Duas jovens bonitas, alegres, cheias de paixão pela vida.

Essa é a descrição passada por parentes das duas jovens de 19 anos que morreram soterradas no bairro Linhares, em Juiz de Fora.
Elas tinham muitos planos na vida, interrompidos de forma trágica na manhã desse domingo sob toneladas de lama.

Pouco depois, o quarto delas, nos fundos da casa, foi invadido por lama e vegetação arrastadas no deslizamento.

Ela correu para a calçada e não teve tempo de voltar e socorrer a filha e a amiga, porque a lama já tinha chegado na sala.
Era o início de um domingo de tragédia no bairro Linhares, zona leste de Juiz de Fora.
Enquanto a família e os amigos rezavam, os bombeiros trabalhavam sem parar dentro da casa.

Já disse aqui em inúmeras ocasiões que considero os bombeiros verdadeiros heróis.
Homens e mulheres comuns, sem super poderes, mas que têm uma vontade de ferro quanto se trata de arriscar a própria vida para salvar pessoas que nem conhecem.
Foram quase cinco horas de escavação, sem descanso.

Cada segundo era precioso.
Ao menor sinal de ruído vindo dos fundos, todo o sewrviço parava e os bombeiros pediam silêncio, porque poderia ser um sinal de sobreviventes.
A primeira equipe de bombeiros que chegou ao local levava o Sargento Denílton.

Mas, ontem, nossa admiração aumentou ainda mais.
Ele trabalhou o tempo todo na linha de frente, no local mais perigoso, prometendo só sair de lá com as vítimas vivas ou mortas.
O que muitos não sabiam, era que ele não procurava desconhecidos.

Imagine quanta força de vontade e profissionalismo foram necessários para controlar a angústia, a emoção e o desespero e manter o sangue frio.
E, como prometeu, ele só deixou o lamaçal com os corpos, encontrados próximos e completamente soterrados.

O Sebastião, tio da Larice, disse que algumas pessoas chegaram a pedir providências à Cesama, mas não foram atendidas.
Na rua de cima, encontramos a Denise.

A auxiliar de serviços gerais disse que por volta de 5 da manhã, um vizinho alertou que havia água jorrando na rua.
Ela contou que ligou para a Cesama às 5h47min., mas os técnicos só apareceram às 9h, quando a tragédia já estava concluída.

Disse ainda que não era possível precisar a hora do desabamento.
Essa questão é fácil de resolver.
Basta pedir cópias aos bombeiros e aos profissionais do SAMU das ligações que eles receberam a partir de 6h45min.

Quanto às denúncias de demora da Cesama para resolver o problema do vazamento, ele disse que a prefeitura vai acompanhar de perto a apuração das causas da tragédia.