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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sérgio Naya é enterrado em Minas Gerais

Por Michele Pacheco

O corpo do ex-deputado federal, Sérgio Naya, chegou ao aeroporto de Leopoldina com 4 horas de atraso.
A demora na saída de Ilhéus deixou parentes, amigos, autoridades e imprensa à espera desde o meio-dia.
O aeroporto estava cheio.

Como o clima entre os familiares e os jornalistas nunca foi cordial, estávamos todos em alerta para o caso de alguma agressão.
Ficamos de um lado da área com sombra e o pessoal ficou do outro.
Um assessor do ex-deputado chegou a ameaçar um jornalista por telefone, o que levou a Polícia Militar a reforçar a segurança no trajeto desde Leopoldina até a capela em Laranjal.

Mas, tudo correu bem. O corpo chegou, foi colocado num carro da funerária, o padre fez algumas orações e o cortejo seguiu para a cidade natal de Sérgio Naya.
Era visível a emoção das pessoas mais próximas.
Pelo caminho, notamos muita gente parada, esperando o corpo passar.

As ruas de Laranjal estavam lotadas. Foi difícil achar lugar para parar o carro perto da capelinha onde o ex-deputado foi velado.
A cidade tem 7 mil habitantes e não curtiu o carnaval hoje.
A prefeitura decretou luto oficial de dois dias e suspendeu as atividades carnavalescas desse sábado.

Mas, alguns moradores não pareceram se importar e fizeram fila na porta da capela.
Sérgio Naya era muito querido na cidade natal e em alguns municípios vizinhos.
Para os conterrâneos, ele vai ser lembrado como um homem caridoso.

Mas, para o resto do Brasil, a imagem que fica é de um político denunciado por corrupção e um engenheiro mais preocupado com dinheiro do que com qualidade do material que usava nas obras.
Ele era dono da Sersan, empresa responsável pela construção do Pálace II.

O prédio desabou no dia 22 de fevereiro de 1998, matando oito pessoas e deixando 120 famílias desabrigadas.
Sérgio Naya foi condenado a indenizar as vítimas em 60 milhões de reais.
Mas, até hoje apenas cerca de 15% desse valor foram pagos. Com a morte do empresário de 66 anos, encontrado morto no quarto de um hotel em Ilhéus/BA, a pergunta que fica é: será que o restante da indenização vai ser pago?

O corpo do ex-deputado federal que cumpriu três mandatos por Minas Gerais foi velado até umas seis e vinte da tarde.
Depois, o cortejo levou o caixão da capela até a igreja para a última bênção.
Só por volta de sete da noite é que enfim os parentes conseguiram enterrar o engenheiro.
Os irmãos estavam muito abalados.

Hoje, o assunto da mídia foi a suspeita de que a causa da morte não seria enfarto, como foi divulgado no início.
Levantou-se a questão do local da morte ter sido adulterado antes da perícia.
Mas, para os familiares e amigos, continua valendo a versão original.
Sérgio Naya já tinha tido um ataque cardíaco antes.