Por Michele Pacheco
Estávamos cobrindo o treino do Tupi, quando nossa editora ligou para avisar que tinha acontecido um acidente com um caminhão e dois ônibus na Avenida Independência, uma das mais movimentadas de Juiz de Fora.
Chegamos no local e levamos um susto com o tamanho do congestionamento na pista contrária, onde estavam os veículos batidos.
Tivemos que fazer uma volta enorme para encontrar um local para estacionar, driblando a retenção.
Enquanto o Robson preparava o equipamento, corri na frente em busca de informações.
O caminhão usado pelos correios bateu na traseira de um ônibus da Viação Tusmil, quebrou o vidro traseiro e amassou bem a lataria. Com a força do impacto, o coletivo foi empurrado e bateu num outro ônibus da mesma empresa, que tinha acabado de pegar passageiros no ponto.
Díficil foi acreditar que com tantos vidros quebrados e dois ônibus com passageiros não houvesse feridos graves.
Segundo o motorista do caminhão, Oswaldo Bia, ele estava descendo a Avenida Independência, no sentido Bairro Cascatinha-Centro, quando percebeu que o caminhão estava sem freio. Tentou controlar o veículo, mas não conseguiu evitar a batida.
O Jorge Ferreira era o motorista do primeiro ônibus atingido. Ele contou que estava encostando o coletivo no ponto, quando sentiu o impacto.
Várias pessoas caíram, algumas foram arremessadas para a frente e o passageiro que estava sentado no banco de trás, do lado onde houve a batida, teve escoriações. Ele foi socorrido por uma unidade do SAMU e levado para o Hospital Maternidade Terezinha de Jesus, que fica bem em frente ao local do acidente. Além do rapaz, uma mulher grávida que tinha acabado de entrar no outro ônibus também precisou ser levada para o Hospital. Segundo o motorista, ela passou mal com o susto. Os dois foram atendidos e liberados.
Como o trânsito é intenso no trecho da Avenida Independência, o congestionamento só foi aumentando enquanto estávamos lá. As cenas de imprudência começaram a aparecer. Motoristas de carros largos, como caminhonetes, tentavam passar e notavam que o espaço que restou entre o caminhão e o canteiro central era muito estreito. Alguns se arriscaram passando com duas rodas em cima do canteiro. Outros, ficaram presos, como este carro preto. Um comerciante tentou passar, não conseguiu e ficou preso, impedindo que mesmo os carros pequenos passassem.
Todos os motoristas reclamavam da demora na chegada da Polícia Militar. Segundo os motoristas envolvidos no acidente, o carro da PM só chegou ao local 40 minutos depois da batida. Mesmo assim, os policiais foram anotar os dados da ocorrência e não providenciaram de imediato um esquema para desafogar o trânsito todo enrolado. As reclamações eram muitas, mas o pessoal não podia fazer mais do que esperar uma solução. Alguns desistiram de tentar passar e começaram a dar ré e a virar os veículos no alto da ladeira, voltando na contra-mão até um trevo para passar por outro lugar. O caminhão foi apreendido pela PM, pois estava com o seguro obrigatório atrasado.
O Robson e o Fernando Príamo, da Tribuna de Minas, estavam registrando tudo. Esse povo de imagem não é mole! Bastava eu piscar e o Robson sumia. Quando olhava em volta, ele estava no meio da pista, entre os veículos batidos, dentro do ônibus, no meio da fila de carros... Não sei como consegue se mexer tanto com quase treze quilos no ombro! E o Príamo também não sossega em busca do melhor ângulo. Até na janela do coletivo ele conseguiu espaço para trabalhar. É isso que faz diferença no produto final: a paixão pela profissão e a vontade de melhorar sempre, até nas matérias mais básicas, como um acidente de trânsito.
Parabéns ao dois pelo excelente trabalho!
Quem somos
- Michele Pacheco e Robson Rocha
- JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
- Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...
segunda-feira, 31 de março de 2008
Tupi se prepara para enfrentar o Cruzeiro pelo Campeonato Mineiro
Por Michele Pacheco
O time do Tupi se reapresentou hoje, depois de um fim de semana de folga. O galo carijó tem uma semana puxada pela frente. Os treinos estão previstos para todos os dias. Afinal, o desafio do próximo domingo promete ser o maior de todos neste Campeonato Mineiro. O Tupi foi o primeiro time a se classificar para as semifinais da competição, com uma rodada de antecedência. O galo de Juiz de Fora venceu o Villa Nova por dois a zero na casa do adversário, na semana passada.
O Cruzeiro lidera o Mineiro com 23 pontos, seguido de Tupi com 21 e Atlético Mineiro com 19.
A última vaga vai ser decidida entre Rio Branco, Guarani, Ituiutaba e Villa Nova. O Tupi enfrenta o Cruzeiro no próximo domingo, às 16h no Estádio Municipal Mário Helênio, em Juiz de Fora. Para a partida, o técnico João Carlos tem dois desfalques confirmados. O atacante Ademílson cumpre suspensão por ter recebido o terceiro cartão amarelo e o zagueiro Sílvio levou cartão vermelho contra o Villa Nova.
Mais do que torcer para que o Tupi cresça e apareça cada vez mais, nós da imprensa temos que divulgar a boa fase.
Os times do interior precisam de muito apoio para conquistar espaço entre os grandes. Não basta fazer bonito em campo, eles esbarram na "tradição" de se valorizar mais os times grandes, por pior que eles estajam nas competições.
Mas, se os torcedores se unirem e gritarem bem alto o nome do time deles, alguém vai ouvir.
E isso pode se reverter em patrocínio e chance de melhorar as condições da equipe e lutar de igual para igual com os graúdos.
Matéria no Tupi sempre vira ponto de encontro! Hoje, encontramos com o Moisés Valle, cinegrafista da TV Panorama. Entre uma brincadeira e outra, ele montou o tripé no gramado e se preparou para registrar o primeiro treino da equipe depois da folga. Os jogadores fizeram exercícios leves, para voltar à rotina de treinos. Cobrir futebol é um desafio para qualquer repórter cinematográfico. Eles olham as imagens que são as mesmas dia após dia - jogadores exercitando, jogadores em coletivo, jogadores conversando com técnico... - e têm que tirar imagens diferentes do lugar comum.
Mais do que um fã do Tupi, o Robson tem o maior carinho na hora de fazer as imagens.
Ele está em constante busca por um ângulo diferente, um detalhe que parece perdido e pode virar um gancho legal na matéria, algum fato que passa despercebido para todos, mas pode ganhar destaque. E, claro, não perde uma boa oportunidade para colocar as novidades em dia. Flagrei o Robson e o Moiséis no maior papo. Advinhe do que estavam falando?
Câmeras, é lógico!
O time do Tupi se reapresentou hoje, depois de um fim de semana de folga. O galo carijó tem uma semana puxada pela frente. Os treinos estão previstos para todos os dias. Afinal, o desafio do próximo domingo promete ser o maior de todos neste Campeonato Mineiro. O Tupi foi o primeiro time a se classificar para as semifinais da competição, com uma rodada de antecedência. O galo de Juiz de Fora venceu o Villa Nova por dois a zero na casa do adversário, na semana passada.
O Cruzeiro lidera o Mineiro com 23 pontos, seguido de Tupi com 21 e Atlético Mineiro com 19.
A última vaga vai ser decidida entre Rio Branco, Guarani, Ituiutaba e Villa Nova. O Tupi enfrenta o Cruzeiro no próximo domingo, às 16h no Estádio Municipal Mário Helênio, em Juiz de Fora. Para a partida, o técnico João Carlos tem dois desfalques confirmados. O atacante Ademílson cumpre suspensão por ter recebido o terceiro cartão amarelo e o zagueiro Sílvio levou cartão vermelho contra o Villa Nova.
Mais do que torcer para que o Tupi cresça e apareça cada vez mais, nós da imprensa temos que divulgar a boa fase.
Os times do interior precisam de muito apoio para conquistar espaço entre os grandes. Não basta fazer bonito em campo, eles esbarram na "tradição" de se valorizar mais os times grandes, por pior que eles estajam nas competições.
Mas, se os torcedores se unirem e gritarem bem alto o nome do time deles, alguém vai ouvir.
E isso pode se reverter em patrocínio e chance de melhorar as condições da equipe e lutar de igual para igual com os graúdos.
Matéria no Tupi sempre vira ponto de encontro! Hoje, encontramos com o Moisés Valle, cinegrafista da TV Panorama. Entre uma brincadeira e outra, ele montou o tripé no gramado e se preparou para registrar o primeiro treino da equipe depois da folga. Os jogadores fizeram exercícios leves, para voltar à rotina de treinos. Cobrir futebol é um desafio para qualquer repórter cinematográfico. Eles olham as imagens que são as mesmas dia após dia - jogadores exercitando, jogadores em coletivo, jogadores conversando com técnico... - e têm que tirar imagens diferentes do lugar comum.
Mais do que um fã do Tupi, o Robson tem o maior carinho na hora de fazer as imagens.
Ele está em constante busca por um ângulo diferente, um detalhe que parece perdido e pode virar um gancho legal na matéria, algum fato que passa despercebido para todos, mas pode ganhar destaque. E, claro, não perde uma boa oportunidade para colocar as novidades em dia. Flagrei o Robson e o Moiséis no maior papo. Advinhe do que estavam falando?
Câmeras, é lógico!
Copa TV Alterosa de Futebol Regional
Por Carlos Ferreira
Amistoso com entrada franca...
Nesta quarta-feira dia 03/04, às 17:00 horas o E.C. Ribeiro Junqueira estará realizando seu segundo jogo amistoso antes da estréia na Copa TV Alterosa de Futebol Regional, será contra um velho rival na cidade, o Rosário Central.
Partidas memoráveis marcaram época na história do futebol em nossa cidade. A partida terá ENTRADA FRANCA, vale a pena conferir!!!
R. Junqueira goleia em amistoso...
No primeiro amistoso da equipe comandada pelo Prof. Wilson Rodrigues, os atletas mostraram muita vontade e preparo físico durante a partida, algumas jogadas já começaram a fluir.
E aos 6 minutos Douglas abre o marcador para o R.J... com isso só restou a equipe do XV de Novembro partir para o ataque onde começou a tomar o rumo de uma grande rivalidade, aos 18 minutos Bruno marca o segundo gol do R.J. e logo em seguida o jogador Peixoto desconta aos 25 minutos para o XV de Novembro. A partida esquentou com a marcação de um pênalti a favor do XV que levou a expulsão do zagueiro do R.J., seria o empate, porém o goleiro do R.J. defendeu a cobrança. O R.J. mesmo com 10 atletas em campo chegou ao terceiro gol aos 49 minutos nos acréscimos do primeiro tempo. De volta ao segundo tempo com um jogo mais morno as equipes levaram pouco perigo as metas, o Prof. Wilson aproveitou a vantagem no marcador para testar outros jogadores e fez várias substituições durante o a segunda etapa, e aos 41 minutos Juninho do R.J. marca o gol mais bonito da partida selando de vez a vitória do E.C. Ribeiro Junqueira.
A torcida fez a sua parte e lotou o estádio, sem cobrança excessiva aos jogadores e presenciou uma equipe aguerrida para temporada de 2008.
A diretoria não descarta a possibilidade da marcação de outro amistoso durante a semana para conclusão dos preparativos visando à estréia na Copa TV Alterosa de Futebol contra equipe do Operário F.C. de Muriaé atual campeão da competição.
Copa TV Alterosa de Futebol Regional
Vai começar o maior Campeonato Regional de Futebol amador organizado pela Liga de Futebol de Juiz de Fora.
O E.C. Ribeiro Junqueira fará seu jogo de estréia em Leopoldina contra o campeão de 2007 o Operário Futebol Clube de Muriaé.
O R.J. está na chave A formada pelas equipes:
OPERÁRIO Futebol Clube (MURIAÉ),
Esporte Clube RIBEIRO JUNQUEIRA (LEOPOLDINA),
RECREIO Futebol Clube (RECREIO)
NACIONAL Atlético Clube (VISCONDE DO RIO BRANCO).
Apenas duas equipes seguirão na competição.
Fonte: www.ribeirojunqueira.com.br
Amistoso com entrada franca...
Nesta quarta-feira dia 03/04, às 17:00 horas o E.C. Ribeiro Junqueira estará realizando seu segundo jogo amistoso antes da estréia na Copa TV Alterosa de Futebol Regional, será contra um velho rival na cidade, o Rosário Central.
Partidas memoráveis marcaram época na história do futebol em nossa cidade. A partida terá ENTRADA FRANCA, vale a pena conferir!!!
R. Junqueira goleia em amistoso...
No primeiro amistoso da equipe comandada pelo Prof. Wilson Rodrigues, os atletas mostraram muita vontade e preparo físico durante a partida, algumas jogadas já começaram a fluir.
E aos 6 minutos Douglas abre o marcador para o R.J... com isso só restou a equipe do XV de Novembro partir para o ataque onde começou a tomar o rumo de uma grande rivalidade, aos 18 minutos Bruno marca o segundo gol do R.J. e logo em seguida o jogador Peixoto desconta aos 25 minutos para o XV de Novembro. A partida esquentou com a marcação de um pênalti a favor do XV que levou a expulsão do zagueiro do R.J., seria o empate, porém o goleiro do R.J. defendeu a cobrança. O R.J. mesmo com 10 atletas em campo chegou ao terceiro gol aos 49 minutos nos acréscimos do primeiro tempo. De volta ao segundo tempo com um jogo mais morno as equipes levaram pouco perigo as metas, o Prof. Wilson aproveitou a vantagem no marcador para testar outros jogadores e fez várias substituições durante o a segunda etapa, e aos 41 minutos Juninho do R.J. marca o gol mais bonito da partida selando de vez a vitória do E.C. Ribeiro Junqueira.
A torcida fez a sua parte e lotou o estádio, sem cobrança excessiva aos jogadores e presenciou uma equipe aguerrida para temporada de 2008.
A diretoria não descarta a possibilidade da marcação de outro amistoso durante a semana para conclusão dos preparativos visando à estréia na Copa TV Alterosa de Futebol contra equipe do Operário F.C. de Muriaé atual campeão da competição.
Copa TV Alterosa de Futebol Regional
Vai começar o maior Campeonato Regional de Futebol amador organizado pela Liga de Futebol de Juiz de Fora.
O E.C. Ribeiro Junqueira fará seu jogo de estréia em Leopoldina contra o campeão de 2007 o Operário Futebol Clube de Muriaé.
O R.J. está na chave A formada pelas equipes:
OPERÁRIO Futebol Clube (MURIAÉ),
Esporte Clube RIBEIRO JUNQUEIRA (LEOPOLDINA),
RECREIO Futebol Clube (RECREIO)
NACIONAL Atlético Clube (VISCONDE DO RIO BRANCO).
Apenas duas equipes seguirão na competição.
Fonte: www.ribeirojunqueira.com.br
Dengue assusta em Cataguases
Por Robson Rocha
Viajamos para Cataguases para fazer uma matéria sobre a dengue.
Antes de chegar na cidade levei um susto. Estava tranqüilo no carro quando senti algo gelado no meu braço. Era a Michele me jogando repelente, reclamei e ela afirmou que eu tinha que passar. Fazer o quê? Ela já tinha me dado um banho.
Então era esperar que o mosquitinho não conseguisse chegar perto.
Devidamente banhados de repelente chegamos em Cataguases e fomos direto à secretaria de Saúde, pois existem na cidade 162 casos notificados e a suspeita de que três pessoas morreram de dengue hemorrágica na cidade somente neste ano.
A Michele conversou com a equipe da secretaria de Saúde e enquanto isso eu fazia as imagens. Eles diziam que era preciso aguardar o resultado dos exames e que afirmar que as mortes foram por dengue hemorrágica poderia causar um certo pânico.
Gravamos as entrevistas e descemos. Foi quando um grupo de pessoas chamou a Michele no Pronto Socorro.
O local estava cheio e o vai e vem de ambulâncias era grande. Todos pareciam ter o mesmo problema. Os funcionários não queriam aparecer, mas deixaram que a gente gravasse na recepção e nada além disso.
Atravessamos a rua e fomos para Santa Casa de Cataguases. Lá o provedor afirmou pra Michele que está tudo tranqüilo e que o hospital está preparado para qualquer eventualidade.
Já um médico que estava na sala confirmou que as três mortes foram por dengue hemorrágica e ligou na nossa frente para outros médicos que também confirmaram que o resultado dos exames já havia saído e estava com as autoridades da cidade.
No hospital, encontramos várias pessoas internadas tomando soro na veia e com sintomas de dengue.
Algumas pessoas gravaram entrevista, mas a que me impressionou foi de uma senhora que estava com o marido no corredor do hospital. A Michele perguntou se ela gravava entrevista e ela disse que sim, mas não estava bem. Ela começou a falar e foi ficando mais abatida. A Michele tirou o microfone e ela desabou no banco. Ela já estava medicada, porém ainda sentia muitas dores. Gravei mais umas poucas imagens e saímos.
Fiquei no carro enquanto a Michele acionava algumas fontes na cidade, pois precisávamos de uma das famílias das vítimas fatais da dengue.
Só que enquanto esperava, vários moradores me indagaram sobre o que estávamos fazendo. Afirmavam que a prefeitura estava escondendo as informações e que a população não havia sido informada de nada.
Depois de um tempo a Michele conseguiu localizar uma família. Fomos até a casa que fica em uma rua próxima ao rio que corta a cidade. Lá encontramos o filho do senhor que havia morrido e ele nos mostrou o atestado de óbito onde constava como causa da morte dengue hemorrágica.
Na casa, outras duas pessoas já haviam contraído a doença, mas tinham sido medicadas e estavam bem. A preocupação era para que uma senhora de 90 anos que mora lá e que já estava com a saúde um pouco debilitada não pegasse dengue.
Gravamos e pegamos a estrada de volta para Juiz de Fora com a sensação de que a situação em Cataguases é mais grave que parece.
Eu estava doido para chegar em Juiz de Fora. Não por causa do risco em Cataguases, mas porque a Michele jogou tanto repelente na gente que o cheiro ficou impregnado dentro da Parati e estava me repelindo do carro!
Antes de chegar na cidade levei um susto. Estava tranqüilo no carro quando senti algo gelado no meu braço. Era a Michele me jogando repelente, reclamei e ela afirmou que eu tinha que passar. Fazer o quê? Ela já tinha me dado um banho.
Então era esperar que o mosquitinho não conseguisse chegar perto.
Devidamente banhados de repelente chegamos em Cataguases e fomos direto à secretaria de Saúde, pois existem na cidade 162 casos notificados e a suspeita de que três pessoas morreram de dengue hemorrágica na cidade somente neste ano.
A Michele conversou com a equipe da secretaria de Saúde e enquanto isso eu fazia as imagens. Eles diziam que era preciso aguardar o resultado dos exames e que afirmar que as mortes foram por dengue hemorrágica poderia causar um certo pânico.
Gravamos as entrevistas e descemos. Foi quando um grupo de pessoas chamou a Michele no Pronto Socorro.
O local estava cheio e o vai e vem de ambulâncias era grande. Todos pareciam ter o mesmo problema. Os funcionários não queriam aparecer, mas deixaram que a gente gravasse na recepção e nada além disso.
Atravessamos a rua e fomos para Santa Casa de Cataguases. Lá o provedor afirmou pra Michele que está tudo tranqüilo e que o hospital está preparado para qualquer eventualidade.
Já um médico que estava na sala confirmou que as três mortes foram por dengue hemorrágica e ligou na nossa frente para outros médicos que também confirmaram que o resultado dos exames já havia saído e estava com as autoridades da cidade.
No hospital, encontramos várias pessoas internadas tomando soro na veia e com sintomas de dengue.
Algumas pessoas gravaram entrevista, mas a que me impressionou foi de uma senhora que estava com o marido no corredor do hospital. A Michele perguntou se ela gravava entrevista e ela disse que sim, mas não estava bem. Ela começou a falar e foi ficando mais abatida. A Michele tirou o microfone e ela desabou no banco. Ela já estava medicada, porém ainda sentia muitas dores. Gravei mais umas poucas imagens e saímos.
Fiquei no carro enquanto a Michele acionava algumas fontes na cidade, pois precisávamos de uma das famílias das vítimas fatais da dengue.
Só que enquanto esperava, vários moradores me indagaram sobre o que estávamos fazendo. Afirmavam que a prefeitura estava escondendo as informações e que a população não havia sido informada de nada.
Depois de um tempo a Michele conseguiu localizar uma família. Fomos até a casa que fica em uma rua próxima ao rio que corta a cidade. Lá encontramos o filho do senhor que havia morrido e ele nos mostrou o atestado de óbito onde constava como causa da morte dengue hemorrágica.
Na casa, outras duas pessoas já haviam contraído a doença, mas tinham sido medicadas e estavam bem. A preocupação era para que uma senhora de 90 anos que mora lá e que já estava com a saúde um pouco debilitada não pegasse dengue.
Gravamos e pegamos a estrada de volta para Juiz de Fora com a sensação de que a situação em Cataguases é mais grave que parece.
Eu estava doido para chegar em Juiz de Fora. Não por causa do risco em Cataguases, mas porque a Michele jogou tanto repelente na gente que o cheiro ficou impregnado dentro da Parati e estava me repelindo do carro!
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