Foi uma semana e tanto para a Polícia Civil de Juiz de Fora.

O resultado vem de muito trabalho e da dedicação de profissionais que, muitas vezes, passam mais tempo na delegacia do que em casa.

Eles se uniram para comprar a droga, que foi providenciada por um traficante preso na Penitenciária Nélson Hungria, em Contagem.
Os 27kg de pasta base foram encomendados pelo preso Carlos Henrique da Conceição, o Rique.

As investigações apontaram um outro detalhe surpreendente.
O fornecedor da droga também está preso, mas não foi informado onde ele está na Região Metropolitana.
Resta saber como as autoridades deixam que os presos ajam livremente nas celas, comandando quadrilhas à distância.

Num trecho de conversa entre o Rique e um agente penitenciário, os dois falam sobre a compra de um celular pelo preso.
O agente cita número da conta dele, agência e banco e até passa o nome para o depósito.

É revoltante ouvir o pavor na voz da mãe que tenta ajudar o filho que se meteu em confusões.
Ele diz que quer morrer, porque já perdeu tudo o que tinha.
Ela implora que o filho deixe as drogas, porque ele acabou com a vida de toda a família.
A mãe tenta animar o filho dizendo que conseguiu mil reais para ele pagar o celular.

Ela se desespera, diz que vai fazer o depósito e tentar conseguir mais mil reais durante a semana.
O filho insiste no choro e vai deixando a mulher cada vez mais apavorada.
O traficante diz que quer sair, mas não pode enquanto não pagar o que deve.

A mãe sofre e acredita em mudança e o filho se enfia cada vez mais fundo no mundo das drogas.
E tudo isso flagrado pelo GTO.
As escutas revelaram que uma "mula", pessoa responsável por transportar a droga, chegaria em Juiz de Fora vinda de Belo Horizonte.

Um Golf foi abordado e no porta-malas estavam os 26 tabletes de pasta base.
O responsável pela entrega chorava sem parar na delegacia e dizia não ter culpa de nada, que só tinha trazido o material.
Integrantes do consórcio que esperavam a remessa também foram presos.

Ao todo, cinco pessoas tiveram a prisão confirmada e foram encaminhadas para o Ceresp de Juiz de Fora.
A operação deu o que falar e deixou as autoridades de cabelo em pé.
Quem sabe agora, alguma autoridade resolve moralizar o sistema prisional e penitenciário e punir exemplarmente quem mantém os esquemas funcionando?