Por Michele Pacheco
O acidente foi logo depois de uma curva da BR 040.
O caminhão estava carregado com pó de pedra.
O carregamento estava sendo levado do canteiro de obras da rodovia para um ponto onde o pessoal estava trabalhando na reforma da pista.
Um quilômetro antes do destino, o motorista perdeu o controle da direção e o veículo tombou.
A carga ficou espalhada pela pista e o caminhão ficou preso na proteção lateral da estrada, o guard-rail.
O carona conseguiu sair sem problemas.
Já o motorista, escorregou para o lado do passageiro e ficou preso entre a cabine destruída e a barra de ferro da BR.
Estávamos seguindo para São João del Rei, quando vimos o tumulto.
Equipes dos bombeiros e do SAMU de Barbacena trabalhavam juntas para retirar a vítima das ferragens.
Durante todo o salvamento, que durou cerca de uma hora, os profissionais conversavam com o motorista, tentando acalmá-lo e garantindo que ele permanecesse consciente.
A cena era forte.
Os bombeiros pendurados na ribanceira para tentar desamassar a cabine e soltar o quadril do rapaz, óleo vazando do reservatório na carroceria do caminhão e se espalhando pelo barranco, colegas de trabalho ansiosos para ver a vítima fora de perigo...
E o mais surpreendente é que o carona teve apenas arranhões pelo corpo e o motorista também não parecia ter ferimentos graves.
Os bombeiros tiveram que serrar a cabine para remover o ferido preso.
Ele foi imobilizado numa maca.
Quando a vítima passou, carregada em direção à ambulância do SAMU, os colegas de trabalho fizeram sinais de apoio e perguntaram se estava tudo bem.
Alguns ficaram emocionados ao ver que tudo terminou bem apesar do susto.
Motorista e carona foram levados para a Santa Casa de Barbacena.
Muitos curiosos acompanharam o resgate.
O óleo que vazou do caminhão foi parar na recepção do hotel que fica na parte de baixo do barranco, na margem da estrada.
Segundo moradores e trabalhadores do local, só neste ano este já é o terceiro acidente com caminhão ou carreta no mesmo local.
A comunidade de Correia de Almeida já se uniu, fechou a estrada e cobrou providências.
Houve uma reunião entre representantes dos moradores e do DNIT em Juiz de Fora.
Quem participou disse que foi cobrada a instalação de radares e quebra-molas no trecho.
Uma mulher estava revoltada porque disse ter ouvido das autoridades que há muitos pontos piores na rodovia que exigem mais atenção.
O local é mesmo complicado.
Quem mora lá não deve ter um minuto de sossego.
Imagine deixar seu filho sair de casa, sabendo que poucos metros a frente passam veículos em alta velocidade.
Sem falar que pode cair de novo alguma carreta na rua que separa a estrada das casas, na parte de baixo da ribanceira.
O motorista ferido trabalha para a Pavibrás, uma das empresas envolvidas nas obras da BR 040.
Segundo os colegas, ele foi contratado há dois meses.
Não basta recuperar a estrada, é preciso garantir a segurança de quem vive nas margens dela.
Como lembrou uma moradora, a rodovia veio depois das casas naquele trecho.