Por Robson Rocha
Pela manhã, uma fonte da capital, havia nos informado sobre a existência de sete vídeos que seriam o estopim para o início da operação. Segundo esta fonte, nos vídeos haveria desde imagens de possível amante do prefeito até gravação de pagamentos de propina.
Pela manhã, uma fonte da capital, havia nos informado sobre a existência de sete vídeos que seriam o estopim para o início da operação. Segundo esta fonte, nos vídeos haveria desde imagens de possível amante do prefeito até gravação de pagamentos de propina.
Mas, como não conseguimos confirmação de nada, seguimos com a nossa agenda, que na parte da tarde seria na Câmara Municipal.
Depois de deixar o carro em uma vaga de veículos oficiais, pois não existe onde parar para fazer matéria no legislativo de Juiz de Fora, fomos gravar mais depoimentos da CPI do Bejani.
O plenário estava lotado para ouvir os depoimentos de dois vereadores e de um empresário.
O primeiro a depor foi o vereador José Sóter Figueroa, que contou em detalhes as denúncias que teria recebido de Arlindo Geraldo de Carvalho, um consultor apontado como comprador da casa do prefeito no bairro Recanto dos Lagos.
O vereador afirmou que esteve com Arlindo por duas vezes. Uma em 28 de março e a outra no dia 16 de abril.
Segundo o vereador, Arlindo teria afirmado que Alberto Bejani recebia um milhão e meio de propina por mês, isso para favorecer algumas empresas.
Entre elas, estariam a Paraopeba, a Queirós Galvão, o grupo SIM e empresas de ônibus urbano.
Entre as denúncias apresentadas por Figueroa, Arlindo teria apresentado cheques do superintendente da Amac, Associação Municipal de Apoio Comunitário, para Marcelo Detoni, ex-secretário de Agropecuária e Abastecimento, para pagamento de carne para abastecer unidades. Mas, segundo o Arlindo, não haveria carne e sim propina. E que haveria um plano da cúpula da prefeitura para matar o empresário Omar Peres, que vinha publicando artigos contundentes contra o prefeito e alguns secretários.
No segundo depoimento, Flávio Checker disse que Arlindo o procurou e se apresentou como amigo do prefeito e estaria descontente por Alberto Bejani não pagar dívidas que tinha com ele. Por isso, Arlindo, resolveu botar a boca no trombone, denunciando esquema de favorecimento e pagamentos de propina, e falando de um plano para assassinar o empresário Omar Peres.
Segundo Arlindo, a idéia seria simular um assalto na cidade do Rio de Janeiro e que os assassinos já teriam sido contratados.
Por isso, os vereadores levaram Arlindo até Omar para contar a história.
As denuncias feitas por Arlindo também teriam sido passadas ao promotor Paulo Ramalho.
Por último, o depoimento mais esperado, já que foi anunciado à imprensa por funcionários da Câmara Municipal que seria lançada uma “bomba” sobre o caso Bejani. O empresário sócio da TV Panorama, afilada da Rede Globo em Juiz de Fora, Omar Peres disse que Bruno Siqueira, relator da CPI, conversou com um juiz federal, no dia 28 de março, para encaminhar as denúncias à Polícia Federal. E, afirmou que a “Operação Pasárgada”, em 9 de abril, foi uma coincidência.
Omar disse que foi procurado por Bruno, pedindo que tomasse cuidado sobre um atentado no Rio, e reconheceu que fez vários inimigos depois que começou a denunciar a quadrilha. Arlindo teria explicado a Peres o plano de assassinato.
Segundo ele, ao ouvir o planejamento da simulação de assalto para matar o empresário, o então secretário, Marcelo Detoni, teria dito que era melhor matar no Rio porque lá se mata e nada acontece. E Arlindo teria mostrado cheques do Abatedouro, que pertence à família Detoni, para contratar os assassinos.
Omar Peres disse ainda, que Arlindo marcou um encontro na casa do prefeito no bairro Recanto dos Lagos, onde Bejani teria pedido que Omar parasse de “bater” em troca de apoio na eleição deste ano para prefeito. Ele teria dito ao prefeito para renunciar, pois seria a única saída.
Por fim Omar disse à CPI para desacreditar o depoimento de Arlindo, pois ele teria mentido no depoimento à Comissão.
Isso é meio confuso. Pois, se for para desacreditar o depoimento porque o consultor mentiu à CPI, como ter certeza de que as denúncias feitas também não são mentirosas? Os vereadores vão encaminhar as denúncias à justiça e cobrar apuração rigorosa.
Conversamos com o ex-secretário Marcelo Detoni sobre o atentado. Ao ser perguntado sobre as denúncias, ele disse à Michele que assim que ouviu a história pela primeira vez, acionou os advogados dele para exigir que os denunciantes provassem o fato na justiça. O ex-secretário disse que o empresário tinha pisado em muitos calos pela vida toda e deveria ter vários inimigos. Detoni teme que Omar Peres seja mesmo morto e a culpa recaia sobre ele. “Eu não me sujaria dessa forma, mas temo que tudo que acontecer de errado com o Omar acabe virando minha culpa” explicou o ex-secretário.
Chegamos em casa à tarde e no Portal G1 havia um vídeo que estaria em posse da Policia Federal e foi divulgado pela revista Época, onde o prefeito aparece recebendo propina de um empresário de transporte de Juiz de Fora.
Agora, é esperar que todos os detalhes da operação sejam divulgados ou que o conteúdo dos outros vídeos que a Polícia Federal encontrou seja divulgado também.