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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Estúdio é fogo!

Por Michele Pacheco

Eu tenho trauma de estúdio! E tenho motivos para isso! Todo mundo acha engraçado ver aqueles vídeos em que spots caem nos apresentadores e coisas estranhas acontecem. Eu também achava, até me tornar vítima de "acidentes" no estúdio.
Sou do tipo que gosta de aprender e quer saber todas as funções ligadas ao jornalismo. Aprender a ancorar o jornal era um desafio. Sou da equipe de rua, amo o trabalho de externa e gostaria de manter contato com ele para o resto da vida. Mas, eu tinha que ir para a bancada e provar a mim mesma que faria direito. Lá fui! Uma, duas, várias vezes. Estava começando a superar a sensação de passarinho engaiolado, num local fechado e com ar condicionado ou muito frio ou muito quente (nunca na temperatura ideal!). Foi, quando aconteceu.

Nossa Editora Responsável estava de licença maternidade e o editor assumiu o lugar dela. O Stanley Teixeira fechava o jornal e ficou responsável por cortar o Jornal da Alterosa aos sábados. Lá fui eu para o estúdio, apresentei tudo e me despedi. Sabe aquele finalzinho de jornal, com a ficha e o apresentador tirando o microfone, etc... Pois foi aí que começou o problema. O Robson estava de férias e o Maurício Mazzei estava no lugar dele na rua comigo e no estúdio passando o TP. Eu encerrei, tirei o microfone, coloquei na bancada e fui conversando com o Mazzei até minha imagem sair do vídeo. Assim que a tela ficou preta, indicativo de que o sinal tinha passado para o controle de Belo Horizonte, eu tirei o ponto eletrônico e me virei na cadeira para amarrar o fio. Foi quando o Mazzei começou a rir e disse "olha lá, é você de novo". Senti um frio na barriga. Claro que tinha acontecido algo errado! Sentei direito, fiz cara de quem estava disfarçando, como se tudo estivesse previsto, abaixei um pouco a cabeça e mexendo pouco a boca, pedi baixinho para ele desligar as luzes para que eu pudesse sair do estúdio. Quem disse que meu querido amigo me ouvia? Também, com tantas gargalhadas! E ficamos alguns minutos naquele sofrimento. Minha imagem sumia, eu levantava para sair, ela voltava, eu sentava, ela sumia, eu levantava... Lá pelas tantas eu já estava vendo a hora em que iria levantar e, em vez de deixar o estúdio, eu iriar voar no pescoço do Mazzei. Ele riu tanto que já estava ficando roxo.

Quando enfim entendeu o que eu queria que fizesse e apagou as luzes, pude finalmente escapar do meu calvário! Entrei na cabine de exibição pronta para esquartejar quem tinha me deixado naquele mico e a história que ouvi foi hilariante! O botão da mesa de corte escapuliu e caiu no chão no fim do jornal, impedindo que mudassem a imagem que estava no vídeo, cortando para o sinal de Belo Horizonte. Imagine o nosso editor com quase dois metros de altura e calçando 46 bico largo andando de um lado para o outro atrás de um botãozinho, com o pessoal de BH gritando pelo intercom cobrando solução! Cada vez que ele chegava perto, chutava o pobrezinho para mais longe. Quando enfim conseguiu resgatar o fugitivo, eu já tinha conseguido sair do estúdio.
Fiquei com medo de passar até perto do estúdio. Entrava passando por trás das câmeras, para não correr o risco de alguém ligar e eu ir para o ar. Quando estava começando a me curar do trauma, veio outra bomba.

Mais um fim de semana, mais uma vez eu apresentando e o Mazzei no TP, mais uma vez o Stanley no corte. Receita perigosa! Mas, tínhamos que arriscar.

Lá estava eu, sentada na bancada, esperando o jornal começar e com as pernas bambas. O Mazzei vira e me diz todo simpático "calma, você já passou pelo pior, o que mais pode acontecer?". Foi o suficiente para me subir um frio pela espinha. Começou o jornal, a primeira matéria entrou, li algumas notas e chamei a segunda matéria. De repente, buuum! Ouvi um estouro e vi uma chuva de fogo caindo em cima do monitor do TP e na camisa do Mazzei. Acreditem se quiserem, a lâmpada de um dos spots em vez de queimar, derreteu. Quente, o material derretido queimou o plástico do monitor e levantou fumaça. Assustado, o Mazzei começou a se estapear, levantou e foi para a frente da câmera. A matéria chegando ao fim, eu pedindo socorro pelo microfone (baixinho, com medo de vazar o áudio no ar e criar pânico) e o meu pobre colega com a roupa cheia de buraquinhos andando de um lado para o outro na frente da bancada. Socorro, não veio nenhum. Mas, logo ouvi a voz do Stanley "atenção, deixa no ar, você vai voltar agora". Virei para o Mazzei e falei "vamos voltar, vá se estapear atrás das câmeras". Busquei a expressão mais tranqüila que consegui e fui lendo os textos em meio à fumaça, como se nada tivesse acontecido. Nossa sorte foi que o jornal de sábado era menor e eu tinha lido várias vezes as laudas antes do jornal começar. Improvisei alguma coisa e saímos do estúdio assim que o jornal acabou. Entramos brancos e trêmulos na cabine e o pessoal nos recebeu dando os parabéns, dizendo que tinha sido o melhor jornal dos últimos dias. Quando nos viram quase desmaiando e contamos o que tinha acontecido, ninguém acreditou. Todos correram para o estúdio e viram as marcas de fogo no monitor e a camisa furada do Mazzei.

Desde então, estúdio para mim é fogo!

Jornalista dá banho

Por Robson Rocha

Na segunda-feira, dia 14 de janeiro, Aline Veroneze e eu estávamos atrasados para uma gravação na prefeitura de Juiz de Fora e a assessoria ligou para a Michele para confirmar se a TV Alterosa iria cobrir.
Chegamos correndo e subimos até a sala de entrevistas, ao lado do Gabinete do prefeito, onde já estavam todos a postos. Fotógrafos, cinegrafistas e repórteres aguardando a nossa chegada para começar a coletiva.

O prefeito Alberto Bejani e o secretário executivo do Ministério dos Esportes, Wadson Ribeiro conversaram com os jornalistas sobre a ordem de serviço para o início imediato das obras do Ginásio Poliesportivo de Juiz de Fora. E falaram também que a cidade vai receber uma fábrica do programa "Pintando a Cidadania", o que vai gerar 300 empregos para os jovens. E dez mil crianças serão beneficiadas com a prática esportiva através da parceria da Prefeitura com o Ministério dos Esportes no Programa Segundo Tempo.

Todos estes anúncios foram feitos durante entrevista coletiva, mas o melhor ainda estava por vir.
Eles assinaram os documentos e começaram a gravar separadamente para as tv’s. Minha companheira de equipe logo se prontificou a entrevistar o prefeito Alberto Bejani e depois o Wadson, que conheço desde que ele era garotinho, batendo pelada lá no bairro Linhares.

Mas voltando à entrevista, a Veroneze chamou o secretário. Começamos a gravação e ela foi colocar a bolsa em cima da mesa. Bolsa é modo de dizer, pois aquilo parece uma mala equipada para um mês de viagem. Mas vamos continuar chamando de bolsa. Nisso, notei os olhos do secretário se arregalando, ele deu um pulo para trás e começou a rir. Sem tirar o olho do view-finder, com o outro dei uma leve e rápida olhada para mesa e não é que a Aline com sua pequena bolsa fez um strike, derrubou todos os copos com água que estavam na mesa.

O nervoso da loura era tanto que ela ficou vermelha e não conseguia parar de rir.
Por sorte não molhou o Wadson. Mas os desenhos do ginásio e os documentos que estavam na mesa e tinham acabado de ser assinados...
Já tinha ouvido falar em lavagem de dinheiro, mas a Aline inventou a lavagem de documentos.