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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Bazuca apreendida em casa de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

A apreensão começou por volta de meia-noite.
A equipe do Tático Móvel da 70a Cia. da Polícia Militar vinha recebendo denúncias de compra de armas pesadas por traficantes de Juiz de Fora.
Na noite passada, eles receberam informações de que numa casa do bairro São Sebastião, Zona Leste da cidade, havia um fuzil.
No local, eles encontraram um lançador de mísseis, conhecido popularmente como bazuca.

O armamento é de fabricação sueca e só pode entrar no Brasil importado para uso das Forças Armadas.
A presença da bazuca enterrada a um metro de profundidade debaixo de uma escada, surpreendeu os policiais.
"Foi surpreende encontrar uma arma de tamanha potência.
Encaminhamos o lançador à Polícia Civil, que vai investigar a origem.
O exército e a Polícia Federal já foram avisados da apreensão" explicou o Sargento Márcio Bargiona.

Os policiais tiveram dificuldades para cavar no escuro.
Eles quebraram o cimento do piso e escavaram até encontrar a arma toda enrolada em sacolas de plástico.
Com cuidado, a bazuca foi sendo desembrulhada aos poucos e retirada do esconderijo.
Ela tem várias instruções de uso.
Todas em português, o que atestaria o uso pelas Forças Armadas brasileiras.

Quem fez a denúncia falou que havia também drogas na casa.
Os policiais militares tiveram que cavar mais uma vez.
No chão do canil, eles quebraram outro piso de cimento e encontraram duas embalagens reforçadas com várias sacolas plásticas.
Dentro, estavam 200g de um pó branco proveniente de uma das etapas do refino da cocaína e 50 frascos de cloridrato de lidocaína, produto usado no refino da droga.

A dona da casa, uma cozinheira de 48 anos, foi presa em flagrante.
Ela não quis conversar com a nossa equipe, mas contou aos policiais que agia como guarda-roupa, a pessoa que, na gíria policial, guarda armas e drogas para traficantes.
O dono do material está sendo procurado.
O suspeito já teve problemas com drogas e foi preso pela Polícia Federal.
Agora, está na mira das polícias militar, civil e federal, além do Exército.

Denúncia de abuso de poder contra Guarda Municipal de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

No mês passado, acompanhamos a entrega aos Guardas Municipais de Juiz de Fora da carteira funcional e dos frascos de gás pimenta.
O spray é uma forma de dar mais segurança aos profissionais e ajudar no combate à criminalidade.
A entrega foi feita com pompa e circunstância e toda a mídia estava presente.

Na ocasião, perguntei aos comandantes da Guarda que procedimentos haviam sido adotados para garantir o uso correto do gás.
Eles explicaram que todos os agentes participaram de um treinamento junto à equipe do GATE, Grupo de Ações Táticas Especiais, da Polícia Militar.
Lá, aprenderam a manusear o spray e os momentos certos de utilização.

Perguntei ainda o que aconteceria com quem se excedesse e usasse indevidamente o gás.
A resposta foi que todas as ações seriam avaliadas e que aqueles que não cumprissem com a meta de manter a segurança na cidade e abusassem do poder seriam submetidos às sanções internas, de acordo com as regras da Guarda Municipal.

Ninguém nega a importância de ter Guardas Municipais com mais condições de agir em casos de tumulto.
O gás pimenta é recomendado para evitar ações mais truculentas.
Ele é lançado na altura da cabeça.
A queimação nos olhos deixa o suspeito sem reação por alguns momentos.
Tempo suficiente para ser imobilizado e preso.

Mas, nesse domingo, um fato lamentável foi registrado pela Polícia Militar numa boate na área central de Juiz de Fora.
Enquanto cobríamos a apreensão de uma bazuca na zona leste da cidade, encontramos na delegacia um grupo de jovens que não quis gravar entrevista, mas contou ter sido vítima de abuso de poder de guardas municipais.
Três guardas teriam se envolvido numa briga com esse grupo de amigos.
No meio do tumulto, um dos agentes, de folga, tirou o spray do bolso e espirrou gás pimenta num dos rapazes.
Ele foi socorrido pelos colegas, que cobraram satisfações.
Houve mais gás lançado e a polícia militar foi chamada.
Nenhum dos guardas, fardados ou não, que estavam na delegacia tinha autorização para falar sobre o assunto.
As vítimas também queriam evitar divulgação.
Agora, é esperar para ver a apuração do fato.