Por Michele Pacheco
Sábado, véspera do Dia dos pais e horário especial do comércio para atender aos que deixaram as compras para última hora.
Foi nesse cenário que a população e os visitantes de Juiz de Fora participaram da Campanha de Vacinação contra Rubéola.
Um estande foi montado no calçadão da rua Halfeld, no centro da cidade, pela Secretaria de Saúde, Saneamento e Desenvolvimento Social.
Os responsáveis pela vacinação perguntaram nossa idade e nos "laçaram" para vacinar durante a matéria.
Foi um empurra-empurra, ninguém queria ser o primeiro, cada um inventava uma desculpa, mas não teve jeito.
A saída foi registrar a reação de cada um.
A Caroline tentou fugir da nossa câmera, mas não adiantou.
Eu estava toda animada por já ter sido vacinada, mas minha alegria durou pouco.
Tive que reforçar a vacina e entrei na fila.
Confesso que não doeu como imaginei na hora que a vacinação começou.
Mas, depois meu braço foi ficando duro e começou a latejar.
Para não assustar o pessoal da fila, saí sorrindo. Logo depois, o desconforto passou.
O Robson se gabava de já ter 39 anos e não precisar vacinar.
Teve que entrar na fila também!
Só que foi mais esperto e ficou numa posição que dificultou o registro da vacinação.
Mas, a careta depois de tomar a vacina entregou o quanto ele odeia injeções.
Aliás, parabéns aos envolvidos no trabalho.
Eles têm a mão leve e reduziram ao máximo a dor da agulhada, que tanto gera pânico entre crianças e adultos.
Ao todo, são 105 postos de vaicnação funcionando neste sábado em Juiz de Fora. As crianças menores de cinco anos deverão tomar a segunda dose da vacina contra a poliomielite e as pessoas na faixa etária de 12 a 39 anos deverão ser imunizadas contra a rubéola, mesmo aquelas que já tomaram a vacina ou as que já contraíram a doença. Somente gestantes ou mulheres que estejam planejando uma gravidez não devem tomar a vacina contra rubéola.Os trabalhos contra a pólio seguem até sexta-feira, dia 15. Já a campanha contra a rubéola se estenderá até o dia 12 de setembro e visa a erradicar a rubéola e a síndrome da rubéola congênita no país.
Em 2006, houve um aumento de casos confirmados da doença, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A disseminação do vírus ocorreu também em 2007, quando 20 estados brasileiros foram afetados, totalizando 8.683 casos, sobretudo nas regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste. 70% desse total foram de homens, o que fez com que eles se tornassem o alvo principal dessa mega-campanha. Em Juiz de Fora, os homens entenderam o recado e aproveitaram o sábado para se imunizar.
A Chefe de Vigilância Epidemiológica de Juiz de Fora, Viviane Lúcia Carneiro, explicou que a rubéola é uma doença infecto-contagiosa causada por vírus. O paciente apresenta febre baixa, manchas na pele, dor de cabeça e nas articulações, gânglios aumentados no pescoço e atrás da orelha, entre outros. A transmissão é feita de pessoa a pessoa, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar.
Segundo o Ministério da Saúde, "a campanha contra rubéola exigiu a preparação de uma megaestrutura. Oitenta milhões de seringas e agulhas, 220 mil pessoas, entre voluntários e servidores da saúde, dez aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), 41 mil carros e mais de 600 barcos são apenas alguns dos números grandiosos para a maior campanha de vacinação já feita no mundo. O ministério aplicou R$ 135,2 milhões na aquisição de mais de 84 mil doses de vacinas, R$ 8,9 milhões na compra de 80,1 milhões de seringas e agulhas e transferiu R$ 41 milhões para estados e municípios a fim de cobrir despesas com diárias, combustíveis e outras necessárias à operacionalização da campanha. Ao todo, o governo federal investiu mais de R$ 204,8 milhões na campanha contra a rubéola. O custo por pessoa vacinada é de R$ 2,9. Estima-se que por cada dólar que é investido na estratégia de vacinação são economizados US$ 12 no tratamento de crianças portadoras da Síndrome da Rubéola Congênita."
Depois de vacinada, uma mulher deve esperar três meses antes de engravidar. A vacina é contra-indicada para mulheres grávidas; pessoas que já tiveram reação alérgica grave à vacina; indivíduos com imunodeficiências congênitas ou adquiridas; pacientes que estão fazendo uso de corticóides em doses imunossupressoras, ou seja, que baixam a imunidade; pessoas em tratamento quimioterápico; e, por fim, transplantados de medula óssea cuja cirurgia tenha sido feita com menos de dois anos.