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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Para-olimpíada de Pequim

Por Michele Pacheco

Puxa. Já pararam para pensar em quantas vezes por dia a gente reclama de alguma coisa idiota? E naquele momento, um detalhe pequeno parece uma tragédia.
Acho que isso acontece porque, no fundo, não temos problemas e isso nos deixa entediados.
Quem realmente tem dificuldades e enfrenta barreiras não tem tempo a perder aumentando a gravidade dos desafios.
Querem um exemplo?
Alexandre Ank, mesatenista de Juiz de Fora.

Ele é paraplégico e há cinco anos descobriu o tênis de mesa.
No início, era uma forma de superar a perda dos movimentos nas pernas e praticar atividade física.
Aos poucos, ele e os companheiros de partidas descobriram que a brincadeira tinha revelado um talento.

Hoje, aos 28 anos, Alexandre é o melhor mesatenista das Américas e o 17o do ranking mundial.
Nos Jogos Para-panamericanos do Rio, em 2007, ele conquistou medalhas de ouro e bronze.
A tragetória de sucesso parece sem limites.
O atleta teve bom desempenho em todas as competições que disputou no último ano e conseguiu índice para a Para-olimpíada de Pequim.

Alexandre Ank está sempre de bem com vida.
Chegamos na casa dele hoje e encontramos malas e apetrechos na sala. Tudo pronto para o embarque desta noite para São Paulo, onde se encontra com o restante da delegação brasileira que segue para a China.
Os uniformes da seleção brasileira, a mala e cada detalhe foram checados com atenção.
Nada pode faltar num momento tão importante.

Ank avalia o desafio que tem pela frente com tranqüilidade.
Ele treinou bastante desde o Para-pan, esteve em vários países da Europa, enfrentou grandes nomes do esporte e fortaleceu o preparo físico.
Forte candidato a uma medalha, Alexandre reflete determinação e garra. Longe de um empecilho, a cadeira de rodas parece fazer parte dele, sendo dominada com segurança.

Em vez de se fechar na depressão e na revolta por não andar, o atleta de Juiz de Fora descobriu força e motivação para começar uma fase nova, para desafiar a vida e aqueles que, por um momento que seja, duvidaram da capacidade dele.
Vamos torcer muito. Nas últimas três edições, o Brasil teve mais medalhas nos Jogos Para-olimpícos do que nos Olímpicos.
Se os brasileiros ficaram decepcionados com os resultados em Pequim, quem sabe não devam acompanhar com mais atenção o desempenho dos nossos para-atletas?
Com certeza, eles já provaram ter força, garra e determinação para levar a nossa bandeira ao lugar mais alto do pódio.

Vai fundo Brasil!