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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 13 de dezembro de 2008

Festa da Manga em Ubá

Por Michele Pacheco

Na estrada, as mangueiras carregadas de frutos indicam que Ubá está próxima.
A cidade tem tradição de cultivar mangas.
Ela começou com os imigrantes italianos, que trouxeram mudas da Europa para plantar nos quintais das casas.
Cada família tinha que preservar a planta.
Ainda hoje, é possível passear pelas ruas sentindo o cheiro das mangas.

Para preservar a fruta considerada patrimônio Natural do município, foi criado por lei, em 1998, o Dia da Manga Ubá.
A fim de marcar a data, há três anos é realizada a Festa da Manga.
Na Praça São Januário, no centro da cidade, os organizadores colocam barracas com artesanato e produtos feitos com manga.

É uma tentação! Neste ano, foram distribuídas mudas de mangueiras, a fruta in natura, sorvete, picolé e suco de manga.
Moradores e visitantes puderam comprar doces feitos com a fruta.
Entre as diversas opções, estavam manga em calda, empada, rocambole, bem-casado, trufa e tortinha. O pessoal da barraca do Imlor, Instituto Maria de Loreto Camiloto Rocha, lembrava aos visitantes que a manga pode ser usada em todo tipo de receita. “Ela tem um gosto muito semelhante ao do damasco e é pouco aproveitada. A manga pode muito bem ser usada na culinária. Tentamos divulgar ao máximo as qualidades dessa fruta” explicou a Elazir, presidente do Imlor.
Foram distribuídas também papéis com receitas à base de manga.

Apesar da diversidade, a opção que sempre faz mais sucesso é a mangada. O doce em barra tem cor de caramelo claro e consistência mais cremosa que a da goiabada.
Ele foi inventado pela dona Risoleta, uma moradora de Ubá, na década de 30.
A família preservou a receita.
Hoje, a mangada é produzida por várias famílias.
Tudo de forma artesanal.

Não há registros do número exato de doces produzidos, nem de produtores.
Fomos a uma fazenda acompanhar o processo.
De cara, ficamos com água na boca.
As árvores estão carregadas.
Como se não bastasse aquele cheirinho delicioso de manga, havia montes da fruta pelos cantos.

A escolha correta dos frutos que vão virar doce é essencial para o resultado perfeito.
O pessoal é rápido para separar aqueles que não estão nem verdes, nem passados.
Imaginei o trabalho que daria para descascar.
Mas, descobri que os anos de prática levaram à perfeição e a estratégias úteis.


A fruta é colocada em água fervente por alguns minutos.
Depois, vai para um tanque e recebe choque térmico, o que facilita a retirada da casca.
O trabalho é contínuo.
Enquanto uma porção está fervendo, a outra é descascada.

E isso se repete durante todo o dia, chova ou faça sol.
Descascadas, as frutas são colocadas nesta máquina curiosa.
Ela é usada para espremer as mangas.

O caldo grosso cai num tambor, enquanto os caroços são retirados por outra abertura.
Eles não são descartados.
Tudo se aproveita na fabricação dos doces.
Os caroços vão para a horta, virar adubo orgânico.
O caldo tem destino bem diferente.

O Darlô Gomes fabrica mangadas há 25 anos.
Ele conta que aprendeu com os pais, que herdaram a receita dos pais deles.
A produção está na terceira geração e deve ser passada adiante.
Ele conta que a fabricação de doces é uma ótima opção para o homem do campo.
“O trabalho é menor do que a criação de gado e a lavoura.
Além disso, o retorno é bom e ajuda no orçamento.
Hoje, eu tenho que comprar mangas, pois a quantidade que é produzida aqui na fazenda não é suficiente” explica o produtor rural.

Ele nos mostrou o restante do processo de produção.
Aquele caldo grosso que foi colhido num tambor é colocado no tacho de cobre.
Uma pá de madeira acoplada num motor fica girando sem parar, mexendo o doce e impedindo que ele queime.
Mesmo assim, o Darlô não tira os olhos do tacho e avalia, a todo momento, se o ponto já está bom.
Imagine, num dia quente de verão, o sofrimento de quem tem que ficar na beira da fornalha vigiando o doce!
Mas, tradição é tradição!
É uma questão de honra produzir os doces artesanalmente e com qualidade.

O Darlô aproveita a safra para fazer a mangada e guardar a polpa para fabricar o doce fora de época e manter o mercado local abastecido.
O processo é interromper a fervura antes de dar o ponto.
O caldo ainda mais grosso é retirado do tacho e guardado em tambores.
Quando os pés já estiverem sem frutos, o produtor só precisa ir ao estoque e transformar a polpa em mangada.

Depois de três horas e no ponto desejado, o doce é despejado em formas rústicas de madeira e colocado para secar.
Depois que endurece, a mangada é cortada e embalada.
Foi muito legal ver a agilidade do pessoal para embalar.
Eles têm um jeito de usar o plástico para não tocar na barra e embrulhar de forma higiênica. Depois, é só mandar para o mercado.

O Robson registrou todos os detalhes.
Um lugar daqueles é um prato feito para ele.
O fogo, o tacho antigo de cobre, o doce dourado se tornando caramelado, o pessoal trabalhando da mesma forma como era feito há quase 80 anos...
Tudo isso serve de inspiração para belas imagens.
Difícil foi ele agüentar ficar muito tempo perto do fogo.

A Rosângela de Freitas, extensionista de bem-estar social da Emater, nos acompanhou.
Ela registrou a visita e explicou a diferença da manga Ubá para os outros tipos.
“A manga Ubá é mais doce e dispensa o uso de açúcar na maioria das receitas. Quando é preciso adoçar, o produtor usa pouco açúcar, o que deixa o doce mais saudável” explicou.
Além disso, a manga Ubá é pequena, suculenta e saborosa.
O difícil de acreditar é que uma delícia como a mangada ainda não tenha sido descoberta por outras regiões do Brasil.
Nem no Rio de Janeiro, tão perto, os comerciantes têm o hábito de encomendar a mangada.

Conversei com a Rosângela e perguntei por que eles não tentavam vender o doce para restaurantes e hotéis de Minas e do Rio.
Eles podem servir a mangada como sobremesa ou no café da manhã.
Tenho certeza de que os turistas vão adorar.
Falta divulgação dessa delícia.
Mesmo em Ubá, a mangada é vendida sem estardalhaço.

Para experimentar, eu e o Robson tivemos que pedir socorro à Maria do Carmo, da Adubar (Agência de Desenvolvimento de Ubá e Região).
Ela nos levou a um açougue, onde o doce é vendido.
Puxa, cadê os empresários da cidade e os próprios produtores que não se unem para popularizar a guloseima?
É parte da história do município e merece ser divulgada.
Confesso que me tornei fã de mangada!

Ela fica deliciosa com um queijo branco, como geléia em biscoitos e pães e até misturada com requeijão.
Estou com algumas em casa e testando formas diferentes de consumo.
Meu tio Paulo César, que já morreu e não teve o prazer de provar esse doce, diria que ele é um “Manjar dos Deuses”! Ai, deu água na boca! Vou buscar mais um pedacinho!

Telefone de contato do Darlô - (32) 9917-5557

Superliga Masculina de Vôlei em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Foi realizada nessa sexta-feira (12/12) a segunda das quatro partidas que a Fátima/Medquímica/UCS agendou para Juiz de Fora na temporada 2008/2009.
No primeiro jogo, contra o Betim, o time patrocinado por uma indústria farmacêutica de Juiz de Fora perdeu por 3 a 1.

Desta vez, a equipe da Universidade de Caxias do Sul venceu com apoio da torcida.
Fomos cobrir o jogo e encontramos com a Paula, filha do Robson. Ela tinha ido com a amiga Gabriele. As duas treinam vôlei e têm aproveitado as partidas da Superliga por aqui para observar os profissionais em ação.

O primeiro set foi vencido pelos gaúchos por 25 a 16.
A UCS começou marcando, se alternou no placar com o GAC Logistics/ Santo André e abriu vantagem. No segundo set, houve revanche. O Santo André voltou mais atento e errou menos, fechando em 25 a 17. O técnico Marcelo Madeira é do estilo inquieto e ficava de um lado para o outro gritando com os jogadores, cobrando e motivando na medida certa cada atleta.
Já o Gringo, tem o estilo "técnico calmo". Prestava mais atenção do que falava. Nos pedidos de tempo e nos intervalos, ele juntava o grupo e passava as coordenadas.

A Paula estava tão empolgada que não desgrudava os olhos da quadra.
Ela viu o time paulista impor jogo forte no terceiro set e vencer mais uma vez, com 25 a 22.
O bloqueio funcionou bem.
No quarto set, tudo parecia definido.

O público já lamentava mais uma derrota do Fátima/Medquímica/UCS, quando os jogadores “ressuscitaram” em quadra.
Com garra e paciência, eles viraram o placar e venceram por 25 a 18.
No tie-break, a torcida foi à loucura. Gritava e aplaudia o “time da casa” e vaiava os adversários. A equipe de Caxias do Sul suou, mas conseguiu fazer 16 a 14, vencendo a partida por 3 sets a 2.
Depois do jogo, conversamos com os técnicos.

Na saída, a Paula aproveitou para tirar fotos com alguns atletas.
A história do Roim, que quase abandonou o vôlei depois de um ferimento grave na mão, serviu de lição para ela nunca desistir diante das dificuldades.
Ele é um dos destaques da equipe da UCS.
Enquanto tantas adolescentes passam o tempo na rua, aprontando, a Paula tem o nosso respeito.

Ela se diverte como qualquer garota de 13 anos, mas não perde o foco no futuro.
Tem vibrado com os elogios do treinador e segue à risca as orientações dele.
Como tanta gente que sonha em chegar à Seleção Brasileira, ela não tem como prever o futuro.
Mas, mesmo que não siga adiante como profissional, pelo menos já está exercitando o corpo e a mente.

Homem é executado em Muriaé

Por Robson Rocha

O 190 de Muriaé recebeu na noite dessa sexta-feira, uma denúncia de que um morador teria escutado disparos de arma de fogo em uma estrada vicinal que liga a Br356 a MGT265 e indo até o local viu um homem caído no chão agonizando.
A viatura policial 11.273, comandada pelo cabo Alberto foi enviada para o local. Chegando lá confirmou que o homem já estava morto.
Através do Sistema Integrado de Defesa Social, a PM conseguiu levantar dados da vitima. Manoel Messias de Oliveira, de 42 anos, era albergado da cadeia pública de Muriaé.

A Rotam 13.853, também foi acionada para ajudar no rastreamento da área, mas o mau tempo e a falta de testemunhas dificultaram o trabalho e o autor não foi localizado.
O que a polícia tem até agora, é a história contada pelo taxista que levou a vitima até o local.
Segundo o taxista, ficou acertado que voltaria para buscar Messias por volta das 22h30 e levá-lo até a fazenda da Serrinha, residência do ex-sogro da vitima, para visitar os filhos. Depois retornariam para a rodoviária de Muriaé, onde Manoel Messias teria deixado uma bicicleta no “guarda-volumes”.
O taxista disse também que a vitima teria reservado um quarto para duas pessoas no hotel Armação.

A perícia esteve no local e constatou que Manoel Messias levou seis tiros. Cinco na cabeça e um nas costas, características de execução.A delegacia de Muriaé vai investigar o caso.

Fonte: BO: 11.271/08 - 47º BPM