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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Pedofilia em Juiz de Fora - Pais reconhecem filhas em fotos eróticas

Por Michele Pacheco

Imagine a situação das famílias do bairro Retiro, região sudeste de Juiz de Fora.
Desde que a Polícia Civil prendeu na tarde passada (18/11) um homem de 55 anos, a vida dos moradores que têm filhas com menos de 10 anos se transformou numa espera angustiante.
Hoje, durante todo o dia o movimento foi grande na sala do delegado Rodolfo Rolli, responsável pela região Leste da cidade. Eram mães desesperadas fazendo reconhecimento entre as fotos apreendidas com o Aurimar Afonso, suspeito de pedofilia.

A região onde o suspeito morava faz parte da 6a Delegacia Distrital, da Região Sudeste, atendida pelo delegado Francisco Corrêa Resende. Ele participou da prisão.
A investigação foi feito pelo Rodolfo porque a denúncia anônima foi recebida por ele.
Com mandado de busca e apreensão, os dois delegados foram ao bairro Retiro com agentes da polícia civil. "Quando chegamos, ele estava sentado na rua, cercado por crianças e com uma menina no colo. Demos voz de prisão e avisamos para que ele não reagisse" explicou o delegado Rolli.

Na casa, os policiais encontraram todo tipo de material pornográfico: vídeos, revistas, fotos. Havia também uma parede coberta por fotos de meninas com menos de 10 anos nuas e em poses sensuais.
"Eu tenho uma filha de 3 anos. Fiquei revoltado ao ver fotos de meninas de 6 a 8 anos posando como se fossem estrelas de revistas masculinas.
Em algumas fotografias, o aposentado aparece nu com crianças também nuas, simulando atos sexuais." desabafou o delegado.

Durante a prisão, ao saberem o motivo da ação policial, os moradores tentaram linchar o suspeito.
Pais revoltados tentaram agredir o homem que conviveu com eles e ganhou a confiança das crianças oferecendo balas e tirando fotos delas nas ruas e na casa dele.
Na delegacia, encontramos hoje duas mães ansiosas para ver o resultado do exame de corpo de delito que as filhas fizeram no início da tarde. Por enquanto, as fotos das duas garotas não mostram sinais de abuso sexual.

"Eu estou até passando mal.
Não consigo dormir desde ontem, só imaginando se aquele monstro fez alguma coisa com a minha filha.
Ela diz que não houve nada, que só ganhou bala e tirou foto na rua.
Eu nunca gostei daquele homem e avisei minha filha para ficar longe dele e não ir com os colegas na casa do Aurimar" desabafou uma das mulheres.

"Minha filha me contou que ele insistiu em tirar um foto dela e ela disse que não queria. Uma das fotos que vi entre as que o delegado mostrou tem realmente a minha menina com a mão no rosto, como se não quisesse a foto. Rezo para que nada tenha acontecido com ela.

O movimento de crianças na rua era grande.
Como ela é uma das mais sossegadas do bairro, a criançada vai para lá brincar e andar de bicicleta.
Dizer que ele é um monstro é pouco.
Eu espero que ele sofra muito na cadeia pelo que fez com essas meninas inocentes" disse a outra mulher muito revoltada.

Nessa tarde, os policiais civis voltaram ao local.
Eles esperavam encontrar mais provas dos crimes do aposentado na casa.
O delegado Rodolfo Rolli suspeita do envolvimento de algum cúmplice.
"Tem algumas fotos em que o Aurimar aparece nu com as meninas.
Elas não poderiam ter sido tiradas só pela câmera, pois ela é de um modelo mais simples.
Pelo ângulo e pela quantidade de fotos, acredito que havia mais alguém na casa com ele" explicou o delegado.

Parentes e vítimas vão continuar sendo ouvidos.
Até agora, quatro meninas estão confirmadas como vítimas, mas os delegados acreditam que outros casos vão surgindo no decorrer do inquérito.
O mais importante para os responsáveis pela investigação é mobilizar a comunidade para que todos que têm filhas que possam ter sido molestadas procurem a delegacia e prestem depoimento.
Aurimar está no Ceresp, Centro de Remanejamento em Segurança Pública, de Juiz de Fora, à disposição da justiça.