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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mãe de 19 anos suspeita de matar bebê em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Ainda bem que estou de licença maternidade e não tive que cobrir esse caso.
Não adianta!
Por mais que eu não queira fazer julgamento de valores, é difícil quando tudo indica que uma mãe matou o próprio filho.
Puxa, cada dia que eu acordo e olho para a Olívia com aquele sorriso inocente e confiante, peço a Deus forças para corresponder a tanto amor.

Como uma mulher pode pegar uma criança indefesa, olhar para o rostinho dela e jogar fora?!
Os casos são cada vez mais frequentes e as justificativas são muito parecidas.
Uma diz que não sabia que estava grávida, outra fala que não queria decepcionar a família, etc.
Caramba, e o bebê?!
Ele é a parte mais frágil dessa história.

Fiquei revoltada quando soube do caso registrado nessa quarta-feira.
A jovem de 19 anos é da cidade de Mercês e estava morando em Juiz de Fora com parentes.
Segundo funcionários da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro São Pedro, ela deu entrada na tarde de ontem, por volta de 16h, com dores fortes na barriga.
Passou por exames e disse que outros médicos tinham diagnosticado uma tumoração abdominal.

De acordo com registros da polícia militar, ela pediu para ir ao banheiro e demorou lá.
Quando saiu, pediu roupas limpas.
Os funcionários estranharam o fato de que a paciente e o banheiro estavam sujos de sangue.
A desconfiança de que a jovem estava grávida aumentou.
A resposta para o enigma estava do lado de fora, estatelada no cimento frio.

Um segurança contou que fazia a ronda quando achou um volume estranho no chão.
Chegando perto, notou que era um bebê e pediu socorro.
A criança nasceu com 24 semanas, quase seis meses, e ficou muito ferida na queda de cerca de dois metros de altura.
Ela foi encaminhada para uma Unidade de Tratamento Intensivo no Hospital João Penido.
O quadro era grave: traumatismo craniano, fraturas, hipotermia, bradicardi e dificuldades para respirar.

A mãe passou a noite internada no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, foi ouvida pela Polícia Civil nessa manhã e encaminhada à Penitenciária Arioswaldo Campos Pires por suspeita de assassinato.
Ela contou ao delegado de plantão que não sabia que estava grávida e que colocou o bebê no parapeito da janela porque era mais seguro.
A garota admitiu ter visto o bebê cair e não explicou porque escondeu o fato dos atendentes e voltou ao quarto como se nada tivesse ocorrido.

Durante o depoimento, a mãe contou que engravidou em novembro do ano passado e que em março deste ano procurou um médico para saber o motivo da menstruação estar em falta.
Ela afirmou que foi receitado um medicamento e que voltou a menstruar.
Disse que ontem sentiu muitas dores abdominais, foi ao hospital e no banheiro notou que um coagulo saiu dela, junto com o bebê.
Os policiais perguntaram porque a mãe não colocou o filho no colo e pediu ajuda e ela respondeu que estava nua.
Estranho não?

A psicóloga Maria Lúcia Beraldo gravou entrevista para o Jornal da Alterosa e explicou que nem todas as mulheres têm instinto materno.
Ela apontou ainda alguns distúrbios que podem ter levado a mãe a praticar um ato tão bárbaro.
Como jornalista, acho difícil cobrir esse tipo de caso.
Tudo que envolve criança sempre mexe demais comigo e com o Robson.

Já acompanhamos ocorrências de mãe que matou o filho, escondeu num armário e depois jogou num brejo em Goianá; mãe que jogou filho fora dentro de saco plástico, pai que esmagou a cabeça da filha recém nacida porque ela chorava e ele queria ouvir música e muitas outras atrocidades.
A cada ocorrência é mais difícil deixar de lado a emoção e a revolta para garantir uma matéria sem acusações, mostrando todos os lados envolvidos.