Por Michele Pacheco
Do lado de dentro estavam funcionários e o presidente do Sindicato dos Rodoviários elaborando uma escala de revezamento.
Na Viação Goretti e Irmãos, no bairro Vitorino Braga, zona leste da cidade, a situação também estava tensa.
Estávamos preparados para entrar no serviço e virar a madrugada, quando uma fonte ligou e nos disse que só haveria confusão a partir das quatro da manhã, quando os coletivos começam a rodar. Entramos às três e fomos a algumas garagens ver como estava a situação.
Na Viação Santa Luzia, no bairro Bandeirantes, zona nordeste da cidade, o clima era tenso.
Do lado de dentro estavam funcionários e o presidente do Sindicato dos Rodoviários elaborando uma escala de revezamento.
Na cidade existem 521 ônibus.
O objetivo era preparar um plano de saída de 30% da frota de cada empresa, como previsto na Lei de Greve. Do lado de fora, estavam trabalhadores revoltados por que queriam entrar e seguir com o trabalho.
No meio disso tudo, ainda havia o pessoal da Associação da categoria, “arquiinimiga” do sindicato.
Na Viação Goretti e Irmãos, no bairro Vitorino Braga, zona leste da cidade, a situação também estava tensa.
Os funcionários que estavam na empresa queriam sair para trabalhar e os representantes do sindicato se sentaram na entrada do portão da garagem para impedir a saída dos veículos.
Houve discussão e o clima esquentou.
A Polícia Militar acompanhou tudo para evitar violência.
Aos poucos, ao longo da madrugada, os coletivos foram saindo.
Aos poucos, ao longo da madrugada, os coletivos foram saindo.
No bairro Linhares, era grande o movimento de pedestres em direção ao centro da cidade.
Com mochilas e bolsas, eles mal paravam para gravar entrevista, alegando que tinham um longo trajeto pela frente e não poderiam perder a hora.
Com o número reduzido de veículos rodando, quem tinha sorte seguia espremido.
Quem não tinha, ficava no ponto por um bom tempo.
Aqueles que não podiam atrasar, se arriscavam a ir a pé.
Os pontos de táxi estavam vazios e os veículos rodaram sem parar desde a noite passada.
Com medo da greve, muitos moradores nem se arriscaram e preferiram gastar um pouco mais.
Por volta de dez e meia da manhã, fontes nos avisaram que os rodoviários iriam parar todos os ônibus na Avenida Rio Branco, em frente à sede do sindicato.
Por volta de dez e meia da manhã, fontes nos avisaram que os rodoviários iriam parar todos os ônibus na Avenida Rio Branco, em frente à sede do sindicato.
No local, encontramos vários sindicalizados e seguranças.
A PM também estava por perto.
Os policiais tiveram muito trabalho hoje.
A todo momento, chegavam chamadas das portas das garagens feitas por funcionários que se consideravam ameaçados ou que queriam trabalhar e não podiam.
Eu tive que voltar para a TV, pois hoje estreamos mudanças no Jornal da Alterosa e fizemos vivos com os dois repórteres.
Eu tive que voltar para a TV, pois hoje estreamos mudanças no Jornal da Alterosa e fizemos vivos com os dois repórteres.
O Robson voltou para o ponto previsto para os ônibus pararem e registrou o máximo que pôde de imagens do movimento.
Os rodoviários chegaram com os ônibus da Viação Tusmil, atravessaram os veículos nas pistas centrais da Avenida Rio Branco e fecharam o trânsito.
Eles colocaram faixas sobre a greve e distribuiram panfletos explicando à população a razão do protesto.
A categoria quer reajuste salarial de 11,86% e vários outros benefícios.
A categoria quer reajuste salarial de 11,86% e vários outros benefícios.
A Astransp já avisou que não tem condições de dar o aumento sem reajustar o valor das tarifas.
O Ministério Público acompanha a questão do transporte na cidade desde que um vídeo foi divulgado no ano passado, mostrando o então prefeito Alberto Bejani negociando propina com o dono de uma empresa de ônibus em troca de reajuste na tarifa.
Os promotores se dividem: um acredita que aumentar o valor das passagens seja uma questão a discutir e o outro é terminantemente contra.
Nós, da imprensa, fazemos o nosso papel e divulgamos ao máximo todos os lados da questão, para que os moradores possam entender melhor toda a situação complicada.
Nós, da imprensa, fazemos o nosso papel e divulgamos ao máximo todos os lados da questão, para que os moradores possam entender melhor toda a situação complicada.
Afinal, no fim é o povo que sai prejudicado, de um jeito ou de outro.
O Robson encontrou na paralisação o Fernando Priamo, da Tribuna de Minas.
Ele estava atento aos detalhes.
Numa situação dessas, a gente nunca sabe de onde vem a confusão.
O triste é saber que mais do que os direitos trabalhistas e o reajuste salarial, a greve esconde uma briga antiga entre as facções dos rodoviários.
O triste é saber que mais do que os direitos trabalhistas e o reajuste salarial, a greve esconde uma briga antiga entre as facções dos rodoviários.
Em 98, havia um sindicato só.
Depois de uma briga e de troca de acusações, a categoria teve uma separação.
Até hoje, os grupos não se entendem.
O sindicato encerrou as negociações com a Associação das Empresas de Transporte Coletivo (Astransp) e a associação achou melhor seguir com as discussões e deixar a greve para último caso.
Enquanto os passageiros se viravam à pé, os motoristas e cobradores descansavam nos canteiros centrais.
O boato de que os veículos poderiam ser apedrejados deixou todo mundo apreensivo.
Como todas as linhas passam ou pela Rio Branco ou pela Getúlio Vargas, ao fechar o cruzamento das duas avenidas, os grevistas conseguiram parar o transporte coletivo em Juiz de Fora.
Claro que a população não gostou nem um pouco e as críticas à greve são ouvidas por toda parte.
Depois de um reunião tensa e longa na prefeitura, o prefeito Custódio Mattos assinou um Termo de Compromisso com os grevistas e se propôs a mediar a negociação entre a categoria e os empresários do setor de transporte de passageiros.
Mesmo com o fim do protesto, os coletivos demoraram para voltar a rodar.
A greve foi interrompida até o próximo dia vinte.
Se até lá não houver reajuste salarial, os rodoviários podem interromper os serviços mais uma vez.