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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Denúncia de agressão em hospital de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A TV Alterosa foi procurada hoje pela família de um detento do Ceresp, Centro de Remanejamento em Segurança Pública, de Juiz de Fora.
O rapaz de 27 anos sofre de transtorno bipolar e estava internado no Hospital de Pronto Socorro há 4 meses.
Um amigo dele contou que o jovem foi preso em flagrante em janeiro, depois de um assalto a taxista.

No Ceresp, ele teria tido um surto e tentado suicídio.
O diretor pediu então que o detento fosse transferido para um hospital, onde pudesse receber tratamento psiquiátrico.
Segundo o amigo do preso, ele teve outro ataque nessa madrugada e tentou fugir do HPS pelos fundos, pulando do terceiro andar.
Parte da grade da janela tinha sido arrancada numa outra tentativa de fuga, ocorrida há alguns meses.

Segundo uma funcionária do hospital, hoje há cerca de 20 detentos no HPS.
Eles ficam no terceiro andar e as janelas da “cela” têm grades.
Um morador da região não quis gravar entrevista, mas contou que foi um tumulto na madrugada.
O rapaz ficou preso na grade e foi preciso serrar o resto das barras para que ele fosse retirado.

A família denunciou que, ao ser retirado da janela, o preso foi espancado por agentes penitenciários e por um enfermeiro.
O amigo dele citou escoriações nos braços e pernas e hematomas pelo corpo.
Os agentes que estavam de guarda e os policiais militares que atenderam a ocorrência negaram a agressão e disseram que o rapaz se feriu ao ficar preso na janela.

O detento foi levado para a 7ª Delegacia Regional de Segurança Pública e ouvido pela delegada de plantão. Depois, foi encaminhado de volta ao Ceresp. Um inquérito vai apurar as condições da tentativa de fuga.

A mãe do preso denunciou que o filho é viciado em crack e estaria tendo contato com a droga dentro do HPS.
“Ele conseguia droga lá dentro. Eu já vi muito preso usando.
Eu acredito que meu filho tenha usado antes de tentar fugir.
Ele pediu ontem que o amigo levasse uma garrafa de vinho para ele” contou ela revoltada.

A denúncia é muito grave. Se, de alguma forma, as drogas estão mesmo entrando no hospital, casos como o deste detento poderiam terminar mal.
Segundo a família, o rapaz tem problemas psiquiátricos e toma remédios controlados para evitar surtos.
Imagine se ele tiver acesso a droga e álcool!
Como fica o efeito do medicamento?

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora informou que as denúncias estão sendo apuradas, mas a prefeitura não vai se manifestar sobre o caso por enquanto.
A intenção do município é solicitar uma audiência no Ministério Público para discutir a situação dos presos internados.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Juiz de Fora disse que o assunto vai ser abordado numa audiência pública.
Flávio Checker (PT) revelou que tem acompanhado o caso e que o município deve propor ao governo de Minas a criação de um centro de saúde para atender detentos.
Ele explicou que os presos ficam algemados no hospital.

“Apesar de parecer desumano, é necessário, levando em conta a estrutura do hospital onde estão internados.
Recebemos muitas reclamações de pessoas que não concordam com as vagas que são reservadas para os detentos.
Mas, temos que lembrar que, mesmo presos, eles têm o direito à saúde” esclareceu o vereador.

Greve e desunião em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Hoje, foi dia de assembléias.
A primeira foi às nove da manhã, no centro de Juiz de Fora.
Uma multidão de servidores municipais se reuniu em frente à Câmara Municipal.
O objetivo era discutir o indicativo de greve e avaliar as propostas da prefeitura.
esde o início, ficou clara uma divisão entre os diversos sindicatos e trabalhadores.

A contraproposta da prefeitura inclui um abono para os profissionais que têm os menores salários.
E também a incorporação do adicional de periculosidade aos salários dos servidores que trabalham no Hospital de Pronto Socorro e nas regionais de saúde e a inclusão dos motoristas da Empav nos benefícios dados aos motoristas da administração direta.

O documento enviado pela prefeitura com a contraproposta foi avaliado pelos líderes dos diversos sindicatos.
Enquanto alguns trabalhadores pressionavam para que o acordo fosse feito, os sindicalistas mostrava insatisfação.
Cosme Nogueira, presidente do Sinserpu (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais) já tinha dito nas outras paralisações que o objetivo da prefeitura era descentralizar o poder de negociação.

“Eles negociaram em separado com algumas categorias, foram ao Demlurb e fizeram propostas que criaram uma divisão” reclamou Cosme. Mesmo assim, ele considera o movimento vitorioso, já que mobilizou quase 90% do funcionalismo municipal. O próximo passo é formar uma comissão para seguir com as negociações com a prefeitura.
Os sindicatos dos engenheiros e dos médicos não descartam a possibilidade de paralisações.

Se os servidores mostraram desunião, os professores seguem firmes com a greve que começou no último dia 29.
Eles fizeram uma assembléia às quatro da tarde e votaram na manutenção do movimento grevista e recusaram a contraproposta da prefeitura.
Os únicos itens considerados um avanço nas negociações foram as propostas de ampliação das férias-prêmio e a avaliação de um plano de carreira para os secretários.

Os professores querem, entre outras reivindicações, passar de R$ 450 para R$ 600 a verba para compra de material pedagógico, reajuste de 10% dos salários e manutenção do plano de carreira dos professores.
O coordenador geral do Sinpro disse hoje, ao vivo no Jornal da Alterosa, que considera um descaso da prefeitura a falta de avanço nas negociações.

Ele rebateu as informações oficiais de que o município não tem como reajustar os salários neste ano por conta da dívida de R$ 60 milhões herdada do governo passado, dos reflexos da crise mundial e da queda no repasse de verbas federais. “É só entrar na internet e pesquisar. Os dados não batem. O governo federal já avisou que vai liberar o FPM correspondente aos valores de 2008. Além disso, as dívidas da prefeitura estão sendo negociadas e não podem servir de desculpa para prejudicar o funcionalismo” reclamou Flávio Bitarello. A próxima assembléia está marcada para a semana que vem.