Por Michele Pacheco
A equipe da 6ª delegacia da Polícia Civil estava responsável por apurar uma tentativa de assassinato no bairro Santo Antônio, região sudeste de Juiz de Fora.
Em menos de 48 horas, eles apresentaram o suspeito.
O pintor de 36 anos confessou o crime.
Ele levou os investigadores ao bairro.
Perto da quadra onde a vítima foi esfaqueada, o grupo entrou numa trilha.
Depois de percorrer um pasto íngreme, com muita pedra no caminho, policiais, suspeito e nós, jornalistas, chegamos a uma cachoeira.
Ela tinha mais esgoto e lixo do que água, o que garantia um cheiro constante de podre.
O objetivo do passeio no meio do mato era procurar a faca usada pelo Anderson.
Ele disse que escondeu a arma no mato e depois jogou na cachoeira.
Os investigadores, corajosos, até colocaram o pé na água imunda para procurar.
Depois de revirar a vegetação e avaliar pedras e fundo da cascata, eles desistiram da busca.
É impossível saber se a faca pequena foi levada pela correnteza ou se está naufragada em meio ao lixo.
Enquanto os policiais procuravam, a gente se divertia contando histórias e avaliando quantos carrapatos cada um levaria para casa.
Tive o prazer de tranquilizar meus colegas, já que basta eu estar presente para que todos os infelizes parasitas venham me visitar, grudem e não me larguem mais.
Se eu não der um jeito, vou acabar tendo problemas com a polícia de Meio Ambiente por levar para casa bichinhos da fauna silvestre!
Voltando à tentativa de assassinato, conversamos com o autor confesso e ele contou que estava num churrasco
promovido pelo pai para comemorar um jogo de futebol, quando a vítima chegou.
O jovem de 18 anos foi cobrar uma dívida de 100 reais que o pintor tinha por compra de crack.
O Anderson contou que já tinha sido ameaçado e agredido várias vezes e reagiu ao ver o pai ser agredido também.
O pai dele reforçou a história do filho, dizendo que a vítima da facada queria cobrar 40 reais por dia para não bater no pintor.
Segundo a família, o homem já passou por tratamento por dependência química e estava aguardando resposta para se internar de novo.
Anderson contou que usa droga há 15 anos e passou a consumir o crack há 10 anos.
O jovem ferido continua internado e o estado é estável.