Por Robson Rocha
A televisão, a cada dia, é mais rápida na divulgação das informações. Entradas ao vivo do jornalismo, hoje são comuns, mas há algum tempo não era bem assim.
A TV Globo Juiz de Fora só foi ter um carro de vivo na década de 1990. E isso graças ao engenheiro Raymundo Barros que veio da TV Globo Recife para assumir o departamento de engenharia da emissora de Juiz de Fora.
Ele montou uma UMJ, Unidade Móvel de Jornalismo, com materiais velhos. Mandou que a manutenção recuperasse vários equipamentos e os colocou em uma Brasinca, juntamente com um transmissor de UHF. E o carro funcionou por muito tempo.
O Raymundo, que hoje é diretor de Engenharia e de tecnologia da Globo São Paulo, não deve nem lembrar, mas na época foi um marco para Juiz de Fora e para nós profissionais. Pois foi ali que começou a cair o mito de fazer “ao vivo”.
Fazer entradas ao vivo para o cinegrafista não muda em nada o seu trabalho, só não pode errar. Na TV Alterosa, na enchente no Sul de Minas em 2000, foi uma grande prova para todos os profissionais envolvidos. Tínhamos um carro com Uplink e dois pares de microondas.
A Iveco com o Uplink ficava em Pouso Alegre com o Godson, para onde era direcionado o sinal das microondas e ali enviado para o satélite.
Graças à mobilidade e à extrema eficiência da galera da técnica, conseguimos entrar ao vivo de várias cidades e de alguns pontos muito difíceis, como na Fernão Dias.
Na Alterosa, os vivos são mais complicados devido à liberdade que temos de criar. Então, evitamos no Sul de Minas “vivos” parados, repórter e câmera estavam sempre em movimento. Assim como em São João Del Rei, durante a Semana Santa, em que fizemos uma entrada ao vivo, no Jornal da Alterosa 2ªedição, andando pelas ruas da cidade histórica.
Em outros casos, como em transmissões, quem define tudo que vai ser feito é quem está dirigindo o programa. Mas, normalmente, a recomendação é para apresentador parado e repórteres com mobilidade limitada. As imagens do show durante a transmissão também são definidas pelo diretor.
Mas, nessa coisa de entradas ao vivo, a que me deu mais prazer foi essa da foto no Jornal do SBT. Foi uma entrada padrão, com a Michele parada no vídeo e com uma luz bem feita. O legal foi no dia seguinte receber os elogios da chefia em São Paulo e saber que no momento que a gente estava no ar, batemos, na época, o recorde de audiência do jornal. Pode parecer besteira, mas pra gente que trabalha no interior do Brasil é difícil colocar matérias em rede nacional e com elogio do Carlos Nascimento, aí é para entrar para nossa história!