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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Arraiá da cidade

Por Robson Rocha

Domingo foi dia de quadrilha. Depois de tanta operação da Polícia Federal, falar de quadrilha em Juiz de Fora assusta, mas essa só diverte.
A praça Antônio Carlos, no centro da cidade virou um arraial e pra dançar no 11º Arraiá da Cidade, teve grupo que percorreu mais de 150 quilômetros.
Caso do grupo folclórico Santa Terezinha, de Muriaé.
Todos estavam animados e desde cedo já agitavam a arquibancada.

Já os cumpadre e as cumadre que vieram de Coronel Pacheco, estavam se sentindo em casa.
Eles participaram todos os outros anos e vieram com vontade de ganhar.
Mas isso, sem rivalidade.
Os grupos são amigos e, quando uma cidade está se apresentando, os representantes dos outros grupos ajudam, dando apoio.

Quando estávamos gravando, eles se juntaram e pediram pra gravar a entrevista junto com o pessoal de Juiz de Fora.
Gravamos e quando acabamos a entrevista, eles estavam todos unidos.
A Michele aproveitou e tirou uma foto, pois o que é bom também tem que ser mostrado.

Em vários pontos da praça, era possível encontrar integrantes se maquiando, arrumando o cabelo.
Essa aí da foto, bem que tentou esconder quando eu estava gravando, mas não conseguiu e vai estar no jornal da Alterosa edição regional.
Ela ficou bem na fita.

Quem não estava bem era eu, com dor de garganta, febre, com as juntas doloridas e todo agasalhado. Mas, minha febre e aquele sol não combinaram e dei uma piorada.
Escorei no banco da Michele, enquanto ela escrevia o texto e aguardávamos o inicio da quadrilha. Eu não estava agüentando ficar de pé. E aí vem o Luiz Carlos Duarte, repórter fotográfico do Jornal Panorama e faz esse maravilhoso registro.
E ainda me manda por e-mail, perguntando se não era ressaca!

As apresentações começaram por volta de quatro da tarde desse domingo e os integrantes deram um show.
A animação dos participantes era de dar inveja, principalmente em mim, que estava um zumbi.
Eles pulavam, dançavam e não perdiam o espírito de conjunto.
Às vezes eu parava de gravar e ficava observando, pois independente da idade, eles pareciam estar dançando com a alma.

A praça Antônio Carlos ficou lotada.
Isso, mesmo sem muita divulgação. Mas, o publico ocupou toda a arquibancada e ainda acompanhou do chão.
Adultos e crianças batiam palmas, dançavam e tinham comidas típicas para experimentar.
A canjica parecia estar deliciosa, só não posso dizer se o cheiro estava bom, pois meu nariz estava entupido.
A Jacira mexia um panelão e contava que o segredo do sucesso que a canjica estava fazendo veio da Bahia e não poderia ser revelado.
"Ninguém faz canjica como eu.
No sábado, vendi tudo e tive que fazer mais rapidinho" contou a vendedora com um forte sotaque nordestino.

Acompanhamos a apresentação do pessoal de Muriaé.
Quando eles entraram fiquei meio em duvida se eles iam mandar bem. Mas, não é que arrebentaram a boca do balão.
O que me chamou a atenção é que em quadrilhas de São João, as pessoas vão com roupas remendadas, porém o pessoal de Muriaé chegou com roupas zero bala.
Todos com trajes bem feitos e combinando. O resultado visual ficou muito bom.

Mas, o melhor é ver que novas gerações estão mantendo algumas tradições, principalmente aqui em Minas.
É bacana ver crianças como essas participando e aprendendo a gostar de dançar uma quadrilha.
Tomara que essas tradições não acabem nunca.