Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Presos suspeitos de torturar, estuprar e degolar menino em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Em abril do ano passado, um crime chocou todo mundo em Juiz de Fora.
Um menino de 9 anos desapareceu depois de brincar com os amigos num campinho improvisado num pasto perto da casa dele, no bairro São Geraldo, zona sul da cidade.
Dois dias depois, o corpo foi encontrado num matagal, com sinais de espancamento e tortura.
Marco Antônio Rangel Mendes era uma criança indefesa e morreu de forma cruel e violenta.

Na época, a família ficou muito revoltada e a polícia ouviu vários suposições sobre os autores da barbaridade.
Uma das versões era de que o irmão da vítima, conhecido como Robson Mandrake, tinha uma dívida de droga com um traficante do bairro e foi jurado de morte.
Como ele fugiu para São Paulo, a vingança foi praticada contra o menino que não tinha nada com a história.

Pouco mais de um ano depois, a Polícia Civil concluiu a investigação e apresentou dois homens como responsáveis pelo assassinato.
Eles foram dedurados por dois adolescentes suspeitos de participar do crime.
Os garotos contaram que o servente Antônio Tadeu Teodoro, de 45 anos, foi quem torturou e estuprou o garoto (na época o crime ainda era tratado como violência sexual e não estupro, como as leis determinam agora).
Ele foi denunciado por usar um estilete quente para queimar o Marco Antônio e um pedaço de madeira para espancá-lo entre os estupros.

O outro homem indiciado é o desenhista Antônio Carlos Gonçalves Mendes, de 44 anos.
Ele seria o dono da droga que o Mandrake vendeu e não teria recebido o pagamento.
Na delegacia, diante da imprensa, o Toni Way, como é conhecido, admitiu que o irmão da vítima tinha uma dívida de droga com ele.
Mas, negou ser traficante e disse que encontrou a droga na rua e passou para o rapaz vender.
Pelo depoimento dos adolescentes, o suspeito não só foi o mandante do crime, como foi quem degolou o menino usando um estilete.

O mais triste disso tudo é saber que a família percorria a cidade em busca de pistas, enquanto o Marco Antônio era torturado, estuprado e assassinado a poucos metros da casa dele.
Os adolescentes contaram que o garoto ficou preso numa casa abandonada no pasto e foi morto perto do local onde o corpo foi encontrado.
Segundo a polícia, um dos adolescentes ficou de vigia, enquanto o outro segurava a vítima para os adultos fazerem o serviço sujo.

Os dois homens indiciados vão responder por homicídio com todas as qualificações e agravante de crime bárbaro contra criança.
Quem viu a tranquilidade dos dois na delegacia ficou se perguntando se a investigação tinha chegado aos verdadeiros culpados ou se eles eram mesmo tão frios e indiferentes.
Mas, as histórias não batem.

Eles moravam no mesmo bairro da vítima, quase vizinhos, e alegaram não conhecer o garoto.
Na casa do Tadeu foi encontrada uma variedade de objetos como câmeras fotográficas, celulares, capacetes...
Ele nega participar de tráfico de drogas e afirma que achou tudo na rua, o sortudo!
O mesmo afirmou o Tony Way sobre a droga passada para o Mandrake vender.
Cem gramas de cocaína pura, avaliada em 1500 reais e encontrada no meio da rua!
Primeiro eles negaram para a imprensa ter participado do crime e depois saíram com essas histórias sem pé nem cabeça.

A Polícia Civil vai pedir o acautelamento dos dois adolescentes que participaram do crime e foram mantidos em liberdade durante a investigação.
Hoje, eles já são maiores de 18 anos, mas devem responder pelo crime praticado quando ainda eram adolescentes.
Resta saber se a Justiça vai acatar o pedido.
Se isso ocorrer, eles vão responder pelos mesmos crimes imputados aos dois homens indiciados.

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezada Jornalista!

Quanto a matéria colacionada,referente ao homicídio do menor Marco Antonio, uma nota se faz oportuna. O proceso ainda continua seu curso normal, com os dois indiciados pronunciados ao Tribunal do Juri, contudo ao que mais espanta no presente caso é que o exame de DNA realizado entre a vítima e Antonio Tadeu Teodoro foi negativo, sendo certo tal prova já consta inserida nos autos, que não estão sob segredo de justiça. Cabe registrar sua percepção quanto ao dia da prisão, "....Quem viu a tranquilidade dos dois na delegacia ficou se perguntando se a investigação tinha chegado aos verdadeiros culpados ou se eles eram mesmo tão frios e indiferentes." pois é, de fato os dois adolecentes que incriminaram Antonio Tadeu, negaram em juízo o depoimento prestado na delegacia, inclusive alegando que sofreram agressões policiais para contar uma história, e diante da acareação com policias confirmaram a agressão dos mesmos, "vide depoimento do "CAFÉ" um dos menores que acusaram Antonio Tadeu.
De sorte Tadeu ainda continua preso, indevidamente, pois ao que consta do exame de DNA, este não teve qualquer participação no evento. Acho que vale a pena uma investigação melhor sobre o ocorrido, tendo em vista o verdadeiro criminoso ainda estar a solta e o pior, ficar impune, em um crime absurdamente bárbaro!
RC