Quem somos

Minha foto
JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Trens batem de frente em Juiz de Fora

Por Michele Pacheco


Plantão de fim de ano sempre é sinônimo de trabalho dobrado, mas neste fim de 2007...


A chuva deu uma trégua, o tempo está firme na região e parecia que teríamos um plantão tranqüilo no Reveillon. Parecia!

No domingo, nenhuma matéria agendada, estávamos sossegados. Mas, as ligações começaram à tarde. Um motorista perdeu o controle da direção de um Honda Civic, deixou a pista da Avenida Brasil na zona norte de Juiz de Fora, subiu na calçada e bateu num poste. Por sorte, ninguém se machucou. Mas, com o poste inclinado e ameaçando cair em cima da avenida, o trânsito teve que ser desviado, causando transtorno aos motoristas. Conseguimos imagens de cinegrafista amador. Em Santos Dumont, acidente envolvendo dois carros deixou quatro feridos. Já estávamos prestes a correr para a TV, quando os bombeiros avisaram que as vítimas tinham sido socorridas por motoristas que passavam pelo local. Mais uma vez achamos que daria para descansar. Doce ilusão!

Às onze e meia da noite uma fonte ligou avisando que um mecânico de Juiz de Fora tinha invadido a casa da ex-namorada em Matias Barbosa, dado dois tiros e fugido levando a estudante de 28 anos como refém. Revoltados com o tumulto, os vizinhos rasgaram os pneus da moto que estava com o rapaz de 26 anos, para impedir a fuga. Sob a mira constante de um revólver, ele obrigou a jovem a andar cerca de 300 metros até um escadão, onde os dois pararam. A família da vítima avisou a Polícia Militar que cercou o local e iniciou as negociações. Foi esta a cena que encontramos por volta de meia-noite. Nem tive tempo de acionar a Aline Veroneze (ela está no meu lugar na rua, enquanto cubro férias da minha chefe). Eu e o Robson saímos correndo de casa, passamos na TV, colocamos o equipamento no carro e fomos para Matias Barbosa. Não deu para chegar muito perto do local, pois as negociações eram delicadas e qualquer descuido poderia terminar em tragédia. De longe, registramos o trabalho dos policiais militares. O pai do mecânico foi chamado para ajudar a convencer o rapaz a se entregar. Só depois de quatro horas de conversa, o drama acabou. A estudante foi socorrida com ferimento na testa, local atingido por uma coronhada do ex-namorado. O mecânico foi preso em flagrante e levado para a Cadeia Pública de Matias Barbosa. Três da manhã, chegamos em casa, tomamos um banho e desabamos na cama. Mas, o plantão não tinha acabado.

Às seis e meia da manhã, outra ligação. Desta vez, para avisar que dois trens tinham batido de frente em Juiz de Fora. Lá fomos nós correndo de novo. Avisei à Aline para onde estávamos indo e pedi que ficasse a postos para me render, para que eu voltasse para fechar o jornal. Foi um sufoco para achar o local do acidente. Até os bombeiros estavam perdidos. Chegando lá, descobrimos que os trens bateram no bairro Usina 4, na zona sul de Juiz de Fora. Segundo informações da MRS Logística, no local funciona um pátio de manobras e duas linhas. Um trem de minério com 132 vagões e 3 locomotivas seguia vazio para o interior de MG. Ele deveria ter parado para dar passagem a outra composição, com 26 vagões e 1 locomotiva que levava produtos siderúrgicos para o RJ. Mas, o primeiro trem não parou e a batida foi tão violenta que as locomotivas se misturaram, sendo impossível identificar qual era de cada composição. 14 vagões do trem de minério e 8 do de carga siderúrgica descarrilaram, fechando por tempo indeterminado a linha férrea. Apesar da violência do acidente, apenas três funcionários da MRS que estavam nas locomotivas ficaram feridos. A empresa não permitiu que a imprensa chegasse perto dos trens e não divulgou os nomes das vítimas. A assessoria de imprensa informou que eles foram atendidos no Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora e estavam em observação, mas fora de perigo.

Descansamos um pouco e já vamos trabalhar de novo, pois a passagem do ano vem aí e este plantão promete!

Feliz Ano Novo para todos nós!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Sensacionalismo ou realidade? Alguém sabe o limite?

Por Robson Rocha

Muitas vezes trabalhar com jornalismo(1) é visto como uma coisa de outro mundo e que jornalistas só estão preocupados com as notícias(2) e não com as pessoas. São todos sensacionalistas. A notícia em si já contém algo de sensacional, diferente, seja pelo lado bom ou ruim, o que quer dizer que possui alguns ingredientes de sensacionalismo(3).

Mas generalizar, é como se eu avaliasse todos os médicos como açougueiros, porque existem alguns maus médicos. Em todas as profissões existem maus profissionais, profissionais que querem aparecer de toda forma, vaidosos, etc.
Mas as pessoas esquecem que, na maioria, os jornalistas tem sentimentos e fazem um trabalho sério. E que muitos fazem um jornalismo crítico(4), um jornalismo que não passa uma camada de "verniz" para amenizar a feiura do fato e nem descasca para parecer mais feio. Simplesmente, mostram a realidade.

Quando faço imagens de fatos graves, muitas vezes repasso meus sentimentos na imagem e quero que as pessoas pensem no que estão vendo.

Uma tarde recebemos da redação a informação de um atropelamento de duas pessoas por um
caminhão. Quando chegamos ao local mãe e filha tinham sido atropeladas por um caminhão caindo aos pedaços que tinha o pedal do acelerador amarrado com um arame. A mãe escapou, mas a filha não. Quando fiz essas imagens eu não conseguia parar de chorar e queria realmente mostrar, sensibilizar as pessoas do risco que a falta de manutenção e a falta de atenção podem provocar, nesse caso a morte de uma criança.

Olhando essa mãozinha, só conseguia pensar em tudo que essa criança não ia viver e que pecado tão grave ela teria cometido pra morrer tão nova e de forma tão estúpida.
A imagem é forte, claro! Mas se eu mostrasse realmente como ela ficou, apelando para certos detalhes que você vê em um acidente, estaria sendo sensacionalista?

Quando você faz uma matéria sobre fome, a maioria das pessoas não faz idéia de como é difícil gravar determinadas cenas. Se às vezes as imagens chocam pessoas nas suas salas, elas deviam ir até onde as imagens foram gravadas e ver que pessoalmente elas chocam muito mais.
Certa vez fomos fazer em Brás Pires uma matéria sobre o atraso do pagamento na prefeitura da cidade que já durava meses. Na prefeitura nos indicaram uma família humilde, pra que pudéssemos mostrar as dificuldades dos funcionários. Quando chegamos na casa era uma situação critica. Era próximo ao natal e a Michele perguntou o que eles mais queriam. A resposta de uma filha do casal foi que ela queria ter uma ceia de natal, podia ser arroz, feijão e carne. Havia meses que na casa deles só tinha fubá.
A resposta dela acabou com o nosso dia, não conseguimos almoçar. Compramos algumas coisas para a ceia da família, mas mudamos a realidade da vida deles.
A única arma que tenho pra tentar mudar isso é minha câmera.
E mostrar a realidade é sensacionalismo?

Mas quando a gente vê uma pessoa revirando o lixo próximo a nossa casa, é mais fácil olhar para o outro lado que oferecer um prato de comida a ela, certo?

Porém se aparece na televisão uma pessoa "garimpando" o lixo pra comer, é sensacionalismo? Não. É realidade! Sensacionalismo é quando o limite da informação é ultrapassado e principalmente o time.

É muito bonito fazer doações no período natalino. Nessa época do ano muitas pessoas que criticam o jornalismo, chamam equipes de reportagem para que sejam mostradas suas boas ações. Isso expondo pessoas, comunidades e principalmente crianças carentes, bem sujinhas. Nesse caso não é nem preciso preservar a imagem das crianças. E não é sensacionalista, pois é a imagem que as classes mais altas querem mostrar.

A questão é como quando, por exemplo, um político quer fazer uma denúncia, ele procura a imprensa e bota a boca no trombone. Mas quando ele é denunciado... a imprensa é mentirosa, interesseira, etc e sobre tudo sensacionalista.

O jornalismo sensacionalista existe, mas as pessoas confundem mostrar a realidade com sensacionalismo. Sensacionalismo hoje é tudo aquilo que certas pessoas não querem ver, simplesmente querem jogar pra debaixo do tapete.


1 - Jornalismo é a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados factuais e divulgação de informações. Também define-se o Jornalismo como a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais

2 - Notícia - Registro dos fatos, de informações de interesse jornalístico, sem comentários. Fatores objetivos determinam a publicação de uma notícia: o caráter inédito; o impacto que exerce sobre as pessoas e sobre sua vida; a curiosidade que desperta; a imprevisibilidade e improbalidade do fato.

3 - Sensacionalismo é geralmente o nome dado a um tipo de postura editorial adotada regular ou esporadicamente por determinados meios de comunicação, que se caracteriza pelo exagero, no apelo emotivo e uso de imagens fortes na cobertura de um fato jornalístico.

4 - Jornalismo crítico - O jornalismo não existe para adoçar a realidade, mas para mostrá-la de um ponto de vista crítico. Mesmo sem opinar, sempre é possível noticiar de forma crítica. Compare fatos, estabeleça analogias, identifique atitudes contraditórias e veicule diferentes versões sobre o mesmo acontecimento.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Recepção 2 – outra missão

Por Michelle Ribeiro e Mayra Rocha
(Recepcionistas da TV Alterosa Juiz de Fora)

Estamos aqui de novo para falar um pouco de como é ser a “cara” da Tv Alterosa.
Como já falei uma das nossas funções é atender o telefone o dia todo, passamos ligações para todo mundo, falamos com diversos tipos de pessoas: as educadas, as mal-humoradas, as grossas, as sonolentas, os gagos (pode ser pecado falar isso, mas é muito complicado falar com gente que gagueja pelo telefone).

Tem pessoas que ligam e falam "quero falar com o fulano" e nem um oi falam. Porém, elas têm que ser identificadas, aí perguntamos quem é e da onde para agilizar a situação para quem for atender, e quem está do outro lado não gosta de ficar nos respondendo. Acho que, para elas, a gente tem que ter obrigação de saber quem fala, só que são tantas pessoas com quem falamos todos os dias que nem sempre guardamos a voz de quem tá do outro lado da linha.

Mas tem pessoas educadas, que ligam nos cumprimentam, perguntam como estamos, só faltam perguntar se estamos precisando de alguma coisa. Isso faz com que fiquemos “próximas” é sempre bom ouvir um bom dia, boa tarde ou um boa noite! Acho que pelo menos cumprimentar as pessoas faz bem... faz parte da educação que ganhamos no berço, porém não é todo mundo que pensa assim.
Eu e a Mayra como eu já falei fazemos de um tudo aqui, mas tem um lado que ninguém conhece. O lado em que somos psicólogas, confidentes, amigas....
A gente fica muita conhecida pelas pessoas que fazem parte de alguma forma da Tv, mas que temos muito pouco contatos com elas, ou seja, os telespectadores, muitos deles são atenciosos, engraçados, rabugentos e tem aqueles também que gostam de nos presentear. Às vezes passam aqui só para dar um oi, desabafar e até mesmo chorar.

Tem outras que fazem pedidos que infelizmente não podemos solucionar, nós sofremos com isso em não poder ajudar as pessoas necessitadas: aquelas que tem um parente na fila aguardando uma vaga no SUS, outras que não têm dinheiro para comprar remédio para seu filho; tem gente que chega pedindo pelo amor de Deus ajuda porque a casa tá caindo, tá alagada, cheia de bichos, roupas que foram levadas pela enchente, fraldas, leite. Nossa são tantas as coisas de partir o coração. Na maioria das vezes são as donas de casa que vêm aqui. Aí, dá um peso na gente, um desespero emocional em vê-las correndo de um lado para outro à procura de ajuda! Na hora temos que ter sangue frio, ainda mais quando o assunto é, digamos, “cabeludo”. Algumas vezes já sai daqui abalada, sem saber o que fazer... mas o que faço sempre antes de dormir é rezar e pedir a Deus que ajude essas pessoas desamparadas, que sofrem sem ter aonde morar, o que comer...
Já vi muitas mulheres ligando para cá e pedindo ajuda porque o filho tá desaparecido, o marido tá preso, tem não sei quantos filhos para cuidar e ainda por cima não trabalha! Nessas horas eu penso: como o mundo é cruel com algumas pessoas, umas têm tanto e outras não têm nada.
Nesse meio dos desaparecidos já vi muitas famílias encontrarem seus parentes... não só mulheres como homens ligam agradecendo nossa ajuda ou até mesmo nossa palavra de conforto:

"Deus vai te ajudar". Coisas simples assim, nos fazem boas pessoas para quem estava uns dias atrás totalmente desesperado sem saber que rumo tomar! O lado bom disso é quando vêm aqui na nossa recepção nos dar um abraço e dizer um muito obrigado por a gente ter emprestado nossos minutos para a pessoa desabafar!
Mesmo a gente não podendo ajudar, acho que o pouco que fazemos ouvindo para alguns já é uma grande ajuda!
É acho que vou parando por aqui se não o Robson corta a minha cabeça rsrs... mas quando tivermos mais coisas para contar a gente volta!
Abraços
Michelle e Mayra

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Queda de avião em Juiz de Fora - liberado o último corpo

Por Robson Rocha

Estamos tentando manter informações atualizadas sobre o acidente, em nosso blog, pois muitas pessoas de Cabo Verde acessaram o Notícias Fora do Ar em busca de informações. Agora, parece que o drama da família do Gildânio Rocha vai diminuir. O corpo dele foi liberado do IML em Juiz de Fora ontem e encaminhado pela polícia federal ao Rio de Janeiro. O caixão especial para transporte aéreo foi lacrado na presença de autoridades do país africano. Do Rio de Janeiro, o corpo seguiria para Fortaleza e a previsão é de chegar ainda hoje em Cabo Verde.
Gildânio estava em Juiz de Fora há um ano e meio. Ele já era piloto privado e estava concluindo o curso de piloto comercial.

Agora vamos aguardar o resultado das investigações.
Tentaremos manter informações atualizadas, quando essas surgirem.
O espaço é aberto e quem quiser enviar alguma informação é só mandar para michele.robson.jf@gmail.com

Michele Pacheco & Robson Rocha

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Avião cai em Juiz de Fora - A última foto

Por Robson Rocha

A Aeronáutica está levantando as possíveis causas do acidente com o monomotor.
Mas geralmente, surgem várias histórias. No dia chegamos ao local pouco mais de meia-hora após o fato e já havia uma história circulando. O avião tinha batido em uma rede de alta tensão, sumido atrás de um morro e depois algumas pessoas viram a explosão.
Essa era a versão única e que então foi assumida ou aceita por todos, bombeiros, policiais e por nós da imprensa.
Porém, no final da gravação, encontramos com técnicos da Cemig, conversamos e eles disseram não ter encontrado nenhum problema na rede elétrica da região. E o abastecimento de energia na região estava normal.


No dia seguinte vimos que a história do avião ter sumido atrás de um morro antes da explosão, não encaixava com o local que as pessoas estavam.
De uma posição, não daria para ver a linha de transmissão e do outro ponto daria pra ver tudo, pois não havia morro entre o local do acidente e a possível testemunha.
Com toda a dificuldade de conseguir informações oficiais, sem querer, conseguimos registros do piloto pouco antes do acidente.
A Cristine, que já foi nossa produtora na Alterosa e agora está na Record, nos ligou no final da tarde de domingo, pois precisava de um jornalista free-lancer da cidade. Passamos o nome do editor-geral da Tribuna de Minas. Ele nos disse que um fotografo da cidade tinha voado com o piloto poucas horas antes do acidente.
Era o repórter fotográfico Aelson Amaral, ligamos e ele nos disse que contratou os serviços do piloto Ricardo Rissardi para tirar algumas fotos aéreas de empresas da cidade e nos mandou esse e-mail:

“Eu o contratei o Ricardo para fotos aéreas no entorno da cidade, um terreno perto da Belgo e um ao lado da U&M. Este vôo foi das 14.10 h até as 15 h de ontem dia 15/12/07, ai a penúltima imagem do instrutor deste acidente quando da aterrissagem deste vôo no aeroporto de Juiz de Fora - MG.

Meu vôo com ele foi num Cessna 172, muito tranqüilo, pois o tempo tava muito bom.O piloto fez tudo dentro de normas técnicas e me passou muita segurança.
As condições da aeronave 172 estavam dentro dos parametros de manutenção do ACJF..

fui!!!!!!!!!!!!!!!!!!”

Aelson F. Amaral Mtb 18907 Arfoc Brasil 00486



Esse e-mail do Aelson e outros e-mails que recebemos de pessoas que afirmaram que o Ricardo Rissardi era um excelente piloto.


O Aelson nos cedeu essas duas fotos.






O corpo de Gildânio Freire Rocha está liberado no IML para que a polícia federal resolva os tramites legais.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Queda de avião mata duas pessoas na cidade de Juiz de Fora

Por Michele Pacheco

Tragédia e falta de informação

O dia seguinte de um acidente grave é sempre complicado. Principalmente se for num fim de semana. Na TV Alterosa de Juiz de Fora, temos duas equipes de externa. Aos sábados e domingos trabalhamos em esquema de plantão, cobrindo o que der e vier. Neste fim de semana, foi a nossa vez. Trabalhamos dobrado.

Na noite de sábado, fomos avisados às sete da noite de que um avião tinha caído minutos antes na zona norte de Juiz de Fora. Local de acesso difícil, no meio de um pasto, às margens de uma represa. Chegamos rápido e encontramos bombeiros e policiais militares. A cena era triste. O avião parecia um amontoado de sucata. A fuselagem desapareceu e só restou o esqueleto do aparelho. O fogo na aeronave já tinha apagado, mas os corpos continuavam em chamas. Aquela imagem nos deixou impressionados. O caminhão tanque não chegava ao lugar e os bombeiros usaram terra para apagar as chamas. Imaginar que alguém, em algum lugar estava esperando por aqueles dois jovens deu uma sensação ruim, de que aquilo poderia acontecer com alguém da nossa família e a gente ficaria sabendo só quando as autoridades achassem por bem. Depois da noite em claro, estávamos caindo de sono e desistimos de esperar os representantes da Aeronáutica que vinham do RJ para fazer a perícia.

Resultado: tivemos que continuar no caso no domingo. Aí, vem a dificuldade de conseguir informações. No Aeroclube de Juiz de Fora, alguns funcionários nos olharam como se nós fôssemos os responsáveis pela queda e não profissionais trabalhando. Todos estavam nervosos e com razão. Mas, descontar na imprensa nunca trouxe nenhuma vítima de acidente de volta. Pedimos foto do instrutor Ricardo Rissardi, de 24 anos, e do aluno Gildânio Freire Rocha, de 22. O presidente do Aeroclube disse não estar autorizado a ceder. Pedimos um contato com a família e a resposta foi negativa. Fomos ao Instituto Médico Legal, para onde os corpos foram levados e os parentes já tinham ido embora. Ligamos para um comerciante que tem contatos no aeroporto, mas ele disse que o pessoal do Aeroclube tinha pedido para não dar nenhuma informação.

Sabemos que situações assim são delicadas, os nervos ficam à flor da pele e o assédio da imprensa acaba incomodando. Mas, um pouco de organização resolveria o problema.

Morreu um piloto com um aluno do Aeroclube de Juiz de Fora? É óbvio que os jornalistas vão aparecer em busca de informações. Basta preparar uma nota à imprensa, com dados das vítimas e a posição do Aeroclube ou do Aeroporto. Nem que seja para dizer que só vão se manifestar mais tarde. Isso já é informação. Agora, achar que cara feia vai impedir que a notícia seja divulgada, é estupidez! Quanto mais as autoridades demoram para nos informar, mais tempo desperdiçamos atrás delas. Levamos algum tempo para convencer os responsáveis pelo aeroclube de que não tínhamos nenhum intenção de prejudicar ninguém. Por fim, o assessor foi autorizado a gravar entrevista falando da manutenção do avião que caiu. Segundo ele, o aparelho passou por checagem completa em setembro e por revisões de rotina nos últimos meses.

Outro fato curioso é que nas centenas de acidentes de trânsito que fazemos por ano, os documentos das vítimas e informações sobre elas são divulgados ainda no local (claro que usamos o bom-senso de só divulgar imagens e nomes depois que os parentes são avisados pela Polícia). Agora, quando o acidente é com avião, começa a tentativa de encobrir o fato. Estávamos no local do acidente, no escuro, quando um representante do Aeroporto chegou e foi logo perguntando aos policiais e bombeiros se alguém tinha tirado fotos e, se elas existissem, que não deveriam ser divulgadas. Claro que essa pessoa levou um susto quando notou que nós chegamos bem antes dela. Por que essa neurose com acidentes aéreos? Afinal, eles são muito mais raros que os rodoviários. Tanto medo de ver os casos divulgados só desperta a nossa curiosidade sobre o quê afinal as autoridades brasileiras tanto querem esconder.

Quanto aos colegas dos pilotos mortos, é natural que estejam abalados. Mas, até nome errado das vítimas eles passaram à polícia. Será que quando os aviões da Gol e TAM caíram o Ricardo e o Gildânio não correram para a frente da TV para ver as reportagens sobre o assunto? Será que não ficaram ansiosos para ter mais informações e saber se as vítimas eram conhecidas ou o que se sabia sobre as quedas? O papel da imprensa é esse: informar. Mesmo que para isso, tenhamos que estar muito próximos das tragédias e do desespero das pessoas.
A propósito, o corpo do Ricardo foi liberado para a família e encaminhado a São Paulo. O instrutor é de São Carlos-SP e chegou em Juiz de Fora uma semana antes do acidente. Já o corpo do Gildânio permaneceu no IML, Instituto Médico Legal, da cidade. Como o aluno de pilotagem era de Cabo Verde, na África, os trâmites diplomáticos são necessários para a liberação e envio do corpo à terra natal. Gildânio já era piloto privado e fazia o curso para se tornar piloto comercial.

Acidente com avião em Juiz de Fora - MG. Quem disse que jornalista tem descanso?!

Por Michele Pacheco e Robson Rocha

Viramos a madrugada cobrindo eleição de Rainha do Carnaval em Juiz de Fora, saímos às cinco da manhã, voltamos às nove, trabalhamos até às quatro da tarde. Saímos da TV dispostos a aproveitar o resto da tarde comprando presentes de Natal e gastamos sola de sapato debaixo de sol quente e nas ruas lotadas. Por volta das sete da noite, tudo o que a gente queria era um banho e cama. Queria!
Recebemos informações de fontes de que um avião tinha caído em Juiz de Fora. Os primeiros dados eram de que se tratava de um avião grande, de passageiros. Voltamos correndo para a TV (nosso plantão de fim de semana) e fomos para a zona norte da cidade. Lá, no escuro, encontramos policiais militares e bombeiros à espera de representantes da Aeronáutica. Um avião monomotor foi visto por testemunhas voando baixo sobre a represa de João Penido, no bairro Novo Triunfo. As testemunhas contaram aos policiais que o avião bateu nos fios da rede elétrica, sumiu por alguns instantes por trás de um morro.

Logo depois, se ouviu uma explosão e foi possível ver a nuvem de fumaça. Os bombeiros foram chamados e tiveram dificuldades para chegar ao local. Além de isolado, dentro de uma área de reserva ambiental, o ponto do acidente foi na base de um morro, quase na margem da represa. Para chegar lá, tivemos que descer o terreno íngreme no escuro, com os policiais alertando que havia muitas cobras e carrapatos.
O avião ficou destruído. Parecia um brinquedo quebrado. A fuselagem desapareceu e restou apenas o esqueleto do avião. As duas pessoas que estavam na aeronave morreram no local, carbonizadas. As informações passadas por alunos do Aeroclube de Juiz de Fora foram de que se tratava de um instrutor de São Paulo, Ricardo Rissardi, e de um aluno de pilotagem africano. Segundo os colegas de alojamento, Gildânio Rocha era de Cabo Verde e estava em Juiz de Fora fazendo o curso para tirar o brevê.


O administrador do Aeroporto da Serrinha, onde funciona o Aeroclube de Juiz de Fora, esteve no local tirando fotos. Como éramos a única equipe de reportagem na área quando ele chegou, ainda conseguimos ficar por perto. Depois, o trecho isolado foi aumentado e ficou mais difícil trabalhar. Numa cobertura desse tipo, a falta de informações complica o nosso trabalho. Ninguém quer falar nada, ninguém sabe de nada. A perícia foi feita pela Aeronáutica, que vai investigar o acidente. Como uma das vítimas era estrangeira, a Polícia Federal foi acionada para tratar da parte diplomática do caso.

Enfim, conseguimos descansar um pouco, mesmo sabendo que teríamos que voltar ao local bem cedo para acompanhar o desenrolar do acidente. Mas, como dormir bem com tantas picadas de carrapatos e formigas! Ficamos cheios de calombos. E ainda dizem que repórteres são estrelas!

OBs: A matéria você vê no Jornal da Alterosa 2ª feira -11:45 da manhã ou no site www.alterosa.com.br/juizdefora

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Memórias de Natal

Por Michele Pacheco




Adoro o Natal!

O Robson costuma dizer que eu fui criada numa redoma de vidro, num mundo perfeito. Talvez ele tenha razão. Quando fecho os olhos e penso no Natal da minha infância, sinto cheiro de rabanada, tender, leitoa assada e muitas outras delícias que a minha mãe sabe preparar. Ouço a algazarra que fazia com meus irmãos e primos. O mais curioso, é que não tenho lembranças marcantes dos presentes que ganhava. Eram muitos, para alegria geral da ala infantil da família, mas o que ficou na memória foi a deliciosa união familiar.


Meu tio Paulo César, irmão do meu pai, sempre foi uma atração à parte. Nossa família tinha o hábito de mandar as crianças para um quarto, enquanto os adultos montavam os presentes na árvore, na véspera de Natal. Quando dava meia-noite, era uma alegria só. Meu tio saía gritando "meia-noite, corram que o Papai Noel já está indo embora". Nós saíamos em disparada. Eu em especial, não me conformava por nunca ter flagrado o Bom Velhinho em ação. Meu tio me colocava no ombro e corria pelo quintal dizendo "você não está vendo? Ele está lá naquelas nuvens, acabei de ver o trenó". E eu nunca via nada. Ele era tão criativo, que a cada ano inventava uma história diferente. O Papai Noel ia de limusine, de avião, de trenó, de helicóptero... Enfim, quando soube a verdade sobre a origem dos presentes, fiquei triste. Não por ter sido "enganada" pelos adultos, mas por ter perdido aquela farra gostosa da caça ao Papai Noel.

Ainda hoje, adoro fazer matérias sobre decoração natalina. Estivemos em São João del Rei e vimos o Largo de São Francisco todo decorado. As palmeiras centenárias ganharam aros de metal com luz, simulando uma árvore de Natal. Os jardins têm luzes coloridas e um presépio foi montado com fios luminosos. Está lindo. Tanto turistas como moradores têm se reunido por lá para passear, comer pipoca e churros ou simplesmente encontrar os amigos.

Pena, que nem todas as matérias que fazemos neste período do ano são alegres.
Achava que todos, independentemente da situação financeira, tivessem no Natal um momento de satisfação. O que vejo na prática é muito diferente. Crianças esquecidas em abrigos ou à mercê da indiferença ou da violência doméstica, que nunca viram sentido nas comemorações natalinas. E ainda há aquelas que sofrem com o apelo publicitário, sem chance de realizar tantos desejos. Há alguns anos, eu e o Robson fomos fazer uma reportagem sobre uma família tão carente que não teria Natal. Chegamos, conversamos com o pessoal e fomos gravar a entrevista. Nós dois já estávamos meio engasgados, mas quando gravamos com o filho mais velho, não teve jeito: desandamos! Perguntei ao menino que presente ele gostaria de pedir ao Papai Noel, já imaginando se eu teria dinheiro para comprar o brinquedo que ele iria pedir. Mas, a resposta foi rápida "eu queria que ele trouxesse comida, para que a minha mãe não passe outro Natal chorando". Foi impossível segurar a onda. Pedimos licença, saímos um pouco da casa, nos recuperamos e voltamos a gravar dispostos a fazer um material tão bonito que os sonhos daquela criança seriam realizados. Chegamos na TV e contamos a todos o que tinha acontecido. A mobilização foi geral e reunimos muitas doações. Alguns telespectadores também ajudaram. A família teve um Natal melhor, além de conseguir ajuda para superar um período difícil, em que o pai estava desempregado.

Outro ponto que lamento com relação ao Natal é a visão que é passada às crianças hoje. Elas querem a boneca ou o carrinho mais caros, porque um coleguinha vai ganhar aquele presente. Temo que quanto maior o poder aquisitivo, menor a importância dada ao espírito natalino.

Lamento que não exista um Tio Paulo César para cada criança deste mundo. Assim, elas guardariam do Natal uma lembrança mais lúdica e inesquecível.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Recepção 1° parte - A Missão

Por Michelle Ribeiro e Mayra Rocha
(Recepcionistas da TV Alterosa Juiz de Fora)

Muita gente acha que trabalhar sentada o dia todo na recepção da Tv Alterosa é moleza, ainda mais que ficamos com a televisão ligada o dia inteiro (ninguém sabe como é cansativo!), mas essa programação faz o dia passar e distrai também! Aqui na recepção nem sempre é essa “mamata”. Eu e a Mayra sabemos bem disso. Às vezes nossa televisão é um meio de escapar do tumulto e dos telefonemas que atendemos o dia inteiro. Cada dia aqui é uma novidade, nunca um dia é igual ao outro (graças a Deus né!). Aprendemos muita coisa, somos um pouco de cada área. O mais triste é que algumas pessoas não vêem isso! Mas, tudo bem, pelo menos nós duas sabemos quais são os nossos deveres e fazemos de um tudo para ajudar a todos (eu às vezes dou uma resmungada rsrsrs, mas nunca deixo de fazer meu trabalho com carinho, atenção e muita dedicação).

Hoje vou falar um pouco de como é a vida aqui na “nossa” recepção. Acho que posso falar assim, pois é como se fosse a nossa sala, com a nossa mesa, nosso telefone, igual a todos aqui que tem sua sala (administração, comercial, técnica... nós também temos a nossa!). E temos orgulho disso!
Tem dias que isso daqui é um tumulto que só vendo: na nossa mesa temos 3 telefones e um 1 deles toca o tempo todo, naqueles dias em que o “bicho” pega ele toca tanto que colocamos as pessoas na linha de espera e depois vamos voltando a atender as pessoas que nos aguardaram pois não tem como falar com todo mundo ao mesmo tempo. Nesses dias dá uma dor de cabeça! Os nervos ficam à “flor da pele” (eu pelo menos quando chego em casa não quero ver mais telefone na minha frente), mas Deus faz às vezes ele ficar bem calminho e tocar pouco. Aí eu levanto a mão para o céu e agradeço rsrs. Temos que ter o controle de tudo o que fazemos aqui e não podemos deixar de anotar nada nas nossas planilhas, pois temos que estar sempre em dia e passar todas as informações; não só uma para outra como também para os vigias que ficam aqui de noite e nos finais de semana. Temos também que tomar conta da garagem dos carros, pois nela só podem parar carros da Tv e de mais ninguém. Ah, esqueci,: o Gleizer (Diretor Regional) também pode. Mas, tem uns abusados que gostam de parar na nossa garagem. Aí, com toda elegância e charme nós caminhamos até eles e pedirmos com toda educação para tirar o carro dali, claro, explicando que é o lugar dos nossos veículos, mas eles não entendem isso, e reclamam e nos xingam. Mas, temos “jogo de cintura” e continuamos a falar com eles com calma. Bem que às vezes dá vontade de perder a linha e sair xingando, pois como as pessoas saem assim do nada nos xingando se estamos fazendo o nosso trabalho? As pessoas às vezes parecem não ter coração, elas estão com raiva do mundo aí a gente aparece no momento errado e nosso ouvido acaba virando “pinico” rsrs. Temos a obrigação de chamar o guincho,mas tentamos contornar a situação para não fazer isso. Graças a Deus, depois de muitos pedidos conseguimos colocar as correntes na garagem e não temos mais esse problema. Porém, nossos amigos repórteres e cinegrafistas e amigos da técnica também saem com os carros e não colocam as correntes (nossa que raiva que dá isso viu rsrs...) aí começa toda a confusão de novo. Deixa eu explicar melhor o motivo dessa confusão: nossas equipes de reportagem vivem na rua trabalhando, e quando voltam cansadas e exaustas de um dia cheio de trabalho debaixo de sol e chuva e às vezes viajando, quando pensam que vão guardar o carro, tem outro ali parado e sem o dono. Aí, eles ficam bravos com a gente, mas nós entendemos a raiva deles, eles que não sabem como fazemos de tudo para que ninguém pare o carro na tão sonhada “vaguinha”. Mesmo assim não deixamos de escutar o blá blá blá na nossa orelha, entenderam a confusão? O melhor de tudo é que no final tudo é resolvido! Nossa e quando é dia de fita para ser gerada para BH (isso é todo dia, mas tem aqueles em que o comercial vem errado, trocado...) ligamos para o moto boy buscar as fitas aqui, ali, e acolá coitados damos dor de cabeça neles, mas isso faz parte!

Nesses dias o nosso momento mais esperado é a hora do cafezinho e a nossa hora de ir embora, pois por mais que gostemos do nosso trabalho, ninguém é de ferro! Mas só passando por isso tudo é que dá para saber como é o nosso dia a dia, aqui só deixei “gostinho” de como é nosso trabalho! rsrs

Vou terminando hoje por aqui, mas ainda temos muitas coisas para contar!
Estão vendo como nossa televisão acaba sendo bem-vinda mesmo nos dias de confusão e calmaria, ela na maioria do tempo é nossa única companhia. E sinceramente não dá para ficar sem ela!
Até a próxima!
Michelle

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

São João Del Rei - A cidade das tradições

Por Robson Rocha

São João Del Rei é uma cidade que eu adoro. Pra quem trabalha com imagens é o paraiso, tudo é bonito, pra onde você aponte a sua lente, vai render uma bela imagem. A cada matéria descobrimos coisas novas e pessoas simples e maravilhosas que ajudam a manter as tradições sanjoanenses.
A Semana Santa é o ponto alto da celebração de todas as tradições pelos filhos da terra.

Em uma dessas viagens a São João, a pauta era sobre as amendoeiras. As amêndoas de Páscoa são tradicionais, saborosas e feitas de amendoim ou coco. A tradição veio de Portugal no século XVIII. Hoje as amêndoas são distribuídas em frente à Matriz de Nossa Senhora do Pilar na semana santa.


Fomos à procura de uma dessas mulheres. Pedimos informações na secretária de comunicação da prefeitura e o Almir, assessor de comunicação nos levou a um bairro carente onde encontramos a Antônia Silva ou como todos a conhecem: Tunica.

Na casa simples, dois tachos de cobre ocupavam a sala. Ali ela fazia as amêndoas.
O açúcar era derretido e ela mexia com as mãos os amendoins e o coco para eles aderirem ao açúcar. O calor que vinha dos tachos era insuportável e a única proteção que a Tunica usava para não se queimar eram dedais de costura.
Depois ela embalava os amendoins em cartuchos de papel para vendê-los mais tarde na frente da igreja matriz. O cartuchos maiores e mais bonitos seriam distribuídos aos participantes da cerimônia de Lava-pés.

Em outra ida a São João, em novembro de 2005, a Michele tinha encasquetado de fazer uma matéria sobre a linguagem dos sinos. Nessas alturas só passava uma coisa na minha cabeça: vou me ferrar. Isso porque eu já tinha, na época que estava na Globo, feito um material sobre a Igreja de São Francisco. A escada sem iluminação para chegar ao sino é um caracol, mas não é um caracolzinho qualquer. Quando cheguei no alto, eu estava tão tonto que não sabia nem de que lado ficava a cidade.

Mas a história da linguagem dos sinos nos encantou. Os sinos realmente falam em SJDRei. Através das badaladas os moradores sabem o horário e o tipo da missa e até quem vai celebrar.Encontramos crianças que mantém a tradição, mas fomos atrás do sineiro mais antigo de São João Del Rei. Encontramos Seu Newton tocando em uma banda de música. Aos 81 anos, ele é a 4a geração de uma família de sineiros e tocou sinos por quase 70 anos. Aposentado, ele nos contou sobre as disputas dos sineiros na quaresma. Não tivemos coragem de deixá-lo subir na torre da igreja, as pernas não ajudam mais.
Mas a gente via que a vontade dele era subir e fazer o sino repicar.
Chorando ele falava da saudade do tempo de sineiro. Não sabemos se ele está vivo, mas cada vez que olhamos ou ouvimos os sinos em São João Del Rei, lembramos do Seu Newton e do amor dele pelos sinos com nome de santos.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Arte natalina em Andrelândia

As fotos e o texto abaixo foram enviados pelo Geraldo Adriano Nogueira de Souza da Rádio Andrelândia.

Merece destaque o trabalho feito pelos moradores para enfeitar a cidade que fica a 299 km de Belo Horizonte, na divisa do Sul de Minas com o Campo das Vertentes. O município surgiu no início do século XVIII e servia de parada para quem seguia pela Estrada Real para Diamantina e Ouro Preto. Hoje, os visitantes encontram muitos detalhes do passado nos casarios antigos e nas igrejas barrocas.

Já fizemos muitas matérias por lá e, com certeza, recomendamos uma visita.


Olá, pessoal!!!

Estou enviando fotos dos enfeites de Natal em Andrelândia, distribuidos em uma parte da Av. Nossa Senhora do Porto da Eterna Salvação, centro da cidade, começando em frente ao Clube de Andrelândia, estendendo-se até a Praça em frente à Igreja Matriz. A inauguração aconteceu dia 23 de novembro, em frente à Prefeitura Municipal, abrilhantada pela gloriosa Corporação Musical São Pio X, um patrimônio cultural de Andrelândia e região.

Este é um projeto idealizado por Karla Rivelli, que teve início no ano passado e, neste ano, teve apoio de alunos e alunas das escolas estaduais, municipais e particulares, além da Fundação Guairá, que também aderiu ao projeto. Mais ou menos 10.000 garrafas pet foram utilizadas (quase 100% do projeto), além de sobras de obras, tintas vencidas e enfeites de outras festas, com custo praticamente zero.

À Prefeitura Municipal restou o gasto com material elétrico e mão de obra para organização dos enfeites. Vale ressaltar o espírito de Natal e a participação efetiva de alunos, alunas e colaboradores deste projeto, que têm por objetivo, além de dar brilho e beleza ao Natal em Andrelândia, retirar da natureza essas garrafas plásticas que demoram décadas pra se decompor.


COM CERTEZA ABSOLUTA A NATUREZA AGRADECE!!!
Um forte abraço a todos e SUCESSO SEMPRE!!!






Geraldo Adriano Nogueira de Souza.
Rádio Andrelândia FM.