Por Michele Pacheco
Da calçada já dava para ver que tinha algo errado acontecendo.
Gente assustada, ambulâncias fazendo fila na rampa de entrada e muitos policiais militares.
Uma mulher contou que uma gangue invadiu o hospital para matar um desafeto que estava internado, houve briga lá dentro e quem esperava atendimento saiu correndo com medo de tiros.
As informações estavam muito confusas.
Enquanto gravava com o celular, liguei para o Robson e o Evandro que estavam trabalhando na parte da tarde.
Era por volta de 16h e eles estavam do outro lado da cidade.
Para não perder o caso, pediram ao Vagner Tolendato, nosso estagiário, e à Flaviane Falcão para irem ao HPS adiantar o trabalho enquanto eles deslocavam.
Num trabalho conjunto, conseguimos garantir boas imagens para que o Evandro e o Robson fechassem uma ótima matéria.
Eles chegaram e assumiram o caso.
Sete jovens e adolescentes foram levados para a delegacia.
As histórias eram contraditórias.
O pai do adolescente que estava internado depois de ser esfaqueado no feriado de Santo Antônio disse que ele e o outro filho estavam acompanhando o paciente quando viram os integrantes de um grupo rival de outro bairro andando pelos corredores.
Achando que eles iam matar o garoto ferido, os dois partiram para cima.
O grupo suspeito de invadir o HPS contou outra versão, alegando que um deles estava ferido no braço e foi lá para ser atendido.
Eles só não explicaram porque levaram duas facas para um hospital.
Elas foram apreendidas pela PM e apresentadas como armas apreendidas com o grupo do bairro Jardim Gaúcho.
Como as histórias não batiam, todo mundo foi liberado para continuar a briga nas ruas, nos hospitais ou onde mais acharem conveniente.
Enquanto isso, quem não tem nada a ver com a briga deles acaba na linha de tiro, ou de facada.
Todo mundo que estava no hospital ficou apavorado com a demonstração de falta de medo das autoridades.
Eles brigaram dentro de uma área supostamente segura.
Se os policiais militares e os guardas municipais não agissem rápido, poderia ter havido uma tragédia.
No local, funcionários do HPS me contaram que um pm de folga estava no corredor e foi quem viu o perigo e imobilizou o invasor que levava uma faca, chamando a segurança.
Isso não foi confirmado e o Robson e o Evandro ficaram até tarde naquela noite esperando um posicionamento da PM e alguém para gravar, o que não aconteceu.