Por Michele Pacheco
Esse é o tipo de notícia que ninguém quer dar ou ouvir.
Esse é o tipo de notícia que ninguém quer dar ou ouvir.

Isso é mais do que uma perversão, é uma monstruosidade!
Marco Antônio Rangel Mendes foi visto pela última vez pelo pai na quinta-feira passada.
“Ele chegou da escola e disse
que iria brincar com uns amigos na rua.
Marco Antônio Rangel Mendes foi visto pela última vez pelo pai na quinta-feira passada.
“Ele chegou da escola e disse

Quando ficou tarde e ele não apareceu, o pai começou a procurar.
A cada hora chegava uma informação diferente e nós perdemos muito tempo procurando nos lugares errados” lamentou o tio do menino.
Cleudes disse ainda que o sobrinho era um garoto tranqüilo e que não se metia em confusões.
A informação passada pelos colegas da
vítima foi que eles brincaram num campo de futebol de terra que fica no alto do bairro São Geraldo, perto de um matagal.
A informação passada pelos colegas da

Depois de algumas horas, o grupo decidiu ir embora, mas o Marco Antônio ficou para trás.
O irmão da vítima disse que uma das histórias contadas pelos amigos falava de um homem ter pedido ajuda ao menino para pegar um cavalo no pasto.
O corpo do garoto foi achado pelos colegas no sábado.
O corpo do garoto foi achado pelos colegas no sábado.

Ao lado, estavam a mochila que ele usava e o par de chinelos.
E havia sinais de violência sexual.
Alguns parentes desconfiam que o assassino seja alguém que tinha contato com o menino, pois ele não teria ido para o meio do mato com um desconhecido.
O caso levanta uma questão grave: o aumento da violência contra crianças e adolescentes.

O Jornal da Alterosa Edição Regional estreou hoje uma série de três reportagens sobre “Infância e Juventude em perigo”.
A primeira reportagem falou justamente da violência que inclui negligência da família, agressões,
cárcere privado, pedofilia.

Fizemos imagens de crianças e adolescentes pelas ruas de Juiz de Fora.
Pedindo esmolas ou fazendo malabarismos nos sinais em troca de dinheiro, eles tentam sobreviver à negligência da família.
Um tipo de violência que está se tornando comum na
cidade é o cárcere privado.
Um tipo de violência que está se tornando comum na

Com um número elevado de adolescentes e crianças envolvidos com droga, muitos pais desesperados apelam e prendem os filhos em casa.
Há duas semanas, conselheiros tutelares foram a uma casa no bairro Santa Efigênia, zona sul de Juiz de Fora, averiguar a denúncia de que uma mulher mantinha a filha de 13 anos presa num quarto para impedir que ela fugisse para a rua.
Uma outra mulher foi presa pela Polícia Militar
depois que vizinhos denunciaram que ela acorrentava o filho em casa.
Uma outra mulher foi presa pela Polícia Militar

“Ele rouba, usa droga e fez ligação direta numa Kombi.
O que falta ele fazer?
Eu não quero que meu filho seja um marginal.
Não faço isso por maldade, apenas quero afastar meu filho do crime” desabafou a mulher abalada com os problemas do adolescente.
Quando um adulto sente atração por meninos e meninas e não controla os impulsos, pode transformar crianças felizes em vítimas assustadas e traumatizadas.
A psicóloga e sexóloga, Maria Lúcia Beraldo, explica que o abuso e a exploração sexual deixam seqüelas que exigem acompanhamento psicológico permanente.
“Na menina, a violência sexual pode deixar conseqüências
emocionais e sexuais, impedindo que ela tenha uma vida sexual e afetiva saudável. No menino, o reflexo pode não ser na vida sexual, mas na violência, tornando a vítima um indivíduo de pavio curto, sempre disposto a agredir como forma de defesa e auto-preservação. Em ambos os casos, as vítimas têm muita dificuldade para voltar a confiar nos adultos” esclarece Maria Lúcia.
A delegada de Mulheres, Maria Isabella Santo,
lembra que na maioria dos casos, o agressor é uma pessoa da confiança da vítima.
“Na menina, a violência sexual pode deixar conseqüências

A delegada de Mulheres, Maria Isabella Santo,

“Nossas investigações apontam que, em geral, a violência sexual é praticada por pais, irmãos, padrastos, tios, primos... pessoas que têm a confiança da vítima e fácil acesso a ela” revela.
A dica da delegada é para que os parentes e vizinhos de uma criança ou de um adolescente que mostrem sinais de violência sexual façam a denúncia.
A mãe da vítima deve registrar queixa na delegacia e dar encaminhamento à investigação.
O advogado Luiz Alexandre Botelho

“O Código Penal prevê punição severa para quem pratica esse tipo de crime e pode haver acréscimo da pena caso a agressão provoque danos físicos e morte da vítima.
Se o agressor é o pai ou alguém da família, a punição é ainda mais rigorosa” conta Luiz Alexandre.