Por Robson Rocha
O dia estava tranquilo quando chegou a informação de uma manifestação em Correia de Almeida, distrito de Barbacena.
Segundo um morador, são vários acidentes no mesmo trecho e nada tem sido feito para resolver o problema.
Hoje, mais um acidente.
Um caminhão saiu da pista e foi parar no estacionamento de um hotel.
Moradores da região fecharam o trânsito na BR-040, no sentido Juiz de Fora/Belo Horizonte, por quase duas horas, causando um grande congestionamento.
A manifestação foi para pedir sinalização e quebra-molas no local.
Quando o repórter Evandro Medeiros e eu estávamos indo para Barbacena, nos mandaram voltar ao km 787 da BR 040, em Juiz de Fora.
Passamos pelo trecho e havia dois carros da Concer no local.
Fizemos o retorno e não vimos nada de acidente.
Descemos do carro da TV e nada do carro acidentado.
Os funcionários da concessionária nos explicaram onde estava o carro.
Ele caiu a bem mais de cem metros da estrada.
O veículo não fez a curva, saiu da pista, passou por um pasto, uma estrada vicinal, abriu a vegetação e só tocou o chão depois de bater em uma cerca de arame.
O motorista, de 39 anos, foi atirado para fora do carro e morreu na hora.
Descemos pela estradinha de terra e vimos que, onde o carro bateu no chão, ficou a roda com parte da suspensão e outras partes do Corsa com placa de Mogi das Cruzes.
O veículo ainda capotou por mais de cinquenta metros até parar no meio de um pasto.
O carona de 49 anos foi socorrido e levado para o HPS de Juiz de Fora.
Chegando próximo ao carro, um morador da região disse que o estrago foi pequeno pela violência do acidente e que tinha sido um milagre o carona não ter morrido.
Não havia muita coisa no local.
No meio do mato, alguns panfletos de uma igreja evangélica, uma vasilha de plástico e alguns papeis.
O resultado da perícia deve revelar a possível causa do acidente.
Infelizmente para nós da imprensa, mais uma notícia triste.
Para a Polícia Rodoviária Federal, mais um número na estatística.
Mas, para a família, uma perda irreparável.
É difícil não pensar que em algum lugar havia pessoas esperando pelo motorista.
Agora, restam lembranças e dor naqueles que perderam um parente querido.
Nossa profissão nos obriga a viajar muito.
Depois de cobrir tantos acidentes e tantas tragédias nas estradas, é impossível não se sensibilizar e, até mesmo, sentir um pouco de medo.
Trabalhar como jornalista nos coloca diante de cenas que ninguém gostaria de ver e sempre traz aquela sensação de que poderia ser com alguém da nossa família.