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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 29 de março de 2008

BR 267 em uma hora e meia

Por Robson Rocha

Nesta sexta-feira fizemos uma pequena viagem, na volta, em pouco mais de 130 quilômetros, viemos observando alguns detalhes.

Logo nos primeiros 10 quilômetros, tivemos que parar. A pista estava fechada, algumas árvores foram cortadas e caíram no meio da pista. Aproveitei para fazer algumas imagens e enquanto isso a Michele foi procurar o responsável, no local, para pegar informações.
O que chamou mais a atenção foi o naipe do chefe da turma. Era um camarada estranho, sem camisa que, quando viu o carro da TV, foi pra trás do Fiat Uno. Mas ele passou pra Michele que o corte era autorizado pelo IEF e eram árvores com risco de cair na pista.
Sem ter como confirmar as informações, levamos o que tínhamos e depois o pessoal da redação confirmaria.

Seguimos e chegamos à Br 267. Estrada que já esteve em um estado lastimável, mas agora, diante do que já foi, está com um estado de conservação razoável. Ainda existem alguns trechos com buracos. Acostamento nem pensar! Há muito mato e quase não existe sinalização. Além disso, a rodovia é muito estreita. Eu não aconselho ninguém a passar por ela à noite.

Rodamos uns cinco quilômetros e demos de cara com um monte de urubus na pista. Como vinha um carro no sentido contrário, tive que segurar no freio para não fazer um strike. Uma ave dessa bater no carro já faz um estrago considerável, imagine se eu tivesse atropelado o bando de bichinhos. Com certeza, algum iria parar no colo da Michele. Mas, como o bicho é o mascote do time dela, talvez ela não se importasse...

Logo chegamos ao pior trecho da estrada, em Argirita. No primeiro trevo da cidade há muitos buracos e não tem jeito de escapar. Cinco quilômetros à frente, no início da serra, existe um viaduto em curva muito perigoso e, pra piorar, parte da laje dele cedeu e ficou um enorme buraco em uma das pistas, obrigando o motorista a ir para a contra-mão.

Menos de dois minutos se passaram e um carro parado na estrada, sem acostamento. Um homem fez sinal. Ficamos na duvida, são tantos casos de assalto em estradas que a gente fica com receio. Mas paramos. O homem pediu que anotássemos um número de telefone para que pedíssemos socorro para ele, porque ali o celular não funcionava. Para pedir socorro dali, só se fosse com sinal de fumaça! Pois nos quase 100 quilômetros entre Juiz de Fora e Leopoldina, celular só no trecho urbano de Juiz de Fora, um pequeno trecho em Bicas e depois só em Leopoldina. No restante, não existe modo de se comunicar em caso de emergência.

Sinal nessa estrada, só quando motoristas piscam o farol como forma de aviso. E, foi o que aconteceu. Seguimos viagem e alguns motoristas começaram a avisar que a pista estava interrompida ou com parte dela interditada.
Logo encontramos um acidente. Segundo um dos motoristas, ele ia com o cavalo (caminhão sem a carreta) buscar sua carreta em Leopoldina, quando um carro estava ultrapassando uma carreta que vinha em sentido contrário em local proibido.

O motorista do carro teria reduzido a velocidade por causa de um buraco e o condutor do cavalo, para não bater de frente no carro, segurou no freio. Porém o cavalinho rodou e bateu na carreta. O motorista do carro seguiu viagem e nem para prestar socorro serviu.
E mais uma vez, por falta de sinal de celular, ficaram esperando a Polícia Rodoviária Federal por mais de 4 horas e não sei quanto tempo ainda esperaram.

Seguimos na estrada que, em vários trechos, tem parte da pista interditada, por queda de barreira ou mesmo porque parte da estrada caiu. E isso, com uma placa de sinalização, mas já no local.

Pintura na pista, nem pensar!

Isso tudo sem esquecer que a Br 267 é uma estrada movimentada e por onde passam muitos veículos grandes.
Algumas carretas passam tão perto do nosso carro, que um espirro pode ser suficiente para causar um acidente.

Fiscalização é outra coisa inexistente nesta estrada, passamos por esse caminhão que estava sendo carregado de toras de madeira. Mas, se reparar, não há nenhuma árvore ali. Além do caminhão, havia um outro veículo que não dá pra dizer o que é, um jipe ou um trator. Mas, outros montes de toras estavam no chão para ser carregados. Se não há fiscalização, quem somos nós para parar no meio da estrada, e sozinhos perguntar quanto à legalidade da madeira.

Fora isso, existe o abuso e a falta de respeito às leis de trânsito. Não é difícil ver situações como essa na 267. E lembrando que um apressadinho desse que pode ter causado o acidente entre os dois caminhões. Em muitas vezes, os imprudentes podem causar a morte de pessoas inocentes.

Mas, se existem os apressadinhos das rodovias, existem também as tartarugas das estradas. Esse fusca seguia na minha frente a mais ou menos quarenta e cinco quilômetros por hora em um trecho onde é permitido rodar a oitenta quilômetros por hora. É um perigo uma coisa dessas. Na TV, temos uma norma rígida quando à direção de carros. Respeitar a sinalização, não ultrapassar o limite de velocidade e ter uma direção defensiva.

Mas, quando você encontra um fusquinha pela frente, é duro!

Ele não anda e não te deixa andar. E ainda tem uns motoristas que parece que só dirigem em estrada de chão e quando levam o fusquinha para o asfalto, não conseguem circular em uma pista apenas. Ficam meio que balançando entre as pistas.

Se fosse pelo menos o Herbie!

Pra não perder a boa, o jeito é parar em algum ponto que haja um vendedor de beira de estrada e tomar uma água de coco. Aí, ligamos para o pessoal socorrer o seu fulano, que passamos por ele havia mais de uma hora.
Cabeça fresca e sono espantado, vamos acabar o caminho.

Depois de uma hora e meia de estrada, é hora de encarar o trânsito lento na cidade.
E pensar que eu reclamei da velocidade do fusquinha!
Já na rua da TV, levamos quase quinze minutos para chegar da esquina na porta da emissora. Era horário de pico, em plena sexta-feira. Quem saía do trabalho, tentava uma brechinha para entrar no fluxo de veículos. Na outra esquina, tudo parado em função da Avenida Rio Branco e de um sinal próximo.

Enfim, que saudade da estrada!