Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Operação Sevilha - Polícia Federal prende quadrilha de falsificação e roubo de carga

Por Michele Pacheco

Depois de 10 meses de investigação, a Polícia Federal desencadeou a Operação Sevilha em
Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Policiais de todo o país vieram a Juiz de Fora participar do trabalho.
Ainda era madrugada, quando eles deslocaram para os alvos previstos.
A 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora expediu 22 mandados de prisão, 29 de busca e apreensão,
43 de apreensão de veículos e 8 ordens de bloqueio de contas bancárias.

Em Minas, os mandados foram cumpridos em Juiz de Fora, Ubá, Visconde do Rio Branco, Leopoldina e São João Nepomuceno.
No Rio, os suspeitos foram procurados em Três Rios, Areal, Petrópolis e Magé.
Já em São Paulo, a operação foi só na capital.
Os presos vão ser indiciados por estelionato, receptação, formação de quadrilha,
falsificação de documento público, falsificação de documento particular, falsidade
ideológica e uso de documento falso.

O esquema montado era dividido em etapas e os integrantes da quadrilha se responsabilizavam por cada uma das tarefas.
A quadrilha comprava uma empresa que já existia no mercado e tinha fixa limpa.
Para isso, usava documentos falsificados pelo próprio grupo.
Com a empresa-laranja montada, eles contactavam empresas fornecedoras e faziam uma encomenda significativa.
A entrega era feita e os produtos pagos em cheque que era descontado sem problemas.
A próxima encomenda era bem maior e paga com cheque pré-datado.
Esse era sem fundos.

Quando as vítimas tentavam recuperar o dinheiro, descobriam que a empresa não existia mais.
Cada laranja funcionava por no máximo dois meses e era desativada.
A estimativa de lucro por golpe era de um milhão de reais.
Até agora, a Polícia Federal identificou 6 empresas-laranja, criadas e fechadas no prazo de dois anos e meio: Renanda Central de Abastecimento de Produtos em Geral Ltda. (Levy Gasparian), Zaeler Comércio de Produtos Alimentícios Ltda., Gazzy Comércio Atacadista de Alimentos Ltda. (Petrópolis), Exata Comercial Zona da Mata Ltda. (Cataguases), Caurb Comercial Ltda. (Paraíba do Sul) e Hora Marcada Comércio de Peças e Serviços Ltda. (Petrópolis).

Além da sonegação de impostos, a ação da quadrilha levou à falência pessoas físicas e jurídicas que forneceram produtos e nunca receberam por eles.
Além do golpe das empresas-laranja, o grupo também roubava cargas em estradas, em especial as vindas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
As mercadorias roubadas eram "legalizadas" por meio de notas frias providenciadas por dois integrantes da quadrilha que ficavam por conta da falsificação de todos os documentos usados.
Os produtos eram vendidos nos comércios de RJ, SP e MG por metade do preço normal de mercado.

Todo o material apreendido nos três estados foi encaminhado para Juiz de Fora.
Dos 22 presos, 21 vieram para a cidade.
O mandado cumprido em Magé, no Rio de Janeiro, era para um policial civil do Rio apontado pela Policia Federal como responsável por dar cobertura à quadrilha e ajudar na montagem de empresas-laranja.
Ele foi encaminhado para a sede da Polícia Civil do Rio, na capital fluminense.

A investigação é tão extensa que as apurações estão reunidas em seis volumes fartos de documentos e relatórios de escutas telefônicas.
A quadrilha começou a chamar a atenção da Polícia Federal depois da prisão de José Agostinho Pires, preso pela primeira vez em 2004 e detido pelo menos mais umas dez vezes desde então.
Ele está no Ceresp da Gameleira, em Belo Horizonte, desde que foi preso pela última vez por roubo de carga.
O comerciante seria o mentor da quadrilha.

Acidente com jovens em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Hoje parecia ser um daqueles dias tranqüilos, com uma pauta marcada em vários lugares.
Mas, não foi bem assim.
De cara, fomos registrar imagens de um acidente grave no bairro Teixeiras.
Um jovem de 28 anos e a namorada dele, de 16, estavam seguindo no sentido do centro da cidade, quando o motorista perdeu o controle da direção e bateu de frente num poste.


Segundo a polícia militar, as marcas no vidro
são um indício de que os dois estavam sem cinto de segurança. O casal foi socorrido pelos bombeiros e levado para o Hospital de Pronto Socorro de Juiz de Fora. Eles tiveram ferimentos na cabeça e no peito. Por incrível que pareça, o volante estava entortado no sentido do vidro, o que mostra que foi
amassado pelo corpo do motorista.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Presos suspeitos de torturar, estuprar e degolar menino em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Em abril do ano passado, um crime chocou todo mundo em Juiz de Fora.
Um menino de 9 anos desapareceu depois de brincar com os amigos num campinho improvisado num pasto perto da casa dele, no bairro São Geraldo, zona sul da cidade.
Dois dias depois, o corpo foi encontrado num matagal, com sinais de espancamento e tortura.
Marco Antônio Rangel Mendes era uma criança indefesa e morreu de forma cruel e violenta.

Na época, a família ficou muito revoltada e a polícia ouviu vários suposições sobre os autores da barbaridade.
Uma das versões era de que o irmão da vítima, conhecido como Robson Mandrake, tinha uma dívida de droga com um traficante do bairro e foi jurado de morte.
Como ele fugiu para São Paulo, a vingança foi praticada contra o menino que não tinha nada com a história.

Pouco mais de um ano depois, a Polícia Civil concluiu a investigação e apresentou dois homens como responsáveis pelo assassinato.
Eles foram dedurados por dois adolescentes suspeitos de participar do crime.
Os garotos contaram que o servente Antônio Tadeu Teodoro, de 45 anos, foi quem torturou e estuprou o garoto (na época o crime ainda era tratado como violência sexual e não estupro, como as leis determinam agora).
Ele foi denunciado por usar um estilete quente para queimar o Marco Antônio e um pedaço de madeira para espancá-lo entre os estupros.

O outro homem indiciado é o desenhista Antônio Carlos Gonçalves Mendes, de 44 anos.
Ele seria o dono da droga que o Mandrake vendeu e não teria recebido o pagamento.
Na delegacia, diante da imprensa, o Toni Way, como é conhecido, admitiu que o irmão da vítima tinha uma dívida de droga com ele.
Mas, negou ser traficante e disse que encontrou a droga na rua e passou para o rapaz vender.
Pelo depoimento dos adolescentes, o suspeito não só foi o mandante do crime, como foi quem degolou o menino usando um estilete.

O mais triste disso tudo é saber que a família percorria a cidade em busca de pistas, enquanto o Marco Antônio era torturado, estuprado e assassinado a poucos metros da casa dele.
Os adolescentes contaram que o garoto ficou preso numa casa abandonada no pasto e foi morto perto do local onde o corpo foi encontrado.
Segundo a polícia, um dos adolescentes ficou de vigia, enquanto o outro segurava a vítima para os adultos fazerem o serviço sujo.

Os dois homens indiciados vão responder por homicídio com todas as qualificações e agravante de crime bárbaro contra criança.
Quem viu a tranquilidade dos dois na delegacia ficou se perguntando se a investigação tinha chegado aos verdadeiros culpados ou se eles eram mesmo tão frios e indiferentes.
Mas, as histórias não batem.

Eles moravam no mesmo bairro da vítima, quase vizinhos, e alegaram não conhecer o garoto.
Na casa do Tadeu foi encontrada uma variedade de objetos como câmeras fotográficas, celulares, capacetes...
Ele nega participar de tráfico de drogas e afirma que achou tudo na rua, o sortudo!
O mesmo afirmou o Tony Way sobre a droga passada para o Mandrake vender.
Cem gramas de cocaína pura, avaliada em 1500 reais e encontrada no meio da rua!
Primeiro eles negaram para a imprensa ter participado do crime e depois saíram com essas histórias sem pé nem cabeça.

A Polícia Civil vai pedir o acautelamento dos dois adolescentes que participaram do crime e foram mantidos em liberdade durante a investigação.
Hoje, eles já são maiores de 18 anos, mas devem responder pelo crime praticado quando ainda eram adolescentes.
Resta saber se a Justiça vai acatar o pedido.
Se isso ocorrer, eles vão responder pelos mesmos crimes imputados aos dois homens indiciados.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tentativa de assassinato, assalto a posto e apreensão de droga em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Hoje a tarde foi quente!
Começamos tranquilamente, fazendo uma matéria de bairro.
Parecia um dia pacato.
De repente, começou a pipocar matéria de tudo quanto é lado.
Vida de jornalista é assim, imprevisível.

Um fonte avisou sobre a tentativa de assassinato no bairro Santa Cândida, zona leste da cidade.
Fomos para lá.
Aliás, toda vez que a Giselle Clara, nossa estagiária sai conosco é assim.
Ela atrai factuais.
Não sei se isso é ter pé frio ou pé quente, mas a alegria dela é tão grande que nos contagia.

Voltando ao crime, encontramos um Gol com placa do Rio de Janeiro batido na traseira de um Vectra.
Segundo os policiais militares que acompanhavam o caso, o motorista estava chegando em casa, quando foi abordado por um homem à pé e armado com um revólver.
Ele se aproximou e deu três tiros.
As marcas ficaram no vidro do carro.

A vítima conseguiu arrancar com o veículo, mas bateu poucos metros depois no Vectra que estava estacionado.
Para fugir de outros disparos, o pedreiro de 32 anos se abaixou e se arrastou pelo lado do carona.
Ele conseguiu chegar à calçada e gritou por socorro.
O homem que atirou fugiu caminhando, na maior tranquilidade.

A vítima foi socorrida por uma equipe do Samu e pelos policiais da Rotam que chegaram primeiro ao local.
O pedreiro foi baleado no rosto, num braço e numa perna.
Ele contou que quem encomendou o crime foi um traficante que está preso em Contagem.
Segundo os policiais, o motivo do crime não foi revelado, mas esta já é a segunda vez que tentam matar o morador do Santa Cândida.

Conversamos com os parentes e eles contaram que a mulher da vítima estava no Hospital de Pronto Socorro com o marido.
Conseguimos contato e ela revelou alívio ao contar que as balas passaram de raspão e ele não precisou ser operado.
O pedreiro foi atendido, recebeu curativos e seria liberado.

Estávamos saindo do local, quando fomos informados por outra fonte que uma equipe da Rotam passava pela rua Benjamin Constant, no centro de Juiz de Fora, quando notou um carro com placa de Mar de Espanha.
Os homens que estavam nele tinham uma atitude suspeita e foram abordados.
Com eles, os policiais apreenderam 11 pedras de crack e cerca de 200g de maconha.
Os sujeitos tentaram se livrar da droga, jogando o material no chão, mas foram presos.
Eles contaram onde tinham comprado a droga e os policiais foram ao local.
Ao todo, quatro pessoas foram presas nessa ocorrência.

Com o tempo apertado, fizemos em plano sequência, levando apenas cinco minutos para registrar imagens, planos e entrevista.
Vale tudo para facilitar a edição em dia de jornal cheio.
Quando achamos que era hora de respirar e pensar na pauta das 17h, veio mais um crime.
Os policiais militares prenderam um rapaz de 23 anos por assalto a um posto de combustíveis.
Ele esperou o posto no bairro Mariano Procópio ficar vazio e agiu.
Uma das frentistas retirou duas notas de 50 reais do bolso mais 26 reais em moedas.
O ladrão ficou com as notas e fugiu correndo.

As funcionárias contaram que ele colocava a mão por dentro da blusa e tinha um objeto que parecia um revólver.
Uma das funcionárias foi levada pelos policiais durante as buscas nos bairros vizinhos.
Ao passar pelo bairro Fábrica, ela reconheceu o rapaz.
Ele foi abordado e ainda estava com 89 reais.
O resto do dinheiro foi gasto com um lanchinho e dois maços de cigarros.
Ele contou na delegacia que é viciado em crack e rouba para comprar a droga.
História cada vez mais comum hoje em dia.