Por Michele Pacheco
Até onde vai a crueldade do ser humano?
Ser jornalista é ter que lidar com o pior e o melhor das pessoas.
Infelizmente, o pior tem prevalecido.
Estávamos na zona sul da cidade para uma entrevista, quando uma fonte avisou dos assassinatos na zona norte.
Fomos correndo para lá.
Numa das ruas mais movimentadas do bairro Benfica, havia uma multidão de curiosos, parentes desconsolados e policiais.
Valéria da Rocha Tassara, de 42 anos, foi vista pela última vez na sexta-feira, no trabalho.
Ela emendou o feriado e tinha uma viagem prevista para a segunda-feira, iria com a filha de 12 anos para Aparecia, em São Paulo.
Elas não apareceram e o pessoal que viajaria junto com elas começou a ligar direto para a família.
Os parentes não sabiam de nada, tentaram contato por telefone, foram até o apartamento, chamaram e ninguém atendeu.
Como a Valéria não apareceu para trabalhar ontem e hoje, a família ficou assustada.
Dois irmãos foram ao apartamento e levaram um chaveiro.
Segundo os policiais, a cena era horrenda.
A adolescente Elisa estava amarrada em cima da cama, no quarto, e tinha um cabo de vassoura enfiado na boca.
Havia muito sangue pela casa.
O rastro levou até o banheiro, onde a mãe estava caída.
Segundo o delegado da 3ª Distrital, a suspeita é de que as duas foram mortas há três ou quatro dias.
Alguns buracos foram notados na cabeça da Valéria.
Mas, como os corpos estavam em estado de decomposição, não deu para os peritos afirmarem se foi tiro ou pancada que matou a supervisora de produção.
A polícia investiga crime passional.
A família e os amigos contaram que a vítima tinha medo do ex-marido e já tinha sido espancada por ele.
Ao levantar dados sobre o caminhoneiro, os policiais militares descobriram que havia dois mandados de prisão para ele por furto e roubo de carga.
O homem foi preso por esses crimes e está sendo investigado por suspeita dos assassinatos.