Recebemos essa denúncia no fim das nossas férias.

Pelos documentos recebidos, eu e o Robson já imaginávamos que seria uma matéria delicada, onde todos os lados deveriam não apenas ser ouvidos, mas apresentar provas.
A Câmara Municipal de Senador Cortes apura informações de irregularidades nos estragos citados no relatório da prefeitura para decretar Situação de Emergência.

Que fique claro que todo governo municipal tem essa autonomia.
O problema está no relatório de estragos.
Alguns vereadores observaram que a ponte que liga Senador Cortes a Maripá, por exemplo, consta da lista como problema deste ano.
Mas, os denunciantes alegam que o desmoronamento de parte da cabeceira da ponte ocorreu há mais de dois anos e nada foi feito.

Estivemos no local e notamos que o mato alto cobre a área que desbarrancou, indicando um problema realmente mais antigo.

Mesmo assim, curiosamente, no Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar no mês passado consta que o desmoronamento na cabeceira impediu a passagem de pedestres e veículos.
Enquanto estivemos lá, isso não ocorreu.
Fica a dúvida: será que o PM esteve na ponte para fazer o registro ou nem apareceu por lá, redigindo o que foi relatado pelos secretários?
Como não cabe à nossa equipe julgar, fomos atrás de mais provas.

Nem sinal do movimento intenso que teria motivo a inclusão de uma ponte pequena nesse trecho no relatório para a Defesa Civil.
Operários trabalhavam com máquinas retirando terra de um barranco e colocando onde antes havia a travessia sobre um córrego.
Estávamos terminando de fazer as imagens, quando o prefeito de Senador Cortes chegou.

Alegou que a ponte que estava vistoriando é importante na zona rural e que a medida que estava adotando, de jogar terra para fechar a cratera aberta pela chuva é só paliativa.
Ele disse ainda que várias pontes foram recuperadas com os recursos conseguidos no ano passado.

Explicou que tem tudo registrado na prefeitura e concordamos em ir lá conferir.
Encontramos uma pasta com muitos relatórios.
O prefeito mostrou a declaração de Estado de Emergência endossado pelo Ministério da Integração Nacional.
Nos relatórios, consta que os estragos deste ano foram avaliados em quase 300 mil reais.

A prefeitura explicou ainda que em caso de Estado de Emergência, a ajuda não vem em dinheiro e sim em materiais de primeira necessidade, como roupas, colchões e cestas básicas.
A reconstrução é feita em parceria com os governos federal e estadual.

Com tantos documentos de ambos os lados da história, resta esperar a conclusão do trabalho do Ministério Público.
O promotor de Mar de Espanha é quem atende a região e está com o caso.
Vamos acompanhar, curiosos para ver o resultado.
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