Depois de semanas cansativas de trabalho,
finalmente encontramos um tempo para ir com o pessoal da TV ao Bar do Bigode, ponto tradicional de petiscos de Juiz de Fora.
Estávamos diante de um apetitoso prato de ponta de torresmo, quando uma fonte me ligou para avisar que presos que estavam internados no Hospital de Pronto Socorro tinham fugido.
Comemos o que deu e corremos.
Por sorte, o bar fica a um quarteirão do HPS e a dois da nossa casa.
Como trabalhamos com o nosso microfone sem fio,
eu segui para perto dos policiais e o Robson foi até nosso apartamento pegar a nossa câmera.
A história contada pelos policiais militares foi de que 4 dos 17 presos que estavam internados com escolta renderam dois agentes penitenciários.
Eles roubaram dois revólveres dos agentes que foram feitos reféns.
Com armas na cabeça, eles foram levados pelos presos até a porta da frente do hospital.
Um deles correu para uma universidade que fica numa rua sem saída no quarteirão seguinte.
Ele foi visto pela última vez no pátio, subiu um matagal e teve acesso ao bairro vizinho, onde pegou um táxi para a zona norte da cidade, onde mora a família dele.
O taxista contou que o rapaz estava descalço, disse que tinha sido assaltado e que a mãe pagaria a corrida quando chegassem no bairro Benfica.
No meio do caminho, o motorista recebeu a ligação de outro taxista dizendo que ouviu na rede de rádio que foragidos estavam sendo procurados.
O sujeito levou tanto susto que repetiu a notícia em voz alta.
Ao perceber que tinha sido descoberto, o preso apontou o revólver e mandou seguir até o bairro Santa Cruz, onde desceu do carro.
Os outros três passaram num estacionamento,
tentaram roubar um carro, não conseguiram e fugiram com 35 reais que estavam no bolso do manobrista.
Eles correram e pularam o muro de um terreno baldio, do outro lado da Avenida Rio Branco.
Começou a perseguição policial.
A PM enviou várias equipes para as buscas, mas o matagal escuro complicava a situação.
Os policiais entraram no mato e cercaram todas as saídas por trás dos edifícios.
Os agentes penitenciários também foram para o local e se prepararam para ajudar na perseguição.
Os canis do Ceresp e da PM foram chamados para dar apoio.
Os cães foram passados com cuidado e dificuldade
Em poucos minutos no matagal veio a notícia de que dois fugitivos tinham sido encontrados.
PMs e agentes trabalharam em conjunto e conseguiram um resultado rápido e eficiente.
Os caras estavam escondidos num telheiro atrás de uma casa abandonada.
O que chamou a atenção foi que os dois estavam nus.
Na ânsia de despistar os cães, eles tiraram o uniforme de presidiário. Jogaram a roupa no sentido contrário e correram para o telheiro.
Os animais acharam o rastro, mas não conseguiram seguir em frente, porque havia um muro no caminho.
Os agentes e os PMS pularam, renderam os foragidos e tiraram os dois do terreno.
A comemoração durou pouco.
Ele estava entre a casa abandonada e um colégio.
O detento foi recapturado e retirado do terreno por dentro do curso.
Aliás, os alunos levaram o maior susto.
Assim que os policiais chegaram, eles evacuaram as salas e os corredores, com medo de que os fugitivos fizessem alguém de refém.