A informação chega para uma área que chamamos de apuração, onde todos os dados são apurados e checados. Daí o material vai para a chefia de reportagem que pede à produção para levantar todos os dados e lados do caso e fazer as marcações. A equipe de reportagem vai para a rua gravar depoimentos, apurar dados adicionais, documentos, etc. A notícia que o telespectador vê na Alterosa é baseada em fatos documentados oficialmente. E o jornalista sério não cria notícia, ele relata os fatos.

Estou há 11 anos na Alterosa e existe um respeito muito grande com todos que fazem parte da notícia, do artesão de São João Del Rei ao detento do Ceresp e principalmente ao telespectador.
Quando vamos gravar uma pessoa que foi presa, como o sujeito que estava fabricando vacinas clandestinas na casa dele em Juiz de Fora, o repórter cinematográfico preserva a identidade dessa pessoa, pois ela é suspeita e não podemos expô-la publicamente até que seja condenada pela justiça. É um cuidado que foi muito discutido no início e que hoje é um hábito entre os jornalistas da TV Alterosa. E que respeitamos, apesar de nem todos concordarem com essa proteção em alguns casos.
Mas muitos telespectadores criticam essa "proteção" aos suspeitos.

Porém, entre os fatos relatados, existem coisas maravilhosas, o “Coisa Nossa” exibido no Jornal da Alterosa às quartas-feiras, mostra trabalhos lindos. O Nota 10 leva aos telespectadores exemplos de pessoas que são especiais. Mineiros que fazem trabalhos solidários que ajudam às vezes milhares de pessoas. Como a Maria Aparecida da Silva, da Sociedade Beneficente Mão Amiga, aqui em Juiz de Fora, que batalha para conseguir donativos para pessoas carentes. De material escolar a roupa e alimentos.

Outro exemplo bacana, é a Associação dos Cegos de Juiz de Fora. Com trabalhos que vão de como andar nas ruas ao artesanato e do esporte à educação para pessoas com deficiência visual. Como José Luiz que é atleta e agora se formou em história graças ao apoio da Associação. E olhe que ele já tem carteinha nas TV’s de Juiz de Fora.
São exemplos de superação que muitas vezes nos emocionam e que nos dão prazer enorme de fazer matérias com eles.

Mas por que a grande maioria dos telespectadores não se lembram dessas matérias?

Será porque nós, seres humanos, damos mais atenção às tragédias do que aos bons exemplos? Por isso vou deixar uma pergunta: se em uma esquina uma pessoa toca um instrumento musical maravilhosamente e acontece um acidente do outro lado da rua, o que vai chamar mais a atenção das pessoas?