Por Michele Pacheco
O tema foi a dificuldade de atendimento nas UBS, Unidades Básicas de Saúde, e a necessidade de colocar logo em funcionamento as duas Policlínicas recém-construídas.
Uma fica no bairro São Pedro e vai atender 30 mil moradores da região oeste, conhecida como Cidade Alta.
Os prédios estão prontos, mas não há um equipamento sequer dentro deles.
Enquanto esperam a inauguração, os moradores continuam tendo que procurar socorro no centro da cidade, gastando com transporte valores que poderiam fazer diferença na mesa da família.
Na audiência pública, o secretário de Saúde, Cláudio Reis, explicou que, originalmente, a proposta era oferecer atendimento 24h de urgência e emergência nas Policlínicas, desafogando a sobrecarga no HPS, Hospital de Pronto Socorro. Mas, segundo ele, com os problemas financeiros deixados pela administração anterior, não há recursos para arcar com as despesas para manter as unidades funcionando dia e noite.
As outras policlínicas que já existiam na cidade - uma na zona norte e outra na zona leste - também estão com horário limitado de atendimento, ficando abertas apenas até às dez da noite.
Muitos moradores e líderes comunitários se uniram às autoridades para discutir o problema. Eles reclamaram do atendimento precário nas UBS, contaram que algumas estão com a estrutura comprometida e que outras foram instaladas em locais de acesso difícil. Um vereador lembrou que a Unidade Básica de Saúde do bairro Progresso foi colocada no alto de uma ladeira, impedindo acesso de gestantes, obesos e idosos, fora os cadeirantes!
O Secretário de Saúde ouviu todas as reclamações e admitiu que a situação é complicada. Há muito a ser feito, mas poucos recursos.
Enquanto a justiça trabalha nos processos contra o ex-prefeito Alberto Bejani, apurando se as denúncias de corrupção, com desvio de verbas e enriquecimento ilícito, são verdadeiras, o município arca com o prejuízo.
Nessa confusão de culpados e inocentes, quem paga a conta é o povo.
A atual administração enfrenta um problema por dia, ao ser questionada sobre verbas que deveriam ter sido investidas e não foram, sobre como resolver problemas que estavam escondidos debaixo do tapete, etc.
Aos poucos, a gravidade da situação do município vem à tona, pegando de surpresa todo mundo e deixando no ar um mal-estar grande.
Fica difícil aceitar que um município em franco crescimento tenha que sofrer um baque tão forte.
Só nos resta torcer para que a situação se resolva logo e que Juiz de Fora não mergulhe numa desaceleração do crescimento e ponha em risco o bem-estar dos moradores.