Por Michele Pacheco
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais divulgou dados sobre a infestação em várias cidades da Zona da Mata Mineira.
A recordista em casos registrados é Muriaé.
Em 2008, foram 579 notificações.
Em 2008, foram 579 notificações.
Neste ano, em apenas quatro meses, já foram 520 casos notificados.
Até agora, 125 foram confirmados.
Conversamos com alguns moradores que já tiveram ou estão com dengue e todos reclamaram das dores pelo corpo e nos olhos, além da sensação de cansaço e mal-estar.
Conversamos com alguns moradores que já tiveram ou estão com dengue e todos reclamaram das dores pelo corpo e nos olhos, além da sensação de cansaço e mal-estar.
Um caso curioso foi o da aposentada Neuza Medeiros Laia.
Ela é mãe do nosso companheiro de trabalho, Evandro Medeiros.
Ela só descobriu que estava com a doença, quando já estava se recuperando.
“Como eu sofro de problemas na coluna, imaginei que as dores fossem causadas por eles. Tomei analgésicos e nada da dor passar. Depois de alguns dias, procurei o médico que atende minha família e ele pediu exames para confirmar a suspeita. Minhas hemácias tinham diminuído muito, confirmando a dengue” explicou a Neuza.
A Neusa aproveitou o exemplo dela para fazer um alerta.
A Neusa aproveitou o exemplo dela para fazer um alerta.
“Quem estiver com os sintomas, não deve perder tempo e procurar ajuda médica. Os sintomas não se manifestam todos de uma vez e podem variar de uma pessoa a outra. Por isso, é importante estar atento e desconfiar de qualquer mal-estar. É claro que também é importante seguir as orientações sobre prevenção” avisou.
Os 45 agentes de saúde de Muriaé estão fazendo um trabalho intensivo para eliminar o perigo.
Os 45 agentes de saúde de Muriaé estão fazendo um trabalho intensivo para eliminar o perigo.
Eles já encontraram focos em 22 dos 51 bairros vistoriados.
Por onde passam, a cena é a mesma: um monte de lixo e entulho guardado em casas e terrenos baldios.
Isso favorece o surgimento de focos e a reprodução do aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
Nessa casa, no bairro São Pedro, os agentes encontraram muitas garrafas pet, potes, lixo e até um vaso sanitário no quintal, acumulando água de chuva.
Nessa casa, no bairro São Pedro, os agentes encontraram muitas garrafas pet, potes, lixo e até um vaso sanitário no quintal, acumulando água de chuva.
Uma caixa d’água estava tampada, mas havia outra apenas com uma lona por cima.
Como choveu nessa semana, o plástico estava cheio de água.
Várias larvas foram achadas numa garrafa destampada.
Todo esse material foi retirado da casa e encaminhado à coleta de lixo.
Todo esse material foi retirado da casa e encaminhado à coleta de lixo.
Os agentes contam que o caso é apenas mais um que prova o descaso de parte da sociedade com o problema.
Por mais que haja campanhas educativas, ainda é pequena a participação da comunidade.
É comum ver os moradores, de uma rua onde houve algum caso, se mobilizarem para evitar os riscos.
Mas, quando a situação se acalma, eles praticam os mesmos erros de antes.
O fumacê é usado para combater o mosquito.
O fumacê é usado para combater o mosquito.
As equipes se dividem em diferentes regiões da cidade.
Os moradores são avisados com antecedência, para deixar portas e janelas abertas, facilitando a entrada do inseticida.
Mesmo assim, é comum encontrar casas totalmente fechadas.
Isso atrasa o trabalho preventivo, já que o resultado não é o esperado e as equipes têm que retornar com freqüência aos locais visitados.
Isso atrasa o trabalho preventivo, já que o resultado não é o esperado e as equipes têm que retornar com freqüência aos locais visitados.
O pessoal trabalha com disposição e bom-humor, mas fica chateado quando algum morador impede a entrada dos agentes nas moradias.
Isso mostra um descaso e um desrespeito com a saúde pública.
O Coordenador do Programa de Endemias da Secretaria de Saúde de Muriaé lembrou que todos os investimentos feitos na prevenção e no combate à dengue não vão surtir efeito se não houver um trabalho conjunto do poder público com a sociedade. Afinal, a doença não tem preconceito nem fronteira e atinge pobres e ricos.
Em Cataguases, a situação também é complicada.
O Coordenador do Programa de Endemias da Secretaria de Saúde de Muriaé lembrou que todos os investimentos feitos na prevenção e no combate à dengue não vão surtir efeito se não houver um trabalho conjunto do poder público com a sociedade. Afinal, a doença não tem preconceito nem fronteira e atinge pobres e ricos.
Em Cataguases, a situação também é complicada.
Nós fomos lá cobrir o caso e levamos um estoque de repelente.
Em 2009, até agora já foram 53 casos confirmados de dengue e 143 casos suspeitos.
As autoridades também estão mobilizadas no combate à doença.
Leopoldina fica a 22 km de distância de Cataguases e vive uma situação completamente diferente.
Leopoldina fica a 22 km de distância de Cataguases e vive uma situação completamente diferente.
A parceria entre o poder público e a sociedade está funcionando bem.
Em 2008, foram notificados 221 casos e confirmados 58.
Em 2009, até o dia 11 de abril, foram 30 casos notificados e 7 confirmados, sendo que em dois deles a contaminação foi no Espírito Santo, por pessoas que estavam viajando de férias.
Entre os trabalhos preventivos está a coleta de lixo e o fumacê.
Para o secretário de Saúde, Guilherme Reis, o segredo do sucesso no combate à dengue está na equipe de trabalho.
“Nós mantivemos a mesma equipe de rua que já trabalhava.
A experiência deles aliada ao apoio da comunidade tem dado resultados positivos” explicou o secretário.
Cada passo da campanha de combate à dengue é informado à população por meio das rádios, dos jornais e de anúncios.