Por Michele Pacheco
Fomos ao bairro Vila Esperança II conversar com a família de um adolescente que foi esfaqueado ontem por uma jovem de 18 anos.
O que poderia ser mais um registro de drama familiar, se transformou numa matéria bem maior.
Ouvindo os relatos de parentes e moradores, entendemos que eles se sentem acuados, sem acreditar que as autoridades lembram que eles existem.
A avó do adolescente contou que ele saiu de casa com o irmãozinho de 3 anos no colo para comprar um sanduiche para o menino.
Passou por uns quatro quarteirões até um trailler, no bairro vizinho, Vila Esperança I.
Num beco no caminho, testemunhas viram a jovem tentando impedir a passagem dos dois e ameaçando a vítima.
Houve discussão e ela esfaqueou o Joseph.
Ele foi socorrido e levado para o Hospital de Pronto Socorro, onde passou por cirurgia e está em estado grave.
Decidimos percorrer a pé as ruas do bairro e vimos pelo caminho pessoas assustadas e desconfiadas.
Alguns moradores foram discretos ao nos apontar os "olheiros" do tráfico que nos seguiam por todo lado.
A comunidade já é carente demais e não merecia viver com a sensação de estar numa terra sem lei.
Fomos à casa da jovem e conversamos com a avó dela.
Na minha opinião, é outra vítima.
Idosa, cuida dos bisnetos gêmeos de 4 meses desde que o crime ocorreu e a mãe fugiu do local.
A mulher contou que não sabe o que fazer para evitar as ações da neta.
Bem em frente à casa da suspeita, há uma quadra toda pixada.
Ficamos surpresos com a ousadia dos criminosos que pintaram na parede a mensagem "Proibido PM".
O que leva alguém a agir dessa forma, sem medo de ser delatado e ter que responder pelos próprios atos?
Será a impunidade... a certeza de que crianças e adolescentes podem se envolver com bandidos sem medo de ter que pagar pelos erros... a confiança de que as autoridades vão se afastar de áreas tão perigosas, deixando espaço para o crime?
Eu e o Robson em momento algum fomos abordados de forma grosseira pelos moradores.
Mas, notamos o ar surpreso ao ver jornalistas andando sem preconceito e escolta policial por áreas perigosas.
Sonho com o dia em que essas comunidades vão ter a sensação boa de receber visitantes para mostrar bons projetos, boas ações e belas iniciativas.
Por enquanto, isso tudo está encoberto pelas más ações.
Quem somos
- Michele Pacheco e Robson Rocha
- JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
- Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Vazamento de gás provocado por cão em Juiz de Fora
Por Michele Pacheco
Os moradores do bairro Vila Ideal, na zona sul de Juiz de Fora,
acordaram assustados hoje, com um cheiro muito forte de gás.
Eles chamaram os bombeiros, que enviaram quatro equipes ao local.
Foi preciso arrombar a porta de um apartamento.
O que o pessoal não podia imaginar era o motivo do vazamento: um cão!/
É isso mesmo.
O dono saiu de casa e deixou o bichinho amarrado na mangueira do botijão de gás na cozinha.
Ele fez estripulias para se soltar e provocou o vazamento.
Parece brincadeira, mas a situação poderia se complicar, já que havia o risco de explosão e intoxicação.
Um caso desse, em geral passa despercebido pelos jornalistas, que nem vão ao local.
Mas, a gente achou tão inusitado que fez questão de registrar.
Os moradores do bairro Vila Ideal, na zona sul de Juiz de Fora,
acordaram assustados hoje, com um cheiro muito forte de gás.
Eles chamaram os bombeiros, que enviaram quatro equipes ao local.
Foi preciso arrombar a porta de um apartamento.
O que o pessoal não podia imaginar era o motivo do vazamento: um cão!/
É isso mesmo.
O dono saiu de casa e deixou o bichinho amarrado na mangueira do botijão de gás na cozinha.
Ele fez estripulias para se soltar e provocou o vazamento.
Parece brincadeira, mas a situação poderia se complicar, já que havia o risco de explosão e intoxicação.
Um caso desse, em geral passa despercebido pelos jornalistas, que nem vão ao local.
Mas, a gente achou tão inusitado que fez questão de registrar.
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