Por Robson Rocha
O bom de trabalhar em televisão, são as histórias que vivenciamos. Um certo dia no meu inicio de carreira estava no estúdio quando o Moacir Lourenço, diretor de imagens do departamento comercial chegou e me avisou que haveria uma produção em meia-hora e que precisava de uma iluminação muito boa com o fundo neutro. No estúdio da TV Globo Juiz de Fora não havia iluminador, era o câmera de estúdio que montava a luz.
Montei a luz usando como modelo o Eugênio, operador de vídeo, pois quando o camarada que iria gravar o comercial chegasse era só afinar a luz.
O sujeito que ia gravar chegou, era o José Luiz Ribeiro, do Grupo Divulgação. Muito gentil, como sempre, nos cumprimentou e foi para o camarim se preparar.
Aí chegou um companheiro da tv, que vou preservar o nome, e começamos a bater um papo. Pouco depois, o José Luiz saiu do camarim e já se posicionou. Subi na escada e comecei a afinar a luz. O José Luiz estava com uma batina preta estilo mil novecentos e preto e branco, um chapéu grande e preto e um guarda-chuva enorme que forçou a refazer parte da iluminação.
Nisso, meu amigo não identificado voltou ao estúdio e ao ver aquele “padre” não resistiu e perguntou:
- O senhor vai fazer comercial do quê?
O José Luiz com todo bom humor que Deus lhe deu, não perdeu a deixa e disparou:
- Vou fazer um comercial da quermesse da igreja.
Meu amigo secreto:
- É mesmo? De qual bairro?
E o José Luiz firme:
- Da paróquia lá do Retiro.
Nessa hora eu já estava quase caindo da escada, me contorcendo para não dar uma gargalhada e atrapalhar o bate papo.
Não me lembro quanto tempo demorou até que o José Luiz contasse a verdade. Que era uma gravação de um vt chamando o público para a peça “O Santo Milagroso”.
Meu amigo secreto ficou roxo, mas não deu o braço a torcer que tinha “comido corda”. Mas tudo bem, pois depois daquela interpretação virei fã de carteirinha do José Luiz Ribeiro.
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