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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Assassinato em cemitério de São João Nepomuceno - Mistério na madrugada

Por Michele Pacheco

Como estávamos de folga no fim de semana, só começamos a acompanhar o caso ontem pelos telejornais.
Hoje, fomos a São João Nepomuceno registrar a repercussão da história.

As bancas de jornais no centro da cidade são disputadas por moradores em busca de novidades sobre o assunto. Na Policlínica da Micro-região, entre uma consulta e outra todo mundo fala do assassinato, mas ninguém grava entrevista. Nas rodas de conversa, nos bares, nos açougues, enfim, por toda parte há pessoas chocadas com o que aconteceu.

Segundo a polícia militar, na manhã do último sábado, os policiais de plantão receberam uma ligação de um rapaz muito nervoso falando de um morto no cemitério. Eles acharam que era trote e não foram ao local. O mesmo rapaz voltou a ligar, insistindo. Na terceira ligação, a história ficou mais clara e ele disse que tinha matado o amigo no cemitério.

Os policiais militares foram conferir e encontraram o jovem de 19 anos com manchas de sangue e confuso. Procurando entre os túmulos, eles acharam a vítima. Antônio Carlos da Silva, de 17 anos, estava sem camisa, caído de costas, com as pernas abertas na altura dos joelhos e cruzadas nos tornozelos. O peito dele estava sujo de sangue, o pescoço muito inchado e com cortes paralelos, a boca machucada e o olho esquerdo com hematoma. O adolescente já estava morto quando os policiais chegaram.

Perto do corpo, os PMs acharam a camisa da vítima, mechas de cabelo e uma garrafa de vinho.
Havia também um pedaço de mármore, parecendo ter sido tirado de algum túmulo e que teria sido usado para matar o adolescente.

A borda tinha largura semelhante à distância entre os cortes no pescoço.
Vários túmulos em volta estavam com sinais de sangue, o que sugere que houve briga.
Os policiais fotografaram tudo, inclusive as marcas de pegadas sujas de sangue.

O rapaz de 19 anos contou aos policiais militares (e repetiu a história na delegacia) que tinha bebido cachaça e cerveja na noite de sábado e estava indo para casa, quando encontrou o Antônio Carlos, conhecido como Carlinhos. Os dois eram amigos de infância e decidiram seguir para um bar no centro da cidade. Depois de algumas cervejas, eles pagaram a conta e resolveram ir para casa. Seguiram juntos, pois moravam perto um do outro. No caminho, pararam para comprar uma garrafa de vinho e decidiram tomar a bebida no cemitério.

Aí, começa o mistério desse crime. O jovem disse aos policiais que bebeu todo o vinho e, em determinado momento, começou uma discussão com o amigo. A vítima teria dado um tapa no rosto do suspeito, que reagiu. Depois disso...nada! O rapaz disse que não lembra de mais nada, pois sofre de amnésia alcoólica. Ele contou à polícia que acordou na manhã de sábado, ao lado do corpo do Carlinhos e tentou acordar o amigo. Não conseguiu. Foi até um orelhão perto da capela e ligou para a PM, contando que tinha matado uma pessoa.

O rapaz foi preso em flagrante e transferido para a cadeia de Bicas, cidade próxima, por questões de segurança. Segundo o delegado seccional, Paulo César Correa Armond, a vida do suspeito estava em risco, já que ele recebeu ameaças. Além disso, ele não poderia ser levado para a cadeia de São João, pois um irmão da vítima está preso lá e poderia querer vingança.
O delegado disse que o laudo da perícia deve sair em quinze dias. Parentes da vítima e do suspeito e outras testemunhas ligadas aos dois estão sendo intimados e devem começar a depor nesta quarta-feira.

O delegado apura informações de que os dois amigos faziam parte de um grupo que se veste de preto e freqüenta o cemitério durante as noites e madrugadas. Algumas denúncias de que o grupo participaria de rituais macabros e disputas de RPG chegaram à polícia e estão sendo investigadas. O caso lembra a morte da estudante Aline Silveira Soares, de 18 anos. O corpo dela foi encontrado entre túmulos do cemitério de Ouro Preto, em 2001. Ela foi morta com 17 facadas e o corpo estava numa posição como se tivesse sido crucificado. As investigações revelaram que a morte estava ligada a rituais macabros, resultantes de uma partida de RPG.

Em São João Nepomuceno, contamos com a ajuda da jornalista Ludmila Fam, da Rádio Criativa, na gravação da matéria. Ela conquistou a nossa amizade quando cobriu férias na TV Alterosa de Juiz de Fora, desempenhando com profissionalismo e competência os cargos de produtora e apresentadora.
Ficamos felizes vendo que ela está bem na cidade natal, com um programa nas manhãs da Rádio Criativa.

Voltando ao caso, nós conversamos com um jovem de 21 anos que já fez parte do grupo e explicou que eles não são góticos e não fazem parte de nenhuma seita, muito menos praticam rituais macabros inspirados em RPG. O que une os integrantes é a paixão pelo heavy metal e o desejo de se vestir de preto como os ídolos de bandas de rock.
Ele disse que ainda não acredita no que aconteceu e descreve os dois amigos como pessoas calmas. O jovem lembrou que o suspeito já foi agredido várias vezes por pessoas que não entendem o jeito diferente dele se vestir e agir. Em nenhum caso, o rapaz reagiu.
Quanto ao Carlinhos, também foi apontado como uma pessoa tranqüila.

Verdadeiro jornalismo

Do blog TELEVISE
www.televise.blogspot.com

A empresa aérea Pantanal vai notificar extrajudicialmente a Globo News.
A empresa quer esclarecimentos da emissora sobre a notícia veiculada na última terça-feira, dia 20 de maio, por volta das 17h20, sobre a queda de um suposto avião que pertenceria a Pantanal Linhas Aéreas.
O que aconteceu, na verdade, foi um incêndio numa fábrica de colchões.
De acordo com a Central Globo de Comunicação, "as imagens foram mostradas assim que captadas e, ao mesmo tempo, a informação era apurada.

"A Globo News, como um canal de noticias 24 horas, pôs no ar imagens do fogo assim que as captou. Como é normal em canais de notícias, apurou as informações simultaneamente à transmissão das imagens.
A primeira informação sobre a causa do incêndio recebida pela Globo News foi a de que um avião teria se chocado com um prédio na região do Campo Belo, Zona Sul de São Paulo.
Naquele momento bombeiros e Infraero ainda não tinham informação sobre o ocorrido".

Comentário:

O problema é que a informação da Globo News levou outros veículos ao erro.
Assim que a notícia foi veiculada pela emissora, os portais Terra, UOL, Folha Online, Estadão e iG publicaram manchetes sobre o possível acidente.
Temos que repensar essa tendência do jornalismo de publicar informações sem a tão necessária apuração.
Reproduzir informação de outros veículos não é jornalismo.
O verdadeiro jornalismo pressupõe que as informações sejam checadas.

Texto do Blog TELEVISE
www.televise.blogspot.com