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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Atropelamentos constantes em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco


Ontem foi dia de flagrantes na TV Alterosa.
O Robson pegou um pela manhã, quando passava pela Avenida Presidente Itamar Franco, próximo à praça Antônio Carlos, quase em frente ao Instituto de Educação.
Ele passava de carro, viu um veículo parado no meio da pista e muita gente correndo e se abaixando.
Sacou a máquina fotográfica e garantiu as imagens.

A cena foi triste.
Duas mulheres, uma de 84 e outra de 89 anos, estavam cruzando a avenida na faixa de pedestres, quando foram atropeladas.
A mais velha ficou caída, com uma fratura exposta no tornozelo.
A imagem é tão impressionante que não foi usada na TV.

O Robson observou que o socorro foi bem rápido.
A vítima foi examinada, imobilizada com muito cuidado e colocada na maca.
As duas foram levadas para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora.
A mais nova foi medicada e liberada.
A outra passou por cirurgia.

Testemunhas contaram trechos da história.
Um homem disse que estava quase cruzando a avenida, quando se distraiu, viu as duas passando e ouviu a batida.
Um jornalista que trabalha bem em frente à faixa de pedestres contou que a motorista não estava correndo, que as vítimas são idosas, uma tropeçou e caiu de mau jeito, quebrando o pé.

Cerca de 4 horas depois, ainda na Avenida Presidente Itamar Franco,
o apresentador do Alterosa em Alerta, Márcio Sabones, flagrou uma mulher de 75 anos caída na pista, em meio a uma poça de sangue.
Ela foi atropelada quando passava também por uma faixa de pedestres no cruzamento das avenidas Rio Branco e Presidente Itamar Franco.
O trecho é complicado, já que o sinal é em dois tempos.

Abre primeiro para quem segue em direção à Praça da Estação.
Quando a gente se distrai e vê o pessoal atravessando o trecho de avenida liberado, acaba se induzindo a ir também.
Só que na outra pista, o sinal é aberto para os ônibus que saem da Rio Branco e entram na Presidente Itamar Franco.
Em seguida, ele libera o fluxo de veículos da Rio Branco e só então é a vez dos pedestres.
Nem preciso dizer que não dá tempo de atravessar à pé a avenida Presidente Itamar Franco de uma vez só.

Os dois casos alertam para a necessidade de mais atenção e educação no trânsito.
As três vítimas foram atropeladas na faixa de pedestre!
Em Viçosa, na Zona da Mata, os pedestres têm prioridade como nos países europeus.
Basta colocar o pé na faixa, para os motoristas reduzirem ou pararem os veículos.
Por aqui, o tráfego intenso e o risco de ser abalroado por trás leva os condutores a não ceder a vez.
O resultado é preocupante.

Denúncia de irregularidades em Situação de Emergência em Senador Cortes

Por Michele Pacheco

Recebemos essa denúncia no fim das nossas férias.
Assim que foi possível, produzimos e fomos à campo.
Pelos documentos recebidos, eu e o Robson já imaginávamos que seria uma matéria delicada, onde todos os lados deveriam não apenas ser ouvidos, mas apresentar provas.
A Câmara Municipal de Senador Cortes apura informações de irregularidades nos estragos citados no relatório da prefeitura para decretar Situação de Emergência.

Na época do temporal que causou destruição em vários municípios da Zona da Mata Mineira, a prefeitura exerceu o direito dela de decretar Situação de Emergência.
Que fique claro que todo governo municipal tem essa autonomia.
O problema está no relatório de estragos.
Alguns vereadores observaram que a ponte que liga Senador Cortes a Maripá, por exemplo, consta da lista como problema deste ano.

Mas, os denunciantes alegam que o desmoronamento de parte da cabeceira da ponte ocorreu há mais de dois anos e nada foi feito.
Eles disseram ainda que a prefeitura decretou Estado de Emergência no ano passado também e não investiu nenhum recurso na tal ponte.
Estivemos no local e notamos que o mato alto cobre a área que desbarrancou, indicando um problema realmente mais antigo.

O curioso é que qualquer um que olhe o estrago na ponte nota que ele não impediu o tráfego.
Mesmo assim, curiosamente, no Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar no mês passado consta que o desmoronamento na cabeceira impediu a passagem de pedestres e veículos.
Enquanto estivemos lá, isso não ocorreu.
Fica a dúvida: será que o PM esteve na ponte para fazer o registro ou nem apareceu por lá, redigindo o que foi relatado pelos secretários?

Como não cabe à nossa equipe julgar, fomos atrás de mais provas.
Os denunciantes nos levaram também a uma estrada rural, fechada por porteira e com congestionamento de gado.
Nem sinal do movimento intenso que teria motivo a inclusão de uma ponte pequena nesse trecho no relatório para a Defesa Civil.
Operários trabalhavam com máquinas retirando terra de um barranco e colocando onde antes havia a travessia sobre um córrego.

Estávamos terminando de fazer as imagens, quando o prefeito de Senador Cortes chegou.
Ele foi muito educado e negou todas as acusações.
Alegou que a ponte que estava vistoriando é importante na zona rural e que a medida que estava adotando, de jogar terra para fechar a cratera aberta pela chuva é só paliativa.

Ele disse ainda que várias pontes foram recuperadas com os recursos conseguidos no ano passado.
Perguntamos sobre as denúncias de repetição de problemas no relatório e ele negou.
Explicou que tem tudo registrado na prefeitura e concordamos em ir lá conferir.
Encontramos uma pasta com muitos relatórios.
O prefeito mostrou a declaração de Estado de Emergência endossado pelo Ministério da Integração Nacional.

Nos relatórios, consta que os estragos deste ano foram avaliados em quase 300 mil reais.
Esse recurso teria como destino a reconstrução e recuperação de pontes e vias em Senador Cortes.
A prefeitura explicou ainda que em caso de Estado de Emergência, a ajuda não vem em dinheiro e sim em materiais de primeira necessidade, como roupas, colchões e cestas básicas.
A reconstrução é feita em parceria com os governos federal e estadual.

A explicação oficial para a ponte que liga Senador a Maripá é que a responsabilidade de reconstrução ficou por conta do DER.
Com tantos documentos de ambos os lados da história, resta esperar a conclusão do trabalho do Ministério Público.
O promotor de Mar de Espanha é quem atende a região e está com  o caso.
Vamos acompanhar, curiosos para ver o resultado.