Dois homens presos no início da noite de hoje podem passar a noite no relento.
Eles estão algemados um ao outro pelo pés e sentados do lado de fora da carceragem em um banquinho de cimento, exposto a quem passa por alí.
Um deles veio de Palma-MG, para uma audiência que só acontece amanhã.
O outro foi preso à tarde porque deve pensão.
Segundo informações, o valor chega a R$ 3.000,00.
"Quando morava em São Paulo pagava até um salário e meio de pensão por mês, mas aqui em Muriaé, entrei em acordo para pagar cesta básica, e agora fui preso. Aguardo a chegada de meu patrão", disse o preso ao BLOG.
O outro homem que veio de Palma reclamou: "vou passar a noite neste frio? nesse banco? não posso, tenho muita dor de coluna".
A Cadeia Pública de Muriaé interditada a algum tempo, está agora com 142 presos, enquanto que sua capacidade é para 70.
Encontrar vaga na região é quase impossível, um desafio para o delegado diretor da cadeia.
Só para a Penitenciária Regional de Muriaé já foram mais de 30.
Ela também está lotada com 424 presos. Sua capacidade é para 396.
Mesmo assim a autorização tem que vir de Belo Horizonte.
Transtorno, frio, descaso.
Algo precisa ser feito.
Nem mesmo o fato de um deles ser deficiente físico mudou a situação.
Falar mais o quê?