No dia 14 de julho de 1709

A rota mais curta e segura ligava o porto do Rio de Janeiro às Minas Gerais.
Antes, o ouro e as pedras preciosas das áreas de mineração eram transportadas pelo Caminho Velho da Estrada Real.
Ele saía do porto de Paraty e seguia até Villa Rica, hoje Ouro Preto.
Os ataques de piratas por mar e salteadores por terra levaram a Coroa Portuguesa a investir num novo trajeto.
O Caminho Novo foi aberto por Garcia Rodrigues Pais, filho do bandeirante Fernão Dias.

Primeiro, ele abriu uma picada para pedestres, concluída em 1700. Em seguida, aprimorou a estrada para passagem de animais de carga.
A via foi terminada sete anos depois.
Mas, documentos da época informam a data de 1709 como sendo a conclusão do Caminho Novo da Estrada Real.
Com a nova rota, o porto do Rio de Janeiro

A viagem pela estrada de pedras sobrepostas durava um mês.
Pouco restou de pé de toda essa história.
Segundo historiadores, o Registro do Paraibuna, em Simão Pereira, é o único posto fiscal do período do império que sobrou.
Ele fica na divisa de Minas Gerais

O local tinha importância estratégica na colônia.
Para impedir a entrada de pessoas não autorizadas pelo governo português na região das minas, a segurança foi reforçada no trecho.
Tropas ficavam de prontidão e patrulhavam o entorno da alfândega.
No casarão,

Era cobrado o Quinto do Ouro, um dos muitos impostos que a Coroa Portuguesa recebia pela exploração das riquezas do Brasil.
No posto ficavam os fiscais e guardas responsáveis por prender aqueles que tentavam burlar as leis.

Hoje, o local está cheio de entulho e há poucos vestígios do passado original.
O piso da época da colônia foi redescoberto por arquiologos há 50 centímetros da superfície.
Com o passar dos anos, foram feitas reformas e as origens quase se perderam.
No segundo andar, a situação é pior.

Com o fechamento do posto fiscal, o local foi usado como hotel, bordel e até como galinheiro.
O piso original de madeira foi coberto com cimento.
A medida foi tomada para evitar que a sujeira das aves caísse pelas frestas.
O piso está muito deteriorado e desabando em vários pontos.

O historiador Nireu Cavalcanti, Doutor em Arquitetura Colonial e Doutor em História, veio de Niterói para acompanhar as solenidades.

O prédio passou por várias intervenções, teve o telhado mudado, a estrutura das portas refeita e por aí vai...

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Mártir da Inconfidência Mineira, foi responsável pela segurança na alfândega durante um bom tempo.
Ele comandava uma das tropas que faziam as rondas na divisa das capitanias.

O Luiz Homem Faria Filho,

O desafio dele é conseguir recursos para a restauração, avaliada em R$ 4 milhões.
O Luiz tem o apoio do representante do MEC,

Cícero Mauro Rodrigues explicou que a idéia é transformar o prédio, depois de restaurado, num Museu do Caminho Novo.
O local seria destinado à preservação da história e também a pesquisas.
Um acervo vasto sobre as Estradas Reais e o Caminho Novo ficaria à disposição de pesquisadores e estudantes, cumprindo um papel educacional.
Já o chefe da Representação Regional do MINC,

Já está confirmado: todos os trechos da Estrada Real que restaram vão ser transformados em Patrimônio da Humanidade.
A decisão aumenta o valor histórico e turístico das vias usadas no período do Império e deve atrair.