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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 4 de outubro de 2008

Eleições blá blá blá

Por Robson Rocha

O período de eleições chegou e vamos eleger o prefeito de Juiz de Fora.
Junto com ele, vamos eleger o legislativo municipal, ou seja, 19 vereadores.
Por falar em vereadores, tirando o processo contra o ex-prefeito Carlos Alberto Bejani e o caso Vicentão, alguém se lembra de alguma coisa importante que a última legislatura fez em Juiz de Fora?
Alguma lei marcante, que mudou a vida da população?
Não vale paternalismo, pois isso a gente cansou de ver.

Mas, olhando pra frente, a situação não deve mudar muito depois das eleições.
Vendo o horário eleitoral, a gente nota que a grande maioria dos candidatos parece não saber a função de um vereador.
E, se esquece que um vereador sozinho não é capaz de fazer nada.
Para conseguir aprovar algum projeto, ele depende de apoio.
Alias, se aplicarmos aos candidatos ao legislativo uma prova sobre a história do nosso município, será que vão saber alguma coisa?
Grande parte não vai saber nem cantar o hino de Juiz de Fora!

Será que eles saberiam quem foi José Ribeiro de Rezende?
Será, que se a gente dissesse Barão de Juiz de Fora ajudaria?
Acho que não.
Ele foi o primeiro administrador juizforano e era líder dos poderes Executivo e Legislativo.
Era como se, hoje, o presidente da Câmara administrasse Juiz de Fora.
Quando ele assumiu o poder em 1853 não havia a figura do prefeito e o Barão de Juiz de Fora foi Presidente da Câmara e Agente Executivo.

Os presidentes da câmara administraram Juiz de Fora até 1930.
Até então, foram 25 administrações, sendo que José Procópio Teixeira administrou a Câmara e o município por três vezes consecutivas.

Será que algum candidato sabe o nome do primeiro prefeito de Juiz de Fora?

Pedro Marques de Almeida foi eleito em 1930.
Isso graças à Revolução Gaúcha, que pregava a escolha de um prefeito independente da Câmara Municipal.
Pedro administrou a cidade por três anos.
De 1930 até hoje, foram 28 administrações, sendo que foram 21 pessoas diferentes.

Mas, como cobrar isso dos candidatos?
Fazendo matéria sobre prefeitos de Juiz de Fora, tivemos que ir até a Funalfa para gravar as fotos.
Como eles não tinham as fotos dos prefeitos de Juiz de Fora digitalizadas, tive que gravar as penduradas na parede.
Pois me disseram que só existem as que estão lá, na galeria dos prefeitos no antigo prédio da prefeitura.

Além de faltar fotos de vários administradores antigos, dos mais recentes só existem fotos até a administração de Custódio de Mattos.
As três seguintes não estão lá.
Além disso, o estado das fotos não é dos melhores.
A foto de Eduardo Menezes, prefeito entre 1936 e 1937 está corroída e até parte do rosto dele já sumiu.

Durante a realização da matéria, gravamos com o historiador Almir de Oliveira e ele nos deu uma aula sobre a política em Juiz de Fora.
Aí, dá pra entender a Juiz de Fora de hoje.
Segundo ele apenas dois prefeitos mais antigos se destacaram a ponto de ainda serem lembrados.
José Procópio Teixeira e Menelick de Carvalho.

E nos últimos 50 anos, para o historiador, o destaque é Francisco Antônio de Mello Reis.
Do restante, alguns foram bons administradores, mas na maioria foram mais políticos que administradores.

Segundo Almir, de 1930 até hoje, muitos falastrões passaram pela cadeira de prefeito, mas o pior estrago foi feito na segunda administração do prefeito Carlos Alberto Bejani, onde denúncias de corrupção expuseram de forma muito ruim a cidade.

Avaliando que a próxima Câmara Municipal tenha um comportamento parecido com a que está lá e vendo os candidatos à prefeitura nos programas eleitorais e nos debates, não é muito animador.
A maioria só tem palavras e a cidade precisa de ação. Ação que depende de verbas.
E, com certeza, nem todo mundo sabe de onde vai sair.

Falando em Debate, na TVE ainda houve um debate de idéias, apesar de alguns candidatos não conseguirem responder a algumas perguntas, literalmente saindo pela tangente.
Mas, o que aconteceu no Debate da TV Panorama?
Nada de propostas, só alianças se delineando.
Segundo o que o historiador disse, Mello Reis foi o último empreendedor e a certeza que fica é de que, ao que parece, pode continuar sendo pelos próximos quatro anos.