Nossa primeira pauta hoje foi retornar à

No local, a situação está muito pior do que encontramos há uma semana.
Desde o último dia quatro, quando a estrada foi interditada, as

E o pior é que, além de ceder, o asfalto está escorregando em direção ao precipício.
Os técnicos explicaram que a estrada foi construída numa área ruim.
A BR 267, no trecho que cedeu, foi feita sobre um maciço rochoso.
Algumas pedras foram cortadas e o nível foi completado com aterro.
E foi justamente a área de aterro que afundou.

O trânsito não pode ser liberado, pois os estudos no local estão sendo feitos.
Até agora, todos os indícios são de perigo iminente de desmoronamento completo.
Sem as chuvas fortes das últimas semanas, era esperado que as rachaduras ficassem estáveis. Mas, isso não ocorreu.
A chuva é apontada como uma das causas do problema.

A água começou a infiltrar por baixo da terra com mais força e foi arrastando o aterro pelo caminho.
Só restou a parte de pedra.
Mesmo assim, com a movimentação de terra, a encosta rochosa está soltando pedaços que podem matar uma pessoa que esteja passando.
O mais grave é a falta de consciência de algumas pessoas.

As pistas podem desmoronar de uma hora para a outra.
Aí, vai ser um tumulto para descobrir responsabilidades.
A rodovia tem placas indicando a interdição e as barreiras.
Mesmo assim, a todo momento motoristas param diante da montanha de terra com ar de quem não sabia que não dava para passar e são obrigados a retornar.
O Supervisor da Unidade do DNIT em Leopoldina,

É o passo mais importante para liberar recursos e começar as obras de recuperação.
Um levantamento topográfico foi feito e o resultado foi levado para Belo Horizonte hoje.
O objetivo é fazer o cálculo de custos e dar início ao processo de recuperação.
Conversamos muito debaixo do sol forte.

O homem do campo transformava as trilhas de mulas e de outros animais em estradinhas maiores, para passar com as carroças.
Essas estradinhas iam aumentando para dar passagem ao caminhão do leite.
Até que algum político conseguia dinheiro para autorizar o asfaltamento da tal estradinha.
E, com o tempo, ela virava uma via importante, com trânsito pesado.
Só que ninguém levava em conta que os animais buscam os caminhos mais fáceis.

Por isso, fazem uma volta enorme.
Com os equipamentos desenvolvidos pelo homem, ele é capaz de alterar os cursos das rodovias mais antigas.
Transformar curvas em retas, construir pontes para diminuir distâncias, detonar pedras para alargar estradas.
Parece que esse último recurso deve ser usado em Argirita.
“Um dos nosso projetos prevê a detonação de parte dessas pedras.

Os operários que estiverem trabalhando na base podem ser soterrados pela terra deslocada com o trabalho na parte de cima.
Como vamos ter que cortar parte das pedras para aumentar a área de segurança, deveríamos aproveitar e melhorar o traçado da rodovia” explicou o supervisor do DNIT.
O melhor atalho para quem segue de Juiz de Fora para

Isso agilizaria o nosso retorno, já que tínhamos outra pauta no sentido contrário.
Assim, fomos por Bicas, paramos o carro na primeira barreira montada e seguimos à pé.
Foi uma boa economia de tempo e de dinheiro.

É que hoje acordei com vontade de me arrumar um pouquinho mais.
Nada de botas, tão úteis nos dias de chuva.
Coloquei um sapato de salto, mais elegante e...desconfortável.
Sabe aqueles com o bico tão fino, que parece não ter fim e espreme os dedos desde a base?
Já estava a ponto de reclamar,

Achei melhor ficar calada do que correr o risco de ser arremessada encosta abaixo.
A camisa dele estava ensopada e meu pobre maridinho já estava começando a bufar.
E ainda dizem que vida de repórter é um luxo só!
A câmera pesa mais de dez quilos. Mas, num sol daqueles, ela parece pesar o dobro!
No caminho de volta, vieram os delírios de quem se desmanchava em suor.

Depois, notamos que as pedras vivem molhadas e a água fica empossada na margem da rodovia. Isso nos lembrou das explicações do José Paulo sobre as causas do movimento de terra que abriu rachaduras na pista.
Para impedir que a água passe por cima da rodovia e acabe

Assim, a água que sai do lençol sob o maciço escorre para o abismo.
Com a rodovia interditada, a natureza se esbaldou.
Passamos por uma fila indiana de formigas cruzando a rodovia calmamente, sem perigo de ser esmagada pelos veículos.
Mais à frente, as taturanas se aventuravam num passeio que seria suicida há uma semana.
Por fim, voltamos a Juiz de Fora para deixar o material e seguir para a próxima pauta.

São 180 km a mais entre Juiz de Fora e Leopoldina.
Daí, dá para fazer as contas do quanto mais vão gastar no restante do trajeto.