Por Robson Rocha
Nessa quinta-feira fomos fazer mais uma cobertura do treino do Tupi, líder do Campeonato Mineiro. Que, se nenhum juiz atrapalhar, só o Cruzeiro pode tirar do primeiro lugar.
Mas, chegamos ao Estádio Municipal e a turma da imprensa já estava lá. O assessor de imprensa Renato, do galo carijó, que sofre com tanta gente apressada querendo informação, veio logo avisando: o Moacir não quer que grave as partes do treino que tenham jogadas ensaiadas.
Gravei o aquecimento do time, fiz alguns takes do treino e me juntei a galera da imprensa no banco de reservas.
O jeito foi assistir ao treino e descobri que o Moacir não tem moral só com os jogadores, ele consegue controlar a imprensa também.
A turma ficou toda no banco, assistindo ao treino, contando casos e ninguém arriscou não cumprir as orientações do homem.
Gravei mais alguns takes fechados, isso assentadinho pra não chamar a atenção do técnico. Para gravar a passagem foi de primeira, tabelinha rápida para não correr o risco do treinador nos mandar de volta ao banco de reservas. Também o cara não precisa nem falar, só o olhar já diz tudo e te tira de campo.
O Moacir deixou o Humberto Campos, cinegrafista da Panorama meio apavorado. Ele ficava o tempo todo dizendo que ia gravar, mas que o Moacir iria dar um esbregue nele. E perguntava se eu não ia gravar nada, só que eu quietinho, já estava gravando takes mais fechados que não mostrassem as jogadas.
Por fim, ele conseguiu que o estagiário gravasse uma passagem, pois aí ele conseguiria fazer as imagens que precisava.
Enquanto isso, o pessoal da rádio Globo fazia o programa Globo Esportivo ao vivo do Estádio e as ordens vinham de cima, mas não da direção e sim da cabine, onde o Ricardo Wagner comandava o programa. Ele estava longe, mas quem estava no estádio nem precisou ligar o rádio, pois ele falava tão alto que a gente lá embaixo escutava tudo. Teve gente dizendo que ele treinou com o Baleia, o repórter Fernando Luiz.
Enquanto isso, no gramado, o repórter Marco Aurélio não tinha nenhum jogador, nem ninguém do Tupi para entrevistar e o treino não acabava. Alias, podem falar qualquer coisa do Moacir, menos que ele não treine o time até no limite. Mas aí, sem ter quem entrevistar, veio uma ordem "de cima". E o Marcão começou a entrevistar os jornalistas que estavam ali. Os comentários eram piores do que os do Galvão Bueno.
No final, os comentários pertinentes dos companheiros da imprensa acabaram e o Marco Aurélio encostou em uma placa. Fui perto para conferir se ele estava rezando para o treino acabar ou conversando com o pessoal da cabine. Mas, o que parecia era que se o treino durasse mais dez minutos, ele ia entrevistar a placa. Porque o papelzinho na mão dele não tinha mais nada e ele já estava ficando de cabelo branco.
Brincadeira, ele matou a pau e ainda conseguiu entrevistar a turma, depois do treino.
Depois gravamos com o Marcelo Cruz, goleiro do time e a coletiva do Moacir “O Cara” Junior.Pra encerrar a tarde no Estádio Municipal, Wallace Matos, repórter da Tribuna de Minas, me pediu para tirar uma foto dele com o Marcelo. Não resisti e fiz uma pequena modificação na foto, só para mostrar que se a moda pega... Mas esse cabelo é uma outra história...