Estamos postando na íntegra o texto do esclarecimento enviado pelo Presidente do Sinserpu-JF, Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora.
"Caros, Michele e Robson
Compreendo a revolta de vocês, mas é preciso esclarecer alguns fatos. Quando a sua equipe chegou, já havia ocorrido um tumulto maior e os ânimos estavam ainda muito alterados. O grupo que veio de fora não interpretou de forma correta o edital de convocação, que chamava sindicatos de prefeituras e câmaras municipais do estado que estivessem em consonância com a Portaria 186 do Ministério do Trabalho para apoiar o ato de fundação da nova federação. A Portaria 186 abre a possibilidade de pluralidade entre entidades sindicais de grau superior.
É preciso esclarecer ainda o seguinte:
1) A Fesempre, entidade que liderou os protestos, é uma federação interestadual de sevidores municipais e estaduais com base em Minas e em outros estados. Sendo ela interestadual, a base única de servidores municipais estava vaga, o que fortalece o nosso movimento.
2) Desde os primeiros passos da criação da nova federação, a Fesempre vem tentando impedir seu êxito Antes desta assembleia geral de fundação, sete sindicatos do Estado publicaram editais de convocação para aprovar internamente tal proposta. As assembleias foram marcadas para 26 de outubro nas cidades de Juiz de Fora, Matias Barbosa, Carandaí, Barroso, Ijaci, Nepomuceno e São João Nepomuceno. A direção da Fesempre enviou pessoas para todas essas assembleias para impedir suas realizações.Várias tiveram boletins de ocorrência, mas conseguiram realizar os encontros. Somente em Barroso, onde o presidente da Fesempre, Sr. Aldo Liberato foi pessoalmente, a assembleia não aconteceu.
3) Diante dos fatos ocorridos anteriormente e ciente que a Fesempre viria a Juiz de Fora para tumultuar e através disso impedir o ato de fundação, a comissão organizadora da assembleia adotou medidas para garantir a segurança daqueles que são favoráveis ao movimento. Durante o tumulto, muitos dos nossos companheiros também foram impedidos de entrar no local.
Se existe falta de democracia não é da comissão pró-fundação da nova federação, mas sim de um grupo que não aceita a quebra de uma hegemonia que nada tem a oferecer de concreto para a nossa categoria. Nesse sentido, o tumulto que se generalizou não foi provocado por nós. É preciso lembrar que em nove anos à frente do Sinserpu, nunca criamos qualquer dificuldade ou obstáculo aos funcionários da TV Alterosa ou qualquer outro órgão de imprensa. Sempre fomos solícitos em compartilhar os fatos que ocorrem em nossa área de atuação. O incidente de ontem não deve ser um rótulo negativo a um trabalho e a uma convivência sempre respeitosa e fraterna que tivemos ao longo dos anos.
Saí escoltado por orientação da própria Polícia Militar e não por estar querendo fugir de qualquer responsabilidade e se fui vaiado, foi pelo grupo orquestrado pela Fesempre da qual somos dissidentes por não concordarmos com atitudes que consideramos nocivas ao movimento sindical.
Travamos muitas batalhas em Juiz de Fora, como as questões salariais e da Amac, e nunca a Fesempre compareceu com caravana para manifestar apoio. Agora, para não perder impostos dos sindicatos dissidentes eles reagem desta forma.
Nosso movimento é apoiado pela Confederação Nacional dos Servidores, CGTB, CTB e Nova Central Sindical, uma vez que os sindicatos que compõem esse movimento fazem parte dessas três centrais sindicais. Citamos os sindicatos que nos apoiam: Sindicatos dos Servidores Municipais de Varginha, Uberlândia, São Lourenço, Nova Lima, Leopoldina, São João Nepomuceno, Ponte Nova, Matias Barbosa, Carandaí, Nepomuceno e Ijaci, Barroso e Ouro Branco.
Mais uma vez, peço desculpas pelo incidente, que, entretanto, não foi uma determinação de minha parte, mas uma inabilidade daqueles que estavam na linha de frente do impasse."
Cosme Ricardo Gomes Nogueira
(presidente do Sinserpu-JF)