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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Parque Estadual de Ibitipoca - inauguração de nova estrutura

Por Michele Pacheco

Hoje, saímos cedo de Juiz de Fora rumo a Lima Duarte, pela BR 267.
De lá, seguimos para Conceição do Ibitipoca, onde deixamos o carro da TV e entramos numa van que nos levou ao Parque Estadual do Ibitipoca.
Ele fica na Serra da Matiqueira, entre os municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca, é formado por reservas de Mata Atlântica e Cerrado e foi criado há 35 anos.
A paisagem é deslumbrante. Do alto dá para ver o vale entre as montanhas de Minas.

O Parque passou por reformas, com investimento de dois milhões de reais do Promata, Projeto de Proteção da Mata Atlântica de Minas Gerais.
Foi criado um centro de apoio a pesquisas e as construções que já existiam, como alojamentos e área administrativa, foram modernizadas.
Chegamos mais cedo para que o Robson pudesse registrar as imagens antes das autoridades se reunirem.
Nossa primeira parada foi a Prainha.
Ele se deliciou fazendo imagens de todos os ângulos.

A Prainha é o ponto mais próximo do restaurante. Tem uma área grande de areia branca e convidativa, às margens de uma lagoa natural formada depois de uma queda d´água.
Na alta temporada, o local fica cheio de turistas.
Os pais relaxam ao sol, enquanto as crianças se divertem na água.
O sossego do Parque ajuda a repor as energias perdidas na correria de todo dia.
Em especial nas grandes cidades.
Por isso, grande parte dos freqüentadores do Parque é de cidades grandes de Minas e de outros estados.

A água escura que é vista nas cachoeiras e nas lagoas é limpa. A coloração diferente se deve ao acúmulo de material orgânico. A engenheira florestal Clarice da Silva explicou que o solo arenoso tem microorganismos que demoram para decompor a matéria orgânica. As pedras das cachoeiras ficam escuras e a água tem cor de ferrugem. À primeira vista, pode assustar, mas os ambientalistas afirmam que a água é pura e pode ser consumida. O problema é que ela tem o PH mais ácido e pode provocar dor de barriga, em quem for mais sensível, ou fome, já que acelera a digestão.

O Robson usou e abusou da paisagem próximo às cachoeiras.
Entre as reformas feitas, está a construção de pontes de madeira sobre as quedas d´água.
Assim, acaba o problema de algumas pessoas quererem ir ao outro lado do parque e terem que passar dentro da água ou pelas pedras escorregadias.
Rústicas, as pontes deram um charme a mais às cachoeiras e são um ótimo cenário para fotos.
Os turistas vão adorar!

Seguimos por uma trilha até o alto de um paredão de pedra.
Mais uma surpresa agradável!
Nos trechos mais íngremes que levam aos mirantes foram instaladas escadas de madeira.
Acabou aquela história de ter que escalar as pedras afiadas para chegar aos locais privilegiados, onde a vista tira o fôlego.
Com a subida mais fácil, sobra tempo para admirar a paisagem.

O Parque Estadual do Ibitipoca tem 90% da área dele sobre um paredão de quartzito, uma pedra que se desfaz com facilidade ao ser pisoteada.
Por isso, o número de visitantes é limitado a 300 pessoas por dia, não podendo ultrapassar 800 visitantes nos fins de semana e feriados.
As trilhas na pedra exigem atenção na hora de caminhar. Elas são uma mistura de areia e pedra que pode ser perigosa se a gente não estiver de olho onde pisa. Mas, com cuidado vale a pena a caminhada. As trilhas levam a várias atrações turísticas. O visitante pode passear em meio à Mata Atlântica ou entre a vegetação do cerrado.

Para aumentar a segurança dos visitantes, durante a reforma foi instalado um corrimão em cada trilha.
O objetivo é facilitar o acesso de pessoas mais idosas, gestantes e crianças.
A idéia é boa. Muita gente exagera no tempo de caminhada e fica com as pernas bambas.
Na hora da subida, ter o apoio do corrimão ajuda e muito!
Eu que o diga. Andei a manhã toda com o Robson e um funcionário do parque.
Enquanto a gente recuperava o fôlego, o Robson aproveitava para registrar mais alguma imagem linda.

No caminho de volta, notamos um pessoal todo de preto no alto do paredão onde fica o restaurante. De longe não dava para identificar quem era.
Fomos chegando mais perto e ouvimos a gozação.
"Eles estão com a língua de fora! Esses dois não agüentam nada. Que preparo físico, hein?!"
Foram apenas algumas provocações. Só quando recuperamos o fôlego é que notamos que eram nossos amigos do GATE, Grupo de Ações Táticas Especiais, da Polícia Militar de Juiz de Fora.
Eles foram reforçar a segurança para a chegada do governador. Paramos, rimos um pouco, tiramos esta foto e seguimos nosso caminho.

Acho que só quando parou de gravar, o Robson se deu conta do quanto tinha andado e do cansaço que estava sentido.
Também pudera, com uma câmera de 11kg no ombro e uma bolsa cheia de baterias...
Voltamos ao prédio da administração do parque, onde estava o restante da imprensa. Aproveitamos para colocar a conversa em dia com o pessoal da Rede Minas.
Imprensa reunida, disputando espaço na escada do prédio, na sombra... Estava bom demais!

Achamos que tinha acabado o sufoco e que era só esperar o governador chegar para registrar a inauguração e voltar para casa. Doce ilusão!
O Aécio Neves estava empolgado.
Chegou, inaugurou o Parque, falou com a imprensa e...foi percorrer uma trilha!
A mesma da qual tínhamos voltado pouco tempo antes.

Ele fez um discurso lembrando a importância de unir forças para melhorar o estado.
Falou que não basta o governo estadual investir em meio ambiente, é preciso que cada um colabore.
Ele elogiou a parceria com proprietários rurais da região e comemorou os investimentos estrangeiros no desenvolvimento de Minas Gerais.

Chegamos a acreditar que ele mudaria de idéia quanto a percorrer a trilha debaixo de um sol de meio-dia. Que nada! Lá fomos nós de novo, trilha a baixo e trilha a cima. Só que em vez do caminho livre, tivemos que abrir espaço entre um batalhão de autoridades, seguranças, imprensa e funcionários do parque. Tudo isso naqueles caminhos estreitos! Foi um sufoco, mas a gente deu conta mais uma vez.
O pobrezinho do Robson estava vermelho pelo esforço físico e chamou a atenção do governador. Solidário, ele interrompeu o passeio e teve o apoio do pessoal da imprensa que já estava de língua de fora.

Depois que o governador foi embora de helicóptero, o Robson falou que ia comer alguma coisa.
Mas, eu pedi que a gente descesse logo, antes que houvesse congestionamento de vans no caminho.
Demos sorte.
Depois que as primeiras saíram carregadas de autoridades, nós só tivemos que esperar mais duas para descer.

Fui conversando com o Fernando
Priamo, da Tribuna de Minas.
Ele me mostrou as fotos lindas que tirou.
Pena que para jornal, apenas uma ou no máximo duas são aproveitadas.
Ele caprichou tanto!

De volta a Conceição do Ibitipoca, nos despedimos do pessoal e pegamos o carro da TV para voltar a Juiz de Fora.
Claro que não escapamos do congestionamento de veículos.
Mesmo impacientes para chegar logo em casa, ainda nos animamos a observar as curiosidades rurais. o pessoal levando leite em carroças, os moradores da zona rural na porta de casa vendo o movimento anormal para uma segunda-feira...
A imagem que mais nos divertiu foi a deste homem montado num cavalo e levando um bezerro no colo, enquanto guiava três vacas de volta ao curral.

O Robson matou as saudades do tempo em que cobríamos o Ibitipoca Off Road e tínhamos que nos aventurar pelas trilhas da região.
Adrenalina, poeira e belas imagens! Bons tempos aqueles.
Mas, dessa vez ficamos foi só com a poeira. Muuuuita poeira! A Parati branca da TV chegou em Juiz de Fora variando entre o amarelo e o vermelho, cores da terra de Ibitipoca. Apesar do cansaço, foi um dia legal.