Hoje foi um dia daqueles! Parecia que não acabaria nunca. Começamos cobrindo a visita do Ministro das Comunicações, Hélio Costa.

Depois do aeroporto, seguimos para o bairro Santa Cecília, na região central da cidade.
A denúncia era de que um bebê tinha sido encontrado morto em casa com sinais de estrangulamento. No local, já não tinha mais qualquer movimento de policiais e conselho tutelar. Alguns moradores nos receberam com cara feia, apontando para o nosso carro e reclamando entre eles. Uma senhora nos disse onde ficava a casa da criança. Pedi ao Robson que não saísse do carro e me deixasse falar com a família antes de descer o equipamento, para evitar problemas. O avô do bebê estava no portão. Depois que eu pedi desculpas por incomodar a família num momento tão difícil, ele se tornou receptivo e autorizou a nossa entrada na casa. A mãe do bebê é uma estudante de 17 anos e parecia alheia a tudo o que estava acontecendo. Ela disse que deu de mamar ao filho Caíque, de 3 meses, e lembra que ele dormiu ao lado dela na cama, como sempre fazia. Depois disso, só lembra de ter acordado e visto a criança com espuma saindo por uma narina e sangue pela outra. Gritou por socorro, mas quando o SAMU chegou, o Caíque já estava morto. A avó do bebê é uma zeladora de 41 anos. Ela acredita que a filha possa ter ficado desacordada em função dos dois calmantes de tarja preta que tomou na noite anterior, por ordem médica (ela tem epilepsia). O corpo do menino foi levado para o IML de Juiz de Fora para necropsia e o laudo sai em 30 dias. Caíque viveu tão pouco, que a mãe sequer teve tempo de revelar as fotos que tirou no batizado dele, há duas semanas. Em respeito à família, vamos deixar esta parte do trecho sem fotos dos familiares nem do barraco onde eles vivem.


Nosso objetivo era investigar uma denúncia recebida pelo repórter Ricardo Beghini, do Jornal Estado de Minas.
Como ele estava enrolado cobrindo o Tupi, coube à nossa equipe descobrir se o caso era verdade.
Matias Barbosa fica mais perto do que muitos bairros da cidade.

A chuva foi intensa para aquele lado também e a ponte na divisa dos municípios ficou cheia de água. Depois de conversar com muitas pessoas, descobrimos que a denúncia não era verdadeira e voltamos a Juiz de Fora.
Eu já estava digitando meus textos para gravar os offs, quando a nossa produtora, Regina Ramalho, avisou que uma mulher tinha sido encontrada morta em casa, amarrada e amordaçada. O crime aconteceu numa granja no bairro Niterói, zona Sudeste da cidade, mas o corpo tinha sido levado para um hospital particular. Lá, encontramos os policiais militares registrando a ocorrência. Não conseguimos contato com os familiares, que estavam abalados numa sala da administração. Os policias contaram que a dona de casa de 82 anos foi encontrada pela filha amarrada, amordaçada e com o rosto preso no travesseiro. Havia sinais de invasão na casa, mas ainda não se sabia se algum objeto tinha sido roubado, o que configuraria latrocínio, roubo seguido de assassinato.


Ninguém quis falar sobre o assunto, mas os policiais já tinham ouvido as testemunhas e nos passaram todos os detalhes.
Segundo o boletim de ocorrência da polícia militar, o vigilante André Cezário da Costa, 31 anos, encontrou a ex-mulher, Irna Daniele Petterman, também de 31 anos, na saída do trabalho dela.

