Por Michele Pacheco
Quinta-feira, dia dos namorados, nós dois trabalhando na parte da tarde... Estávamos pensando em passar a manhã namorando e curtindo o sossego do nosso cantinho. Mas, um casal de jornalistas nem deveria se dar ao trabalho de fazer planos desse tipo. Eles com certeza vão dar errado. Como se não bastasse o Robson sair às cinco da manhã para adiantar imagens de um incêndio enquanto eu tentava avisar nossa chefe, quando ele voltou tivemos que sair.
Destino: plantão na porta da casa do prefeito Alberto Bejani, no bairro Aeroporto, área nobre de Juiz de Fora.
Encontramos os colegas da imprensa reunidos por lá.
Calçada virou cadeira na falta de um lugar mais confortável.
Na espera longa, cada repórter tentava mobilizar as fontes para conseguir alguma novidade sobre a prisão do prefeito e o trabalho da Polícia Federal em vários pontos da cidade.
Descobrimos que além de Alberto Bejani, alguns secretários municipais estavam na mira da polícia e tiveram as casas vasculhadas.
Nas residências de dois deles foram apreendidos documentos.
O nono andar do prédio da prefeitura, onde funciona o gabinete do prefeito foi interditado enquanto os agentes cumpriam o mandado de busca e apreensão.
Os muros altos da casa do prefeito e a dificuldade para enxergar o que se passava lá dentro levaram o repórter fotográfico Carlos Mendonça a improvisar.
Lógico que ninguém perdoou e as gozações foram muitas. "Ah, se essa câmera cai lá dentro", " Isso é um jeito novo de pular o muro?" foram apenas algumas das gracinhas que o coitado do Carlos teve que ouvir. Mas, quem ri por último, ri melhor, como diz o ditado. Com a câmera num suporte, ele tentou fotografar alguma ação por cima do muro. Depois, correu para conferir o resultado da estratégia.
Enquanto os fotógrafos clicavam sem parar em busca de alguma distração, o Robson escorava nos carros de imprensa para descansar o esqueleto cansado por ter acordado de madrugada para trabalhar. Como ele vive fotografando os colegas em todo tipo de situação para colocar aqui no nosso blog, agora também está na mira deles. Todos disputando uma foto que sirva de vingança. Enquanto não conseguem, vão nos munindo de material para contar os bastidores do jornalismo em Juiz de Fora.
No meio da manhã, alvoroço na área.
Não, não era o prefeito saindo ou a polícia federal chegando.
Eram nossos colegas Ricardo Beghini, repórter do Jornal Estado de Minas,
e Wallace Mattos, repórter do Jornal Tribuna de Minas.
O Beghini foi vítima da gozação dos entediados amigos que aproveitaram que ele chegou tarde para perturbá-lo.
Quinta-feira, dia dos namorados, nós dois trabalhando na parte da tarde... Estávamos pensando em passar a manhã namorando e curtindo o sossego do nosso cantinho. Mas, um casal de jornalistas nem deveria se dar ao trabalho de fazer planos desse tipo. Eles com certeza vão dar errado. Como se não bastasse o Robson sair às cinco da manhã para adiantar imagens de um incêndio enquanto eu tentava avisar nossa chefe, quando ele voltou tivemos que sair.
Destino: plantão na porta da casa do prefeito Alberto Bejani, no bairro Aeroporto, área nobre de Juiz de Fora.
Encontramos os colegas da imprensa reunidos por lá.
Calçada virou cadeira na falta de um lugar mais confortável.
Na espera longa, cada repórter tentava mobilizar as fontes para conseguir alguma novidade sobre a prisão do prefeito e o trabalho da Polícia Federal em vários pontos da cidade.
Descobrimos que além de Alberto Bejani, alguns secretários municipais estavam na mira da polícia e tiveram as casas vasculhadas.
Nas residências de dois deles foram apreendidos documentos.
O nono andar do prédio da prefeitura, onde funciona o gabinete do prefeito foi interditado enquanto os agentes cumpriam o mandado de busca e apreensão.
Os muros altos da casa do prefeito e a dificuldade para enxergar o que se passava lá dentro levaram o repórter fotográfico Carlos Mendonça a improvisar.
Lógico que ninguém perdoou e as gozações foram muitas. "Ah, se essa câmera cai lá dentro", " Isso é um jeito novo de pular o muro?" foram apenas algumas das gracinhas que o coitado do Carlos teve que ouvir. Mas, quem ri por último, ri melhor, como diz o ditado. Com a câmera num suporte, ele tentou fotografar alguma ação por cima do muro. Depois, correu para conferir o resultado da estratégia.
Enquanto os fotógrafos clicavam sem parar em busca de alguma distração, o Robson escorava nos carros de imprensa para descansar o esqueleto cansado por ter acordado de madrugada para trabalhar. Como ele vive fotografando os colegas em todo tipo de situação para colocar aqui no nosso blog, agora também está na mira deles. Todos disputando uma foto que sirva de vingança. Enquanto não conseguem, vão nos munindo de material para contar os bastidores do jornalismo em Juiz de Fora.
No meio da manhã, alvoroço na área.
Não, não era o prefeito saindo ou a polícia federal chegando.
Eram nossos colegas Ricardo Beghini, repórter do Jornal Estado de Minas,
e Wallace Mattos, repórter do Jornal Tribuna de Minas.
O Beghini foi vítima da gozação dos entediados amigos que aproveitaram que ele chegou tarde para perturbá-lo.
E o Wallace passou por lá para dar um alô.
Aproveitaram para posar para fotos.
Enquanto a gente tentava passar o tempo, pela cidade outras equipes de reportagem se desdobravam para cumprir os objetivos de cada uma. Houve três prisões na sede da Astransp, Associação das Empresas de Transporte de Juiz de Fora. Três empresários da mesma família, donos de uma empresa de ônibus, foram presos por suspeita de pagamento de propina ao prefeito para liberação de aumento de passagem. O preço previsto era de R$1,63, mas a prefeitura aprovou o pedido dos empresários e passou o valor para R$ 1,75. Na casa de um dos suspeitos, no Morro da Glória, a polícia apreendeu documentos e veículos. Um cunhado do prefeito também foi preso, pois teria bens irregulares no nome dele e seria cúmplice de um esquema de favorecimento de algumas empresas em contratos sem licitação.
Cada carro da Polícia Federal que chegava na casa do prefeito gerava uma correria entre os jornalistas. Nós todos precisávamos de confirmação para as inúmeras informações que íamos recebendo das fontes. Alberto Bejani deixou a casa dele às onze da manhã, num carro da Polícia Federal e foi levado direto para Belo Horizonte. Numa Rádio de Santos Dumont, que estaria no nome dele e da primeira dama, Vanessa Loçasso Bejani, os policias deram buscas e encontraram R$178 mil num cofre que ficava na sala da Vanessa, diretora-geral da rádio. O meio de comunicação teria sido comprado pelo casal por R$10 mil, valor considerado muito abaixo do previsto no mercado. A polícia suspeita que a rádio era usada para vender comerciais super-faturados.
Deixamos a casa do prefeito junto com o resto da imprensa, mas tivemos que voltar para procurar o motoboy que tinha sido enviado para pegar a fita. Foi quando o Robson notou num canto da rua um tripé abandonado. O equipamento tinha sido esquecido pelo cinegrafista da TV Panorama. Com medo de que ele fosse roubado, o Robson fez o "resgate". Levou o tripé para a TV Alterosa e avisou ao pessoal para ir buscar na nossa portaria. Se fosse nosso o equipamento gostaríamos que alguém tivesse feito o mesmo. Quando achamos que o plantão tinha acabado, fomos mandados a uma revendedora de veículos que pertece a um dos empresários presos.
Os policiais federais apreenderam dois malotes com documentos e voltaram para a delegacia.
Ainda não era dessa vez que a gente ia conseguir descansar...
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