Por Michele Pacheco
O serviço de inteligência do IMA, Instituto Mineiro de
Agropecuária, recebeu a denúncia de que numa fazenda de Coronel Pacheco, no
limite do município com Juiz de Fora era praticado abate clandestino.
O destino da carne seria açougues da cidade
vizinha.
Os fiscais foram ao local acompanhados de policiais
militares e fiscais da prefeitura de Juiz de Fora.
Quando chegaram, dois
animais tinham acabado de morrer.
As carcaças estavam no chão do curral, sem
qualquer cuidado com higiene.
As patas foram amarradas com cordas depois que os
bichos levaram uma pancada na testa.
Ela tem o cabo longo.
Na hora do abate, o responsável usa a parte contrária à lâmina, para não cortar
e estragar o couro.
A pancada forte insensibiliza o animal, que fica vivo, mas
imóvel enquanto é feita a sangria.
Os couros depois de retirados são presos com pedaços de
madeira para se manter esticados
enquanto secam.
Segundo o veterinário do
IMA, Luciano Puga, o índice de animais abatidos no país é medido pela
quantidade de couro que chega às indústrias que trabalham com esse produto.
Vários cães foram chegando, atraídos pelo cheiro de
sangue e de carne fresca.
Sem qualquer cerimônia, eles iam comendo lasquinhas
de carne e pele, aumentando o risco de contaminação do alimento.
O Luciano comentou que o mais grave nesse tipo de abate é a
falta de controle sanitário dos animais abatidos.
Se eles tinham alguma doença,
a fiscalização poderia ter descoberto antes do abate.
Depois, é impossível.
Problemas como raiva e outras doenças infecciosas não deixam sinal na carne.
Segundo os ficais, ele pode ser multado, autuado e sofrer outras punições.
As duas carcaças foram destruídas no Aterro Sanitário de Juiz de Fora.