Por Michele Pacheco
Durou pouco o medo da torcida de que o Tupi perdesse o rumo no Campeonato Mineiro. O técnico Moacir Júnior anunciou a transferência para o time do Ipatinga nas vésperas do jogo do galo de Juiz de Fora contra o Rio Branco, de Andradas. Parecia o fim de um sonho. Moacir conseguiu montar uma equipe sem grandes estrelas ou salários, mas com garra e seriedade. Os jogadores têm correspondido às expectativas da torcida que vibra com a liderança no Campeonato Mineiro.
O anúncio da saída do treinador dividiu opiniões até entre a imprensa que acompanha o dia-a-dia do Tupi. Alguns jornalistas acham que foi traição e descaso abandonar o time antes do jogo com o Rio Branco. Afinal, o Ipatinga já está mal das pernas e poucos dias não vão fazer diferença no resultado, enquanto que para o Tupi o susto pode significar redução no desempenho em campo. Outros enxergaram a notícia pelo lado profissional. Ninguém resiste a uma boa proposta finaceira (extra-oficialmente estão falando em 60 mil reais de salário e 100 mil de luvas) e profissional (Ipatinga está na primeira divisão do Campeonato Brasileiro).
Menos de dez horas depois do anúncio da transferência, um novo técnico já estava a caminho de Juiz de Fora. O primeiro contato foi feito por amizade. João Carlos, o escolhido, é amigo pessoal do Secretário de Agropecuária e Abastecimento de Juiz de Fora, Marcelo Detoni, e aceitou o convite. O secretário disse que começou a sondar o treinador assim que começaram os boatos de que o Ipatinga estava fazendo propostas ao Moacir.
A diretoria do galo carijó aprovou a escolha. Segundo o presidente do clube, Áureo Fortuna, o nome do técnico estava na lista dos profissionais cotados e o contato rápido agilizou a negociação. O presidente espera que o novo técnico consiga manter o ritmo da equipe que estava embalada na comeptição e acalmar o torcedor. A prefeitura de Juiz de Fora está entre os patrocinadores do Tupi. O prefeito Alberto Bejani comentou em coletiva à imprensa que a rapidez na contração do novo treinador é uma prova da credibilidade do time.
João Carlos da Silva Costa tem 52 anos, é carioca, formado em Educação Física com Pós-graduação em Técnica e Treinamento de Futebol e trabalhou como preparador físico e treinador em times grandes do Brasil, como o Flamengo. Ele foi treinador da selecção Sub 20 em 99 e comandou a seleção da Jamaica em 2005. No ano passado, João Carlos esteve no CRB, de Alagoas. No Japão, treinou por sete anos o Kashima Antlers, o Nagoya Grampus Eight e o Cerezo Ozaka.
Em Juiz de Fora, o treinador assume o Tupi num momento de destaque do time, que é líder do Campeonato Mineiro com a defesa menos vazada. O Carijó tem quatro vitórias e um empate. João Carlos admitiu que conhece pouco o Campeonato Mineiro, mas que espera ajudar a equipe a conquistar a vaga no quadrangular e seguir em frente na disputa pelo título.
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