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JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, Brazil
Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Bombeiros: profissionais ou heróis?

Por Robson Rocha

A cada vez que acompanhamos o trabalho do Corpo de Bombeiros, nos tornamos fãs ainda maiores destes profissionais. Eles são heróis de verdade e sem super-poderes. Eles têm sim, muita garra, competência e amor pelo que fazem.
Sempre digo que eles podem ficar à toa seis dias da semana, pois em um único dia o trabalho deles vale uma vida.

Em 2003, Juiz de Fora enfrentou sérios problemas com as chuvas e entre as centenas de ocorrências, infelizmente, duas se destacaram.
Os soterramentos nos bairros Graminha e Três Moinhos.
No Graminha, eles trabalharam por dias, há procura dos corpos.
No meio da busca houve um desabamento e um bombeiro ficou
soterrado. Apesar da preocupação com o colega no hospital, os outros não pararam de cavar, às vezes com as mãos.
Dois dias depois durante as escavações outro desabamento. Vi a
hora que a casa começou a trincar, gritamos para os bombeiros saírem. Por pouco a tragédia não foi maior.





No fim realizaram o trabalho, mas os semblantes mostravam que nossos heróis são humanos.




Nos Três Moinhos, eles fizeram tudo que foi possível. O gerador de energia foi soterrado junto com o bombeiro no Graminha. Usei o sun gun (pequeno spot de luz à bateria), para iluminar o local onde procuravam os corpos de duas crianças. Chovia muito, mas nossos heróis anônimos não desistiram, mesmo sabendo que não havia nenhum sinal de vida. Menos de cinco minutos depois dos corpos serem encontrados, todo o local onde estávamos foi todo soterrado.

Imaginem a garra desses caras quando eles podem salvar a vida da vítima. Somos testemunhas do profissionalismo deles.
Nos acidentes eles se doam ao máximo e não fazem corpo mole não. Se concentram tanto no que estão fazendo, que parecem possuídos por um espírito (do bem). Nem mesmo nós, com câmeras e luz tiramos essa concentração. E têm um espírito de equipe que impressiona.

Depois que eles retiram a vitima e prestam os primeiros socorros, a vida do acidentado está nas mãos do motorista do resgate. A própria imprensa já questionou a velocidade de viaturas, mas eles infringem muito menos as leis de trânsito que nós do jornalismo que nunca corremos porque estamos com alguém ferido que precisa chegar rápido a um hospital.
E para os bombeiros, a rapidez que a ambulância chegar ao hospital, por menor que seja, pode significar salvar uma vida. Nossos heróis sem super-poderes também não têm super máquinas, mas acho que têm competência ao volante. Trabalho em tv há vinte anos e só me lembro de um acidente com Resgate na avenida Brasil. E, olha que eles rodam vinte quatro horas por dia, sabendo que a rapidez com que chegarem ao hospital pode significar salvar uma vida.

E não podemos esquecer de duas pessoas: uma é o capitão Marcos Santiago, assessor de comunicação do 4ºBBM, que é sempre pego de surpresa pela imprensa que quer informações. Muitas vezes o sangue de bombeiro fala mais alto e ele não consegue ficar só na parte de comunicação e parte para a ação e nós, literalmente no pé dele, atrás de informações.

Outro é o Tenente Coronel Rodney Magalhães, o comandante mais operacional que já vimos nos bombeiros.
Mas isso a gente conta depois com histórias que vivenciamos de heróis dos bombeiros de Juiz de Fora.

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