Por Michele Pacheco
A história começou com um homem desesperado e machucado pedindo ajuda à polícia civil e denunciando ter sido sequestrado.
Ele contou que foi levado para um barraco e agredido durante um dia inteiro.
O fato ocorreu na zona norte de Juiz de Fora e a equipe da 3a delegacia de polícia, responsável por essa área entrou em ação.
No meio da tarde, os investigadores foram com a vítima até o bairro Parque das Torres.
Assim que chegaram, começaram a percorrer os locais que o homem lembrava de ter visto.
Ao passar por um bar, ele reconheceu o carro usado pelos sequestradores.
Os policiais civis agiram rápido e impediram que os dois suspeitos saíssem do local com o veículo.
Ao todo, 8 pessoas foram detidas, entre elas dois adolescentes.
Com eles estavam maconha, crack, canivete e outros objetos.
Alguns dos suspeitos já eram conhecidos pelos policiais por envolvimento com tráfico de drogas.
Todos foram encaminhados à 7a Delegacia Regional.
Os investigadores foram com a vítima também ao local que ela imaginava ser o cativeiro.
E encontraram tudo como o homem descreveu.
O acesso é complicado.
Tivemos que passar por uma pedra cheia de esgoto escorrendo e muito mato para subir o barranco apontado pelo sequestrado.
No alto, escondido num matagal estava um barraco caindo aos pedaços.
Imundo, ele tinha uma cama e um armário com restos de comida.
Os investigadores ficaram surpresos com a precariedade do cativeiro.
E acharam os vestígios da violência dos sequestradores.
A vítima contou que foi levada pela manhã para o local e passou todo o dia sendo agredida.
Os bandidos diziam que só iriam libertar o homem se ele entregasse o documento que tinha roubado da mulher de um dos sequestradores.
Ele tem valor e os sujeitos estavam desesperados para reaver o papel.
O homem disse que explicou que não fazia a menor idéia do que eles estavam falando.
Mas, não adiantou.
Quanto mais negava, mais apanhava.
Ele ficou amarrado com um fio de arame e foi amordaçado com um pedaço de câmara de ar de pneu.
O material foi apreendido pelos policiais.
As marcas pelo corpo confirmam que o sequestrado também foi vítima de tortura com um espeto de churrasco.
Ele também foi encontrado no barraco e apreendido.
Segundo a vítima, à noite os bandidos desistiram de conseguir uma confissão e soltaram o homem com ordens de que ele fosse em casa pegar o documento, caso contrário, iriam atrás da família dele.
Em vez de ir para casa, ele pediu ajuda à polícia.